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EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
Fatores Relacionados à Não Adesão ao Atendimento Odontológico de Crianças em
Situação de Vulnerabilidade Social: Percepção da Equipe de Saúde Bucal
Autores: BÁRBARA VIEIRA PIMENTEL; Brígida Gimenez Carvalho; Pablo Caldarelli. Instituição: Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Adesão do paciente; Vulnerabilidade Social; Saúde Bucal.
A adesão ao tratamento, por envolver outros comportamentos inerentes à saúde, como a iniquidade social, por exemplo, pode
relacionar-se nesse percurso e interferir na porta de entrada ao serviço, sendo uma das principais barreiras, coletiva e individual. O
processo de utilização dos serviços é resultante da interação do comportamento do indivíduo que procura cuidados e do profissional
que o conduz dentro do sistema de saúde. Isso se torna de fundamental importância para que norteie de forma eficiente o caminho
que o usuário percorre dentro do serviço e o atendimento que está sendo prestado. Portanto, objetivou-se com o presente trabalho
analisar os fatores relacionados à não adesão ao atendimento odontológico de crianças em situação de vulnerabilidade, segundo a
percepção de uma equipe de saúde bucal. Este estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde do município de Londrina,
PR, no período de julho a setembro de 2016; desenvolvido em duas etapas: a primeira exploratória, por meio de identificação e
caracterização do atendimento odontológico, na faixa etária de seis a nove anos, residentes no território de abrangência e selecionadas
através de dois programas sociais; e a segunda, um estudo com abordagem qualitativa, através de entrevistas semiestruturadas
com a equipe odontológica. Os resultados foram descritivos e analisados segundo à adesão ao tratamento odontológico e
as entrevistas interpretadas por meio da análise de conteúdo temática. Das 55 crianças identificadas, 30 eram faltosas, 19 eram
assíduas e seis nunca haviam sido atendidas. Os principais fatores relacionados à não adesão ao atendimento foram: desvalorização
da importância do cuidado, priorização de outras tarefas, questões culturais, sofrimento anterior, desestruturação familiar, falta de
profissionais, o desconhecimento da realidade familiar, ausência de busca ativa e de classificação de risco e falta de integração entre
trabalhadores. Concluiu-se que, muitas vezes, o usuário é culpabilizado e estigmatizado pela sua situação e os profissionais além
do desconhecimento dessa população, com predomínio de atendimentos pontuais, voltado a consultas emergenciais e curativas;
desconsideram a vulnerabilidade e se desresponsabilizam pelo cuidado integral. A concepção foi de caráter adjetivo, atribuindo-a a
alguém, ao invés de se analisá-la em si, voltado para o sujeito vulnerável e não ao contexto em que se insere, com caráter pejorativo
e reducionista.
Grau de Vulnerabilidade em Idosos Acompanhados Pela Estratégia de Saúde da
Família
Autores: MÁRCIA GLACIELA DA CRUZ SCARDOELLI; Ana Maria da Cunha Guerreiro; Fernanda Trevisan Gatez; Anderson da Silva Rêgo;
Cremilde Aparecida Trindade Radovanovic. Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: Saúde do Idoso, Atenção Primária à Saúde, Vulnerabilidade em Saúde.
Introdução: O envelhecimento implica em aumento do risco para o desenvolvimento de vulnerabilidades de natureza biológica,
socioeconômica e psicossocial, em virtude do declínio biológico típico da senescência. Objetivo: Identificar o grau de vulnerabilidade
em idosos residentes em área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família de uma Unidade de Saúde de um município
localizado na região Noroeste do Paraná. Metodologia: Estudo transversal, quantitativo e descritivo realizado com 197 idosos, entre
dezembro de 2016 a fevereiro de 2017. Para coleta de dados utilizou-se o Protocolo de Identificação do idoso vulnerável/VES-13,
composto por quatro indicadores: idade, autopercepção da saúde, presença de limitações físicas e incapacidades. Este instrumento
estratifica o idoso em: robusto (Escore ? 2); em risco de fragilização (Escore ?3 a ?6) e frágil (Escore ?7). Os dados foram analisados
por estatística simples. Resultado: Foram entrevistados 197 idosos, sendo 128(65%) mulheres e 69(35%) homens. Quanto à idade,
151(77%) dos idosos estava no grupo etário de 60 e 74 anos. Cento e vinte e três idosos apresentaram autopercepção de saúde
positiva, 64(33%) consideram sua saúde regular e 10(5%) ruim. Na avaliação da limitação física e incapacidade funcional, observou-
se que 154(78%) idosos não possuem dificuldade para escrever, manusear ou segurar pequenos objetos e 136(69%) não possuem
dificuldades para elevar os braços. Quanto às dificuldades na realização das demais atividades, as mais referidas foram: realizar
compras de itens pessoais (21%), lidar com dinheiro (22%), atividades domésticas leves (8%), tomar banho de chuveiro/banheira (7%) e
atravessar o quarto andando (5%). As atividades que os idosos referiram não ser capaz de realizar ou possuir muitas dificuldades foram:
realizar tarefas domésticas pesadas (40%) e andar aproximadamente 400 metros (27%). Vale ressaltar que, 57% dos idosos possuem
alguma dificuldade ou não conseguem curvar-se, agachar-se ou ajoelhar-se. De acordo com aos resultados dos escores da Escala
VES-13, verificou-se que 120(61%) apresentou baixo risco para vulnerabilidade, sendo classificados como idoso robusto; 66(33%) com
médio risco e 11(6%) apresentaram-se como frágil, de alto risco. Conclusão: Os achados deste estudo servirão de sUBSídios para
que profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família planejam ações de cuidados ao grupo de idosos, buscando a promoção,
prevenção e recuperação da saúde dessa população.
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