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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
As Violências Contra Adolescentes em um Distrito Sanitário de Curitiba – Paraná – o
Retrato e o Futuro
Autores: ANA PAULA MACHADO MARQUES; Jéssyca Slompo Freitas; Maria Marta Nolasco Chaves; Liliana Muller Larocca. Instituição:
Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Violências contra adolescentes; políticas públicas; intersetoriais.
Introdução: As violências contra adolescentes devem ser enfrentadas enfática e continuamente, dadas as dimensões de suas
repercussões para o desenvolvimento social e individual, tanto para modificar a situação no momento presente, quanto sua
perpetuação e reprodução em gerações futuras. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a realização de estudos
que permitam o planejamento de intervenções, uma vez que as violências surgem de diversas formas e com diferentes vínculos
entre a vítima e o agressor. Objetivo: Identificar a tipificação dos casos de violência notificados contra adolescentes de 10 a 14
anos, no período de 2011 a 2015, em um Distrito Sanitário de Curitiba - Paraná. Método: Pesquisa descritiva com abordagem
quantitativa, com dados coletados em outubro de 2017, a partir dos casos de violência notificados e inseridos na base de
dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN–net) da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, que
foram organizados e categorizados por meio do software Microsoft Excel® 2013, posteriormente foram analisados por meio
da estatística descritiva. Resultado: No período foram encontradas 883 notificações de violências contra adolescentes de 10
a 14 anos no Distrito Sanitário. Foram casos de violências de diferentes naturezas, sendo encontrada mais de uma natureza de
violência no mesmo indivíduo, totalizando 1204 violências. Quanto à tipologia da violência, obtivemos: 58,7% (707) negligência,
13,6% (164) violência psicológica, 12,9% (155) violência física e 9,9% (119) violência sexual. As outras tipologias, sendo trabalho
infantil, intervenção legal, financeira e outros tipos não atingiram 5%(59) das notificações. No que tange a diferenciação por sexo
temos como a mais frequente entre os meninos a negligência com 50,5% e com relação às meninas, também a negligência,
com 49,5%. Conclusão: Há necessidade de estreitar as discussões intersetoriais sobre a prevenção das violências contra os
adolescentes, como também, ações de enfrentamento mais efetivas deverão ser adotadas. É urgente a priorização desta pauta
na agenda das políticas públicas municipais, bem como das outras esferas de governo envolvendo todos os setores para que
se reflita agora sobre um futuro sem violências para este grupo populacional. Referências: ALBUQUERQUE, G. C. S.; SOUZA,
M. J. Sobre a saúde, os determinantes da saúde e a determinação social da saúde. Saúde em Debate, Londrina, v. 38, n. 103, p.
963-965, 2014.
As Violências Contra Jovens no Estado do Paraná
Autores: MELISSA DOS REIS PINTO MAFRA FIALLA; Liliana Müller Larocca; Maria Marta Nolasco Chaves; Emerson Luiz Peres.
Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: adulto jovem; violência; epidemiologia
Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que a violência como um problema de saúde pública em
suas diversas formas, naturezas e com diferentes vínculos entre os envolvidos, e recomenda a realização de pesquisas e
intervenções. No Brasil, as violências têm alto impacto para o SUS e nas taxas de morbimortalidade da população em geral.
No Paraná este fenômeno tornou-se um desafio para o planejamento e gestão pública, sendo considerado um problema
prioritário para o setor saúde. Objetivo: Descrever a tipologia das notificações dos casos de violências contra jovens, com idade
entre 18-29 anos, no estado do Paraná, no período de 2009 a 2015. Método: Pesquisa descritiva com abordagem quantitativa
a partir dos casos de violência notificados e inseridos na base de dados estadual do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN–Net), no período de 2009 a 2015. Os dados foram coletados em novembro de 2017, pelo Tabwin. Resultado:
Foram notificados 81.508 casos confirmados ou suspeitos de violências no SINAN-Net no período de 2009 a 2015, com mais
de uma tipologia em muitos casos. Das notificações do período 16.559 (20,32%) foram contra jovens de 18 a 29 anos de idade,
sendo 12.613 (76,2%) no sexo feminino, que teve a maioria dos registros em todas as formas de violência. Com relação ao sexo
feminino destacamos: 50,6% de violência física, 28,7% de violência psicológica e/ou moral e 13,8% de autoprovocada. Já para
o sexo masculino, 69,1% ocorrências de violência física, 12,2% de violência psicológica e/ou moral e 7,3% de autoprovocadas.
A violência sexual ficou com 8,0% entre as mulheres, enquanto entre homens obteve 1,2% As outras tipologias: financeira,
abandono/negligência, tortura, tráfico de pessoas e intervenção legal não atingiram 3% das notificações, cada. O local de
ocorrência foi, principalmente, a residência (61,2%) e a via pública (21,9%), sendo a violência de repetição (mais de uma vez) em
19,5% em homens e em 42,3% em mulheres. Conclusão: A sistematização da notificação de violências é importante para dar
visibilidade ao fenômeno e, consequentemente, expandir o olhar para além dos números. A violência não atinge os sexos de
forma homogênea, as mulheres jovens sofrem com maior intensidade a violência doméstica que ocorre principalmente dentro
dos domicílios. Um olhar crítico acerca dos mesmos contribuirá para o planejamento de políticas públicas e ações intersetoriais
que sejam eficazes para o enfrentamento das violências.
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