Page 446 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA
Um Olhar Sobre a Crise na Educação de Hannah Arendt e Suas Contribuições para a
Discussão da Violência na Escola
Autores: LUIZ GUSTAVO DUARTE. INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Palavras-chave: Hannah Arendt, Violencia, Autoridade
Introdução: Hannah Arendt, filósofa contemporânea, publicou no final dos anos 50 um texto intitulado Crise na Educação
onde analisa as origens desta na sociedade americana da época, passando por temas transversais que mantém sua obra
pertinente para discussão mesmo na conjuntura política atual sendo ainda discutida por pesquisadores. Objetivo: Discutir a
relação entre autoridade e violência no âmbito escolar nos debates contemporâneos do tema correlacionando com as ideias
de Hannah Arendt. Métodos: Pesquisa qualitativa onde se usou da revisão narrativa. Discussão: Para Arendt, a autoridade se
dá em uma ação que se dirige para fora dela mesma, se exercendo na pluralidade, sendo exterior a atualidade do próprio
homem, implicando em uma hierarquia na qual a sua legitimidade é reconhecida explicitando esta exterioridade além dela
mesma, tendo-se o exemplo da relação professor-aluno. Contudo, atualmente ainda temos um enevoamento do conceito de
autoridade, de modo que é compreendida como eufemismo para tirania ou autoritarismo. Junto a este enevoamento temos
uma perda da autoridade em si na escola, pois ela se legitima na pluralidade e é dada pela assimetria, porém muitas vezes
a escola é incumbida da educação das crianças e não é atribuída de autoridade para tal visto que a educação é tida como
apenas um produto, tirando o valor da formação de cidadãos, assim, quando os alunos não possuem referencial de autoridade
na escola, são deixados a autoridade do grupo deles mesmos, onde esta é muito mais tirânica do que a de um único indivíduo.
Junto a isto, a violência se entrelaça com o conceito de autoridade, pois ela se instala quando o poder é frágil, e para se
discutir o tema Arendt propõe a desmitificação através da desnaturalização, despersonificação e desdemonização para então
compreender a violência como um fenômeno. Assim, a violência não pode ser naturalizada ou banalizada dentro do sistema
educacional, pois ela se demonstra devido a um modelo sustentado politicamente que permite a ausência da autoridade do
educador. Conclusão: Uma sociedade que não tenha na educação a manutenção e discussão sobre a autoridade que a escola
deva exercer através de ambientes democráticos de um modo que as relações interpessoais e a realidade se transforme, mas
sim onde se prende a amarras consumistas e mercadológicas as quais vislumbram a educação apenas como um produto, deve
repensar sua forma de inserção na educação devido a sua contribuição para violência gerada na escola.
Uso de Substância Psicoativa no Acolhimento Institucional e Seus Impactos
Autores: BEATRIZ MARIA DOS SANTOS SANTIAGO RIBEIRO; Elen Ferraz Teston; Júlia Trevisan Martins; Victor Hideaki Goto Hirai.
Instituição: Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Acolhimento Institucional, Substância Psicoativa, Adolescente
Atualmente podemos observar que o número de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional é grande.
Os acolhimentos podem surgir em reação de diversos direitos que foram violados aos indivíduos em questão, crianças e
adolescentes. Objetivou-se descrever o contexto social de adolescentes usuários de substâncias psicoativas que estão sobre
medida de proteção, mas especificamente em situação de acolhimento institucional. É uma pesquisa de caráter bibliográfico.
Dentro dos motivos do uso de drogas estão os fatores de situações de risco e vulnerabilidade, conflitos intensos nas relações
familiares, e as crianças e adolescentes que estão acolhidos, de alguma forma vivenciaram alguma situação de risco, de
vulnerabilidade social, violência ou vivenciaram conflitos familiares, que podem ter influenciado para dar início ao uso de
substâncias, como também pelos autores, outro motivo de iniciação ao uso é do pertencimento de grupos, principalmente
na adolescência. A recuperação dos usuários de drogas não é rápida, é um processo longo com frequentes recaídas e que se
fazem necessárias múltiplas tentativas para que no final se tenha um sucesso no tratamento.
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