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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Acidentes com Material Biológico entre Estudantes de Medicina de uma Universidade
Pública do Sul do Brasil Cursando o Internato.
Autores: TALITA KELLER FERREIRA; Amanda Juliani Arneiro; Giovana Daniela Pecharki; Marcia Maehler Matteussi; Eliana Remor Teixeira.
Instituição: Departamento de Saude Coletiva da Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: estudantes de medicina; material biológico; acidentes de trabalho
Os acidentes com material biológico são definidos como aqueles que envolvem sangue e/ou fluidos biológicos humanos
potencialmente contaminados, por meio de ferimentos causados por materiais perfurocortantes ou exposição cutânea e
mucosa. São considerados perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir os vírus das hepatites B, C e do HIV
entre trabalhadores e estudantes na área de saúde, os quais estão sujeitos ao risco durante o processo de formação para
prática profissional. Assim, esta pesquisa tem como objetivo avaliar a prevalência dos acidentes com material biológico
entre graduandos de medicina de uma Universidade Pública do Sul do Brasil cursando o Internato, bem como identificar as
atividades mais frequentes que expõem os estudantes ao risco. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e com abordagem
quantitativa. Os dados foram coletados por meio de questionário semiestruturado autoaplicável, juntamente com a assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A amostra foi composta por 148 graduandos matriculados do nono ao décimo
segundo período. Os resultados preliminares demonstram 71 (47,97%) alunos já haviam sofrido pelo menos um acidente com
material biológico durante o curso e 103 (69,59%) relataram ter feito vacina para hepatite B e soroconverteram. As características
principais desses acidentes abrangem a ocorrência durante prática de atividade extracurricular (76,81%); exposição percutânea
envolvendo sangue (54,29%); durante a realização de algum procedimento cirúrgico em Pronto Atendimento de Hospitais Públicos
(52,24%); enquanto o aluno cursava o quinto período do curso (45,71%); uso inadequado do equipamento de proteção individual
(34,28%); em apenas 42,86% houve a notificação no SINAN; e 40,84% relataram ao menos uma consulta de acompanhamento
pós-exposição. Observou-se prevalência alta de acidentes com material biológico entre os alunos. Ações de treinamento e
orientações quanto à imunização, medidas de segurança no manuseio de perfuro-cortantes e materiais biológicos e uso de
equipamentos de proteção individual devem ser incorporados logo no início do curso, e retomadas periodicamente. Além de
melhorias nas medidas preventivas de acidentes nas instituições que promovem atividades práticas e estágios para graduandos
com a finalidade de reduzir os riscos de contaminação no futuro profissional da saúde.
Acidentes com Material Biológico entre Graduandos do Curso de Medicina do
Primeiro ao Oitavo Período de uma Universidade Pública no Sul do Brasil
Autores: RAMON DE MELO SOUZA; Thiago Henrique de Siqueira; Mariam Nasser Sati; Marcia Maehler Matteussi; Eliana Remor Teixeira.
Instituição: Departamento de Saúde Coletiva/Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Estudantes de Medicina; Material Biológico; Acidentes de Trabalho
Os acidentes com material biológico são uma das causas relevantes e evitáveis de infecção por vários patógenos, como o vírus
da hepatite B e o HIV, em profissionais da saúde. Estudos apontam a relação da elevada exposição de estudantes de medicina
a esse tipo de acidente e a menor experiência com procedimentos que envolvem materiais biológicos. O objetivo do presente
estudo é avaliar, por período do curso, a prevalência e distribuição dos acidentes com material biológico entre graduandos de
medicina de uma universidade pública no Brasil do primeiro ao oitavo período do curso, assim como identificar as atividades
mais frequentes que expõem os estudantes ao risco. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, no qual
foram aplicados os questionários após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes. Os
dados foram tabulados no software Epi-Info™, versão 7.2. A amostra do estudo é de 515 participantes, totalizando 66,54% dos
estudantes dos oito primeiros períodos do curso. Os resultados ainda são preliminares. A prevalência de acidentes foi de 78 (15,1%),
predominando no quinto e sexto períodos, 42,1% e 26,3%, respectivamente. Os acidentes ocorreram em ambiente hospitalar em
88,5% dos casos. Foram relatados um número considerável durante a realização de procedimentos cirúrgicos (44,6%) e 93,4%
aconteceram em atividades extracurriculares. Quanto à vacinação contra hepatite B, apenas 29,3% dos participantes relataram
o conhecimento da sua soroconversão após a administração das três doses da vacina. Quanto ao material, 69,8% se expuseram
a sangue e 28,8% a fluido com sangue. Foi identificado que os participantes foram expostos desde os primeiros períodos do
curso e que houve um aumento notável da prevalência dos acidentes do 4º (5,6%) para o 5º período (19,1%). Apenas 35% dos
acidentes relatados foram notificados no SINAN e apenas 25,7% dos acidentados realizaram ao menos a primeira consulta
de acompanhamento. Este estudo evidenciou a necessidade de atenção especial para orientação, prevenção de acidentes
com material biológico e promoção de saúde, ainda no início do curso. Ações que facilitem aos graduandos a realização da
vacinação contra a hepatite B e confirmação da soroconversão, assim como melhorias no acompanhamento após exposição
mostram-se fundamentais. Salienta-se, ainda, a necessidade de aumentar a notificação no SINAN pelos serviços que atendem
esse tipo de acidente.
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