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EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE



                 O PCA Tool como Ferramenta para Avaliação da Atenção Primária à Saúde Sob a ótica
                 do Usuário

                 Autores: HERNANDO ALVES PEREIRA; Giovana Daniela Pecharki Vianna; Solena Ziemer Kusma; Deivisson Viana Dantas dos Santos.
                 Instituição: Universidade Federal do Paraná
                 Palavras-chave: Avaliação em saúde; Atenção Primária à Saúde; Serviços de saúde
                 A Atenção Primária à Saúde (APS), definida como o primeiro nível de assistência dentro do sistema de saúde, consiste em um
                 dos eixos estruturantes do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo elencada como uma das prioridades do Ministério da Saúde
                 (BRASIL, 2012). A APS fornece atenção para todas as condições, exceto as muito incomuns ou raras, e coordena ou integra a atenção
                 fornecida em algum outro lugar ou por terceiros (STARFIELD, 2002). A realização de pesquisas que avaliem os serviços da APS,
                 levando em conta a ótica dos usuários, é essencial e contribui para a institucionalização da avaliação e reorganização dos serviços,
                 além de se constituir em uma ferramenta para a participação popular (OLIVEIRA E SILVA, 2014). Para a avaliação da APS, a literatura
                 dispõe de instrumentos, enfatizando a aferição da presença e extensão dos atributos essenciais e derivados da atenção primária
                 à saúde. Dentre os instrumentos, tem-se o Primary Care Assessment Tool (PCATool), que foi criado nas versões Criança, Adulto,
                 sendo aplicáveis aos usuários para a avaliação da atenção à saúde da criança e do adulto, respectivamente, e Profissional, aplicável
                 aos profissionais de saúde. Seu objetivo é medir a presença e a extensão de cada atributo da APS (Primeiro contato, Integralidade,
                 Longitudinalidade, Coordenação, Orientação Familiar, Orientação Comunitária). O PCATool permite a avaliação de serviços de saúde
                 a partir da perspectiva do usuário, observando a extensão dos atributos da APS nos serviços avaliados. Esse instrumento tem sido
                 utilizado  em  diversos  países  (inclusive  no  Brasil)  a  partir  de  diferentes versões validadas  para  contextos  locais  que  permitem  a
                 comparabilidade dos achados. Fracolli e colaboradores (2014) descrevem que o PCATool é o instrumento que, para avaliar a Saúde
                 da Família brasileira, mais se aproxima da proposta da Estratégia Saúde da Família conforme propõe a Política Nacional de Atenção
                 Básica. Além disso, apresenta simplicidade quanto ao uso/aplicação e cálculo dos escores, mesmo quando há necessidade de
                 imputação de dados, o que o torna útil e adequado para utilização na gestão local dos serviços. Versões reduzidas do PCATool,
                 como a proposta por Oliveira (2013), mostraram-se competentes para avaliar aspectos determinados referentes aos atributos da APS
                 e representam uma importante ferramenta para as gestões locais.



                 O Programa Consultório na Rua de Curitiba: Espaço de Intervenção do/a Assistente
                 Social

                 Autores: DEISIMARI DOS SANTOS RIBEIRO; Emanuelle Pereira; Adriane Wollmann. Instituição: Secretaria Municipal da Saúde de
                 Curitiba
                 Palavras-chave: População em situação de rua, Consultório na Rua, assistente social
                 O fenômeno população em situação de rua se configura atualmente como uma complexa expressão da questão social. O Programa
                 Consultório na Rua inicia suas atividades em Curitiba no ano de 2013, através da Portaria 1.299/2013 e traz uma concepção universal
                 e equitativa para a consolidação dos princípios do SUS, uma vez que possui um contexto de serviço como uma questão de direito. As
                 equipes imprimem seu trabalho a partir da realidade do usuário e organiza sua prática dentro e fora das UBS, englobando o território
                 geográfico e existencial, seja no “beco” ou na “boca” e junto à rede de serviços, onde a população de rua também frequenta. As
                 equipes são multiprofissional e por consequência interdisciplinar e caracteriza seu trabalho na troca e pelo saber coletivo. Enquanto
                 equipes  interdisciplinares,  possuem  atribuições  concernentes  a  todas  as  áreas  profissionais  como:  abordagem,  acolhimento,
                 escuta qualificada e construção de vínculos, que alicerçam o atendimento do usuário, de acordo com suas necessidades. Esta
                 prática exige articulação de ações multiprofissionais e intersetoriais, junto à rede de serviços, como: organização, planejamento,
                 sistematização do cotidiano de trabalho e rotinas das ações da equipe, registro de dados, busca ativa, atividades em grupo com foco
                 em promoção, prevenção da saúde e autocuidado, participação em reuniões de discussão de caso, entre outras. No Consultório na
                 Rua, o/a assistente social atua no atendimento direto aos/às usuários/as, na mobilização, participação e controle social, investigação
                 e  planejamento  ressaltando  a  capacidade  propositiva  dos  profissionais  com  ênfase  na  investigação  da  realidade. A  intervenção
                 profissional  é  realizada  com  pessoas  que  estão  desprotegidas  dos  espaços  lógicos  tradicionais,  espaços  onde  a  violência  e  a
                 condição vulnerável estão presentes e que se distanciam de protocolos e a atendimentos habituais. A construção de um novo modo
                 de atuar, a partir da troca, da realidade da rua, do respeito à vivência do/a usuário/a, se direciona a uma experiência fora das salas
                 de atendimento social, caminhando, conversando, sentando na praça ou mesmo embaixo da marquise. Nesse sentido, a intervenção
                 do/a assistente social se constrói e reconstrói cotidianamente. Apontando assim, para um novo projeto de sociedade, aquele em que
                 não se produza e nem se reproduza desigualdades sociais e garanta o pleno exercício da cidadania.



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