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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Análise Epidemiológica da Esporotricose Humana em Duque de Caxias, RJ, entre 2007
e 2016
Autores: CLAUDIA LIMA CAMPOS ALZUGUIR; Maria Inês Fernandes Pimentel; Sandro Antônio Pereira. Instituição: Instituto Nacional de
Infectologia Evandro Chagas
Palavras-chave: esporotricose;epidemiologia;Sporothrix
Introdução: A esporotricose humana é endêmica no estado do Rio de Janeiro (RJ), onde foi descrita uma epidemia a partir do
final dos anos 1990. Os municípios mais acometidos dentro do estado do Rio de Janeiro são: Rio de Janeiro, Duque de Caxias e
São João de Meriti. A principal forma de aquisição da doença no RJ é por meio da inoculação traumática de espécies patogênicas
pertencentes ao Complexo Sporothrix schenckii por gatos infectados. As lesões em humanos costumam ser restritas à pele,
tecido celular subcutâneo e vasos linfáticos adjacentes. Objetivo geral: Demonstrar a epidemiologia da esporotricose humana
em Duque de Caxias, RJ, entre 2007 e 2016, por local de ocorrência e ano de notificação. Materiais e Métodos: A fonte de dados
relacionados à esporotricose humana será o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINANNET)
do RJ, por meio da notificação de pacientes com código internacional de doenças (CID) B42 (esporotricose), entre 2007 e
2016. Resultado: Foram notificados 804 casos de esporotricose humana no período, de residentes em Duque de Caxias. Os
bairros com maior incidência em humanos foram: Parque Sarapuí (1066 casos/100.000 habitantes), Capivari (343 casos/100.000
habitantes) e Vinte e Cinco de Agosto (282 casos/100.000 habitantes). A população mais acometida são mulheres (65%), brancas
(46%) entre 25 e 49 anos de idade (53%). O número de casos notificados de esporotricose humana aumentou a partir de 2013,
quando a vigilância passou a ser municipal. Conclusões: A incidência em humanos aumenta pela diminuição da subnotificação
após a municipalização da vigilância. O grupo mais acometido pela doença está de acordo com a literatura, pois as mulheres
nesta faixa etária são geralmente as cuidadoras dos felinos infectados, portanto mais expostas ao fungo. Observa-se que os
bairros mais acometidos pela esporotricose humana estão no primeiro distrito, região mais populosa de Duque de Caxias
Análise Epidemiológica dos Acidentes Causados por Loxosceles Heineken & Lowe,
1832, no Estado do Paraná, no Período de 2007 a 2015
Autores: ALEXSANDRA TOMÉ; Jessé Henrique Truppel; Alexander Itria. Instituição: Prefeitura do Município de Araucária
Palavras-chave: Aranha-marrom; Loxoscelismo; Animais peçonhentos.
Introdução: No Brasil, devido às condições climáticas, ambientais, socio-econômicas e de tipo de ocupação do espaço, os
acidentes por animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública antigo e endêmico. Dentre tais acidentes
destacam-se aqueles causados por aranhas, sendo os agravos causados por aranha-marrom considerados a forma mais grave
de araneísmo no Brasil, podendo causar a síndrome necrotizante-hemolítica. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos
agravos por Loxosceles spp. no Estado do Paraná segundo características sociodemográficas e geográficas. Métodos: Estudo
descritivo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), para o período de 2007 a 2015. Foram
analisadas as características: sexo, faixa etária, gravidade do acidente, tempo de atendimento, evolução de caso, sazonalidade,
distribuição geográfica. Para avaliar a distribuição espacial dos acidentes loxoscélicos foi utilizado o Software Terra View®,
utilizando os programas estatísticos tipo Box Map e Moran Map. Resultado: No período de estudo foram notificados 69.951
casos de loxoscelismo em todo o país. Dos quais, 42.327 (60,54%) ocorreram somente no Paraná, com notificações em 279 dos
399 (69,92%) municípios paranaenses. Entretanto, essa distribuição concentrou-se significativamente em municípios da região
sul e sudoeste. Foi constatada a ocorrência de sazonalidade (setembro a março), com predisposição para o sexo feminino
(58,3%), concentração dos acidentes na faixa etária economicamente ativa de 20 a 39 anos (38,65%) e de 40 a 59 anos (26,73%).
O tempo para atendimento ainda é elevado, pois 40,87% dos pacientes procuraram os serviços de saúde somente após 24
horas do acidente. Dos pacientes vítimas da aranha-marrom, 88,5% evoluíram para a cura e 11,4% não tiveram o encerramento
de caso notificado. O coeficiente de letalidade do loxoscelismo foi de 14,17, menor do que relatos anteriores. Conclusão:
Políticas de educação em saúde, focadas na prevenção de acidentes por aranha-marrom e procura rápida pelo atendimento
médico, bem como capacitação e aperfeiçoamento continuado das equipes de saúde devem ser mantidos permanentemente
e sistematicamente em benefício da população no Estado do Paraná. A caracterização epidemiológica dos agravos por animais
peçonhentos é muito importante pois permite definir racionalmente as estratégias de intervenção em saúde a serem adotadas
conforme a realidade social, econômica e ambiental de diferentes populações.
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