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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE



                 Análise de Causas Raiz no Uso de Drogas: Investigação de Eventos Sentinela

                 Autores: DENISE RAQUEL DOS SANTOS; Cleiton José Santana; Lucia Margarete dos Reis; Marcelo da Silva; Magda Lúcia Félix de
                 Oliveira. Instituição: Universidade Estadual de Maringá - UEM
                 Palavras-chave: Vigilância epidemiológica; evento sentinela; enfermagem
                 Introdução: Estudos epidemiológicos detectam índices globais crescentes de uso de drogas. Conhecer o padrão do consumo
                 de drogas sUBSidia políticas públicas para a prevenção do consumo e tratamento, e a inexistência de vigilância epidemiológica
                 passiva para mensuração do efeito das drogas de abuso na saúde da população brasileira, leva à proposição de processos
                 inovadores e ativos de vigilância. Objetivo: Monitorar efeitos de drogas de abuso na saúde com a utilização de uma metodologia
                 ativa  de vigilância  epidemiológica.  Método:  Estudo  descritivo  e  retrospectivo,  com  investigação  epidemiológica  do  evento
                 sentinela internação hospitalar com diagnóstico de trauma associado à intoxicação por drogas de abuso, quando os casos
                 eram atendidos em um hospital ensino e notificados ao centro de assistência toxicológica da macrorregional Noroeste do
                 Paraná. Foram analisados documentos hospitalares de 30 casos considerados eventos sentinelas, e selecionados 30 familiares
                 informantes, entrevistados nos domicílios. Foi realizada a reconstrução do caso e a contextualização do atendimento, e descritas
                 as condições sociodemográficas, e história social e acesso das famílias às políticas psicossociais. A matriz para avaliação foi o
                 modelo Root Cause Analysis (análise da causa raiz). Os aspectos éticos foram cumpridos (458.185/2013). Resultado: Os eventos
                 sentinela diferiram do padrão etário de inquéritos realizados em capitais brasileiras. Eram homens, com média de 40,1 anos, em
                 média de uso de 20,8 anos, diferente da média nacional, de 13 anos. A droga mais utilizada era o álcool, isolada ou associada
                 a  drogas  ilícitas.  Encontraram-se  aspectos  similares  na vida  dos  eventos:  uso  de várias  drogas  por  longo  período;  evasão
                 escolar e desemprego; “fugas” do lar e situação de rua; e envolvimento em delitos e atos violentos acima de duas vezes. Nas
                 famílias, encontrou-se fatores de risco e proteção para o uso de drogas, indicando que a visão restrita à problemas na família
                 ou à características individuais é limitada. A análise da causa raiz identificou pontos críticos (ausência ou precariedade) na
                 intersetorialidade de políticas públicas. Conclusão: Técnica de vigilância menos onerosa, que apontou um perfil de necessidades
                 de intervenção locorregional. A interface inadequada de políticas de educação, segurança pública, assistência social, economia
                 e saúde determinar a causa raiz do uso de drogas de abuso nos casos investigados.



                 Análise do Controle de Qualidade Externo de 2 Laboratórios Privados da 3a. Regional
                 de Saúde, Ponta Grossa - PR


                 Autores: MARLY APARECIDA RANTHUM; Vânia Regina Martins. Instituição: Secretaria de Saúde do Paraná - 3a. Regional de Saúde
                 Palavras-chave: qualidade, laboratório, controle externo
                 Introdução: O Controle Externo da Qualidade (CEQ) é uma ferramenta que tem por finalidade garantir a qualidade dos exames
                 laboratoriais. É realizado por meio de um controle interlaboratorial em que cada resultado de um parâmetro executado por um
                 laboratório é comparado com a média do grupo avaliado. A partir dessa média é determinada a exatidão de cada resultado e
                 um conceito é atribuído auxiliando o laboratório a avaliar a eficiência da fase analítica de seus processos. Objetivo: Avaliar os
                 resultados do CQE do setor de bioquímica de 2 laboratórios clínicos privados da 3ª RS, Ponta Grossa - PR. Método: Estudo de
                 caso que avaliou o resultado do CQE do setor de bioquímica de 2 laboratórios clínicos inspecionados pela vigilância sanitária da
                 3ª RS nos meses de Março a Agosto de 2016. Calculou-se a frequência dos conceitos obtidos em cada mês avaliado e a média
                 geral para cada conceito. Neste trabalho os laboratórios foram chamados de A (LA) e B (LB). Os conceitos foram: ótimo, bom e
                 insuficiente. Resultado: O LA obteve resultados médios no setor de bioquímica como ótimo, bom e insuficiente, nos meses de
                 março a julho/2016, respectivamente: 41,3%; 29,5% e 29,2%. Os resultados dos conceitos do LB representaram 42,1% como ótimo;
                 34,2% bom e 23,7%, insuficiente nos meses de julho e agosto mostrando que 57,9% dos resultados estavam dois desvios padrão
                 ou mais distantes da média aceitável. Quando os parâmetros foram avaliados individualmente na média dos 6 meses, verificou-
                 se que no LA, a glicose manteve-se com 50 % de conceito insuficiente, 36,1% bom e apenas 13,9% foi ótimo; triglicerídeos com
                 77,7% insuficiente e 33,3 % bom; Cálcio sérico mostrou 75% dos testes com resultado bom e 25% inaceitável e, em relação a
                 bilirrubina, 77,7% estava bom e 33,3% inaceitável. Na análise do LB, verificou-se que nenhum dos parâmetros a seguir obteve
                 o conceito ótimo no período avaliado: ácido úrico, bilirrubinas, cálcio, colesterol total, proteínas totais, TGO e GGT. Não havia
                 disponível relatório de não conformidades e registro de medidas adotadas sobre as não conformidades identificadas. Os dois
                 laboratórios  possuíam  certificado  de  excelência  do  CQE.  Conclusão:  Os  resultados  apontam  alta  frequência  de  conceitos
                 insuficientes revelando falhas na metodologia e execução das análises, não garantindo qualidade nos resultados emitidos
                 comprometendo o diagnóstico e tratamento dos pacientes e, ainda a necessidade de revisão nos critérios de excelência pelos
                 CQE.


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