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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE  EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE



                 Acidentes por Escorpião (tityus Serrulatus) em Crianças: Relato de Dois óbitos

                 Autores: MIRELLA MACHADO ORTIZ; Camila Cristiane Formaggi Sales; Aline de Oliveira Barbosa ; Beatriz Ferreira Martins ; Magda
                 Lúcia Félix de Oliveira. Instituição: Universidade Estadual de Maringá
                 Palavras-chave: Mortalidade Infantil; Acidentes; Picadas de Escorpião
                 Introdução: Tityus serrulatus está urbanizado no Estado do Paraná, com número expressivo de acidentes graves. A gravidade
                 clinica do acidente depende da espécie do escorpião e quantidade de veneno inoculado, da sensibilidade, peso, doença
                 cardíaca prévia da pessoa, e do tempo entre o acidente e a soroterapia antiescorpiônica - SAE. Nas crianças o risco de maior
                 gravidade deve-se à concentração do veneno por área corporal e a capacidade imunológica da criança. Objetivo: Descrever
                 dois casos clínicos de acidentes infantis com escorpião do gênero Tityus serrulatus, notificados a um centro de informação e
                 assistência toxicológica - CIAT do Paraná, com desfecho a óbito. Método: Estudo descritivo e documental, na modalidade de
                 casos múltiplos, com dados coletados das fichas epidemiológicas de Ocorrência Toxicológica, arquivadas no CIAT. Resultado:
                 Caso 1- Quatro anos, masculino, admitido em unidade de urgência do município de residência duas horas após a “picada por
                 escorpião amarelo”, em região do pescoço. Criança morava em zona urbana do município e o acidente ocorreu enquanto dormia,
                 às seis horas da manhã. Foi transferido para hospital do município de referência de área, e, após estadiamento da gravidade
                 do caso, transportado via SAMU aeromédico para o Hospital Universitário Regional de Maringá - HUM. Caso classificado como
                 grave e realizado SAE no hospital de referência de área, complementado com duas ampolas no HUM. Criança evoluiu com
                 edema agudo de pulmão e arritmia cardíaca, e choque cardiogênico, com desfecho a óbito. Caso 2 - Cinco anos, feminino,
                 admitida em unidade de pronto atendimento após 30 minutos do acidente por “escorpião amarelo”, em pé esquerdo. Criança
                 morava em região urbana do município e acidente ocorreu na residência, às 18h40min. Classificado como grave e realizado
                 seis ampolas de SAE. Criança evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, edema pulmonar e choque cardiogênico.
                 Depois  de  parada  cardiorrespiratória  não  revertida,  evoluiu  para  óbito.  Conclusão: As  lições  apreendidas  dos  casos  são  a
                 expressiva urbanização e domiciliação do escorpião amarelo no Paraná. A gravidade dos casos em crianças e a necessidade
                 do uso precoce da SAE, e a utilização de leitos de terapia intensiva e equipes de saúde para alta complexidade, configurando
                 os acidentes escorpiônicos como emergências reais de saúde. Os profissionais de saúde devem estar capacitados para o
                 diagnostico precoce, tratamento da dor e estadiamento clinico.




                 Ações de Vigilância da Febre Amarela em Curitiba

                 Autores: CAROLINA DE CASTRO ARAÚJO PACHECO; Ana Paula Coninck Mafra Poleto; Vivien Midori Morikawa; Regina Akemi Utime;
                 Marion Burger. Instituição: Universidade Federal do Paraná

                 Palavras-chave: Febre Amarela; Vigilância; Epidemiologia
                 A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda de notificação compulsória no Brasil. Desde dezembro de 2016 o
                 país vem enfrentando um surto de febre amarela silvestre, com expansão da circulação viral a partir da área endêmica (Região
                 Amazônica) para o sudeste do país. Os primatas não humanos (PNH) são considerados sentinelas e indicadores da circulação
                 do vírus amarílico, uma vez que são sensíveis à doença, por meio do contato com vetor transmissor. Em Curitiba a vigilância de
                 epizootias é realizada desde 2008, com o monitoramento passivo dos PNH. Com o aumento da sensibilidade da população,
                 devido à ação da mídia frente ao aumento de casos no Brasil, bem como em face do histórico de trabalho desenvolvido
                 pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), entre 01 de janeiro e 30 de maio deste ano foram notificadas 16 mortes de
                 PNH no município, sendo 8 Callithrix sp. (sagui), 7 Alouatta sp. (bugio) e 1 Sapajus sp. (macaco prego). As notificações foram
                 registradas no SINAN, Ficha de Notificação de epizootias. Foram realizadas investigações eco-epidemiológicas, e 12 (75%) dos
                 animais tiveram amostras de material biológico coletadas para o envio ao Laboratório Central do Estado (LACEN). Os demais
                 animais já estavam em algum grau de decomposição, impedindo a coleta de material. A partir das primeiras notificações, a
                 UVZ realizou o georreferenciamento dos animais mortos e o Centro de Epidemiologia divulgou nota técnica a toda equipe,
                 com esclarecimentos sobre a febre amarela, recomenda a vacinação dos moradores das áreas vulneráveis, próximas às matas
                 e dos principais rios (Barigui e Iguaçu) que cortam a cidade. Anteriormente a isso, em 2017, o município já vinha realizando
                 vacinação em crianças a partir dos 9 meses de idade e pessoas nunca vacinadas, com viagens programadas para áreas com
                 recomendação de vacina ou países que exigem o Certificado Internacional de Vacinação. Desta forma, as ações de vigilância
                 foram reforçadas, de maneira a prevenir casos de febre amarela silvestre em Curitiba, num trabalho integrado entre o Centro
                 de Epidemiologia e a Unidade de Vigilância de Zoonoses. Nenhum caso autóctone de febre amarela silvestre foi confirmado
                 no município até o momento.



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