Page 257 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Análise Espacial dos óbitos de Crianças Até um Ano de Vida Nascidas com Baixo Peso
em Relação a Fontes Emissoras de Poluentes
Autores: MÔNICA LUZIA DE ARRUDA BOTELHO; Janara de Camargo Matos; Jhonnes Alberto Vaz; Lourdes Conceição Martins; Alfésio
Luis Ferreira Braga. Instituição: Universidade Católica de Santos
Palavras-chave: Poluentes; georreferenciamento; mortalidade
Introdução: A cidade de Cubatão ficou conhecida globalmente como Vale da Morte no início dos anos 1980, após inúmeros
registros de anomalias congênitas. Apesar de ter havido, desde então, um maior controle das emissões, o parque industrial e as
grandes rodovias responsáveis pelo escoamento da produção continuam sendo importantes fontes poluentes. Entre os danos
causados pela exposição a contaminantes ambientais, diversos autores têm descrito a relação entre poluição atmosférica e a
ocorrência de baixo peso ao nascer. Objetivo: Realizar a análise espacial da prevalência de óbitos até um ano de vida de crianças
nascidas com baixo peso (até 2499 g) no município de Cubatão, em relação à proximidade das fontes emissoras de poluentes
(fixas e móveis). Método: Estudo de corte transversal. Os dados acerca do peso ao nascer e óbitos foram obtidos nos arquivos
do Sistema de Informações Sobre Mortalidade e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SIM e SINASC) referentes
ao município de Cubatão para o período compreendido entre os anos de 2011 e 2014. Realizou-se o georreferenciamento por
meio do software livre QGIS 2.18. Foram consideradas a localização geográfica das indústrias e a malha rodoviária, bem como
a direção e velocidade dos ventos a partir da localização das estações de monitoramento da qualidade do ar pertencentes
à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Resultado: Entre os anos de 2011 e 2014 ocorreram 131 óbitos de
crianças até um ano de vida. Destas, 97 haviam nascido com baixo peso, resultando numa prevalência de 74% no período
estudado. Visualiza-se uma grande concentração de óbitos de crianças nascidas com peso até 2.499 g, cujas mães residiam
nas proximidades de fontes fixas de emissão de poluentes (indústrias), bem como de fontes móveis (rodovias) durante a
gestação. Observa-se que a direção dos ventos favorece a distribuição dos poluentes em direção ao centro da cidade, onde há
maior concentração humana. Conclusão: O uso das ferramentas de georreferenciamento facilita a visualização da distribuição
geográfica dos óbitos e das fontes emissoras de poluentes, propiciando uma melhor análise dos dados obtidos, o que pode
facilitar a tomada de decisões.
Análise Temporal da Relação entre Leptospirose e Precipitação no Município de
Curitiba, Paraná, 2010-2017
Autores: VIVIANI BONTORIN; Pedro de Alcantara Brito Junior; Ana Paula Conink Mafra Poleto; Diogo da Cunha Ferraz; Vivien Midori
Morikawa. Instituição: Residência Multiprofissional em Saúde da Família, Universidade Federal do Paraná; Unidade de Vigilância de
Zoonoses de Curitiba
Palavras-chave: leptospirose; precipitação pluviométrica; zoonoses
A leptospirose é uma zoonose causada por bactérias do gênero Leptospira que acomete animais domésticos, silvestres
e o homem. A doença tem distribuição mundial com caráter endêmico no Brasil e outras regiões do globo, apresentando
surtos epidêmicos anuais relacionados ao aumento dos índices pluviométricos. O objetivo do presente trabalho foi analisar
a correlação entre os índices de precipitação pluviométrica e a frequência da leptospirose humana na cidade de Curitiba no
período de 2010 a 2017. Para isso, foram coletados dados das alturas mensais de precipitação e dias de chuva, disponíveis
no Sistema de Informações Hidrológicas do Instituto das Águas do Paraná, e casos confirmados de leptospirose, obtidos por
meio do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), compiladas nos Boletins Epidemiológicos do Núcleo de
Monitoramento e Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. Foi observado maior índice pluviométrico nos anos
de 2011 e 2015 com médias de 155 mm e 163 mm, respectivamente. Nos anos de 2012 e 2017 houve as menores médias de
dias de chuva, sendo 12 e 12,3 dias, respectivamente. Houve maior frequência de casos de leptospirose nos anos de 2010, 2011
e 2015, com média de 12, 14 e 11 casos/mês, respectivamente. Nos anos de 2012 e 2017, a média de casos confirmados foi
de 6,3 casos/mês o menor índice entre os anos avaliados. Para avaliar o grau de correlação existente entre estas variáveis foi
calculado o coeficiente de Correlação de Pearson, sendo o valor obtido igual a 0,73, indicando uma correlação forte entre índice
pluviométrico e casos de leptospirose no município de Curitiba. Os resultados indicam que o aumento do índice de leptospirose
anual está relacionado com o aumento da precipitação pluviométrica e dias de chuva durante o mês. Deste modo, é possível
realizar ações de prevenção em áreas de risco de acordo com previsão de chuvas para o período evitando surtos epidêmicos
da doença.
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