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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
A Vigilância do Trabalho Infantil: Análise das Notificações na 7ª Regional de Saúde -
PR
Autores: CRISTIANE ROCHA KAMINSKI GERALDELI; Emerson Luiz Peres. Instituição: Secretaria de Estado da Saúde - 7ª Regional de
Saúde
Palavras-chave: Trabalho Infantil; Notificação; Saúde do Trabalhador
Introdução: O trabalho é fundamental para constituição de uma sociedade e no Brasil é marcado pela exploração. A violência
é um fenômeno complexo causando grandes impactos na saúde, na família e na sociedade. Os números de trabalho infantil
no Brasil apesar de serem elevados subestimam a realidade. Este estudo é resultado do Curso de Especialização à Distância
da Fiocruz. Objetivo: Analisar as notificações relacionadas ao trabalho infantil, na abrangência da 7ª Regional de Saúde –
Pato Branco/PR (7ªRS), no período de 2010 a 2015 identificando a existência de subnotificação e caracterizando os principais
problemas dessa notificação. Método: Pesquisa monográfica, do tipo exploratório, com abordagem quantitativa e qualitativa. O
levantamento de dados foi realizado através da base de dados do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN-NET) com as notificações obrigatórias de trabalho infantil e relacionadas ao trabalho em menores de 18 anos dos
municípios de abrangência da 7ªRS, nos módulos de Saúde do Trabalhador e de Violência Interpessoal e Autoprovocada, entre
2010 a 2015. Os dados foram quantificados sob a forma de frequência por campos de informação para análise e discussão.
Resultado: Foram identificados 66 casos de trabalho infantil. Predominaram as notificações de acidente de trabalho grave, com
maior incidência em adolescentes e do sexo masculino, os quais frequentam a escola, mas apresentam defasagem escolar.
Entre as principais ocupações encontram-se atividades consideradas perigosas e penosas, com a utilização de instrumentos,
ferramentas e máquinas. A maioria dos casos notificados tiveram como consequência a incapacidade temporária, permanente
ou evolução para o óbito. Dois municípios não tiveram notificações. Uma ficha de violência interpessoal e autoprovocada
de trabalho infantil foi registrada. Constatada a existência de subnotificação, além de inconsistências e incompletude no
preenchimento das fichas. Conclusão: Os resultados da pesquisa demonstram sua relevância social e evidenciam a gravidade
do trabalho de crianças e adolescentes na região, que tem vitimado e causado prejuízos ao crescimento e desenvolvimento
destes, configurando-se como uma forma de violência naturalizada, apresentada pela violação de direitos e pela precariedade
a que estão submetidos estes jovens no trabalho. Aponta-se a necessidade de fortalecer a vigilância do trabalho infantil para
evitar a subnotificação e melhorar a qualidade de dados.
Acidentes com Materiais Biológicos, Imunização Contra Hepatite B e Profilaxia Pós-
exposição para o HIV em Estudantes da área de Saúde e Médicos Residentes
Autores: MARINA JUNKES RODRIGUES; Karin Regina Luhm; Carla Lorusso Caversan Limeira. Instituição: UFPR
Palavras-chave: Acidentes de Trabalho; Material Biológico; Saúde dos Estudantes
Estudantes e profissionais da área da saúde são expostos a inúmeros riscos ocupacionais. Acidentes com materiais biológicos
(AMB) levam a um maior risco de adquirir doenças infecciosas e de transmiti-las. Já que no período de formação profissional
são relatados maiores riscos de acidentes, este estudo teve por objetivo conhecer o perfil das notificações de AMB envolvendo
estudantes da área da saúde e médicos residentes, incluindo informações quanto à hepatite B e HIV. Estudo descritivo
quantitativo de AMB notificados em Curitiba, entre 2006 e 2016. Os dados foram acessados no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação da Secretaria Municipal de Saúde. A identificação dos cursos e de médicos residentes, não disponível no
sistema, foi realizada para o período de 2014 a 2016, por consulta às fichas de notificação em papel e/ou por pesquisa na internet
na Plataforma Lattes, Facebook, Linkedin, entre outros. Para comparações entre grupos foi utilizado o teste qui-quadrado, nível
de significância de 95%. Entre os 11.624 AMB notificados entre 2006 e 2016, 965 (8,3%) ocorreram em estudantes. Destes, 75,5%
tinham idade ? 24 anos; 77,5% eram mulheres; 32,1% não usaram luvas; 71,5% das exposições foi percutânea; e 27,0% dos AMB
ocorreram durante cirurgias. Estudantes de medicina (31,9%), odontologia (19,6%) e médicos residentes (13,3%) foram os grupos
mais acidentados. O não uso de luvas durante os procedimentos e o esquema incompleto de vacina contra hepatite B (VHB)
foi mais frequente em estudantes de graduação comparado a médicos residentes, p=0,20 e p=0,19 respectivamente. Médicos
residentes apresentaram maior proporção de acompanhamento até alta comparado aos estudantes de graduação (p<0,01).
Em relação à hepatite B, o HBsAg não foi realizado para 45,3% dos acidentados no momento zero e em 0,8% dos casos com
resultado os laudos foram positivos. Entre pacientes fonte com resultado de HBsAg, 1,5% foram positivos. 85,8% dos AMB foi
informado esquema de três doses VHB. 11,9% dos acidentados que não realizaram nenhuma conduta não eram previamente
vacinados contra o HBV. No que se refere ao HIV, apenas 5,8% dos estudantes realizaram algum tipo de profilaxia e apenas
20,6% dos casos tinham confirmação da sorologia negativa do paciente fonte. Dos estudantes que realizaram profilaxia, 55,5%
abandonaram o seguimento. Os dados apontam desafios na prevenção e atenção aos acidentes com material biológico em
estudantes da área de saúde.
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