Page 116 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
Odontologia Transcendente
Autores: ANTONIO CARLOS ROCHA; Isabela Maria Coatti Rocha; Ana Carolina Araújo dos Santos Schlotag; Fernanda Rafaela Toaldo
França; Deisi Galvão Cardoso. Instituição: Consultorio na Rua
Palavras-chave: consultório na rua; acesso; vínculo
Definimos aqui como odontologia transcendente o que está acima das ideias ou do conhecimento ordinário da odontologia tradicional.
Cinco anos de Consultório na Rua (CnaR) vem trazer relatos e conhecimentos para uma atuação diferenciada do cirurgião dentista
(CD) em uma equipe transdisciplinar que atende uma população com características ainda desconhecidas. Uma singularidade desta
população, em Curitiba, é o fato de colocarem o atendimento odontológico como principal necessidade em relação à saúde de seu
corpo. A escolha deste tema visa compartilhar ações e curiosidades no atendimento a essa população. Um dos princípios do SUS é
a “universalidade de acesso em todos os níveis ” bem como a integralidade da assistência (BRASIL, 2003). Entretanto, tais princípios
não são alcançados por esta população por diversas barreiras, como discriminação, condição de higiene, preconceito dentre outros
(HINO; SANTOS; ROSA, 2018). Nesse contexto, surgem as equipes de CnaR, através da Portaria nº 122 de 25 de janeiro de 2011, as
quais procuram ampliar o acesso aos serviços de saúde, além de propiciar uma visão humanizada e holística (BRASIL, 2012). O CnaR
não é uma unidade especializada para atendimento às pessoas em situação de rua, porém, consideramos que estamos numa fase
de transição, e o atendimento passa a ser, não só uma forma de acesso e vínculo, como também produção de conhecimento e
motivação dos nossos pares que atendem nas unidades de saúde. A metodologia aplicada vai da análise de fraturas dentárias por
violência à inserção de contraceptivo subdérmico, das coletas de sangue para testagens rápidas à confecção de próteses totais,
dos encaminhamentos de fratura de mandíbula ao acompanhamento às internações em hospitais psiquiátricos, das endodontias
“alternativas”, das próteses adesivas unitárias, das remoções de focos infecciosos à abordagem nas ruas, do trabalho integrado com
a Fundação de Ação Social, da visão subjetiva de fatores do porquê as pessoas ficam nas ruas a alguns casos de reinserção social.
Impacto do CnaR/CD: melhor vínculo e acesso aos tratamentos de saúde, produção de conhecimento das características dessa
população, adaptação dos profissionais a um modelo transdisciplinar e a fomentação da discussão sobre preconceito. Contudo,
recomendamos que estudos randomizados sejam realizados da efetividade de agendamentos por aplicativos, da comprovação do
excesso de medicalização pelos Dentistas e da relação neuroquímica com a permanência nas ruas.
Oficina do Brincar: (re)significar a Relação Familiar
Autores: DAIANE BOTTAMEDI. Instituição: Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
Palavras-chave: Brincar; Brinquedos Populares; Relação Familiar.
Considerados parte da cultura popular, a forma de brincar, os brinquedos e brincadeiras se diferenciam de acordo com a cultura,
territorialidade e construção social, guardando a produção de um povo em determinado período. Presentemente, a influência das
tecnologias proliferam-se e fatores como urbanização e violência urbana contribuem para o processo de individualização social.
Refletindo na cultura infantil, a escassez do espaço diminui o contato das novas gerações com as brincadeiras populares locais e
transfigura as características sociais para brincadeiras e brinquedos, surgindo mudanças nas formas de brincar. Provoca-se uma
problemática relacionada as brincadeiras e momentos em família. Diante do exposto, o relato tem como objetivo descrever a
experiência da oficina intitulada “Oficina do Brincar”, propondo resgatar brincadeiras populares e refletir os significados do brincar para
a relação familiar. A oficina intitulada “oficina do brincar” ocorreu durante o dia da família na escola, no turno matutino. Participaram
da oficina crianças entre 7 e 10 anos matriculadas na escola e pais presentes no evento. A oficina subdividiu-se em quatro etapas:
Contação de história; Contato com os brinquedos e brincadeiras populares; Construção de Brinquedos; Reflexão Coletiva. A avaliação
dos resultados se validou da observação dos mediadores. Acredita-se que o resultado esteja no processo de participação das
atividades propostas, significação de laços familiares e interatividade entre os participantes. A metodologia desenhada possibilitou
a interação entre os participantes. A oficina proporcionou momentos de diálogo e socialização a partir da internalização de valores.
Estendendo-se a uma reflexão sobre o desafio e importância desses momentos para a relação familiar, refletindo no processo
de ensino-aprendizagem entre os pais e crianças e atribuindo o entendimento do brincar como possibilidade da criança explorar
naturalmente o mundo e integrar percepções e relações. Observou-se cooperação, criatividade e singularidade das crianças na
construção dos brinquedos, satisfação das crianças ao serem atores na construção e importância dos pais como atores coadjuvantes.
Ressaltam-se as limitações à restrição de participante. Porém, acredita-se que as reflexões apresentadas devem ser ampliadas e
nortear novas investigações. Entendendo-se a importância da temática, esses podem potencializar estratégias existentes e auxiliar
nas reflexões sobre o brincar e a relação familiar.
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