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EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA  EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA



                 Obesidade Sob o Olhar Antropológico - Etnografia Online do Movimento Plus Size

                 Autores: NATANIELE PATRICIA BOHN PFUETZENREITER; Denise Martin. Instituição: Universidade Católica de Santos

                 Palavras-chave: Obesidade, plus size, prática online de etnografia
                 A prevalência da obesidade apresenta índices alarmantes, fato que motivou a Organização Mundial da Saúde qualificá-la como
                 epidemia. Estima-se que 51% da população brasileira está acima do peso. A obesidade remete diretamente ao corpo e também
                 à saúde. É necessário compreendê-la no contexto sociocultural na qual está inserida. O movimento Plus Size é uma proposta de
                 enfrentamento, que discute padrões, moda e saúde influenciando comportamentos e o relacionamento dos obesos com o mundo.
                 É na internet que o movimento encontra sua potencialidade. Este estudo qualitativo, baseado na prática online de etnografia, tem
                 como objetivo analisar o movimento Plus Size a partir de relatos disponíveis nas redes sociais em uma perspectiva antropológica.
                 Acompanhamos no Instagram 3 perfis relacionados ao movimento plus size o Blog Mulherão (www.instagram.com/blogmulherao/)
                 de  Renata  Poskus,  (www.instagram.com/alexandrismos/)  de  Alexandra  Gurgel  e  (www.instagram.com/marianaxavieroficial/)  de
                 Mariana Xavier. Observou-se 3 principais discussões: 1.moda: indicações e dicas de onde encontrar roupas e a divulgação da moda
                 plus size. Quem não se adequa aos padrões construídos socialmente, se delimita ao periférico, ao que deve ser ocultado, sendo
                 retirado da vida social corrente. 2. a forma que as responsáveis pelo perfil vivem e encaram as situações de dificuldades são os
                 assuntos mais comentados pelas seguidoras, por se sentirem representadas pelas postagens e pela coragem de expor o corpo
                 que constantemente é criticado. A coragem de enfrentar o regime social de ocultação e a forma como vivem torna-se um objeto
                 a ser conquistado. 3. debates sobre conceitos como empoderamento, gordofobia, saúde, construções sociais e a importância do
                 amor próprio independente do seu peso. Observa-se que as seguidoras não enfrentam somente os preconceitos alheios, mas
                 os próprios ódios por se encontrarem fora dos padrões que foram construídos socialmente. Estes perfis proporcionam um local
                 de reconhecimento entre pares, acolhimento, busca por seus direitos, amor próprio e possibilidade de mostrar que o obeso não
                 é somente um sujeito com fator de risco para adoecer. Apoiadas nas ciências sociais e humanas, pretende-se contribuir com a
                 ampliação  do  debate  sobre  os  conceitos  relacionados  à  obesidade  e  padrões  de  beleza.  Estes  conceitos  são  naturalizados,
                 provocando  repercussões  na  construção  do  individuo  como  ódio, vergonha  e  isolamento  social,  ultrapassando,  desta  forma,  a
                 perspectiva biomédica.




                 Para Além da Cura: Processo de Implantação da Comissão de Cuidados Paliativos em
                 um Hospital Público Secundário


                 Autores: GISELE CARVALHO REMONDI; Solange Gomes da Silva; Ana Cláudia Mazziero Rico; Katiele Fernanda Larios; Aline Aparecida
                 de Oliveira Moreira. Instituição: Hospital Dr. Eulalino Ignácio de Andrade - SESA/PR

                 Palavras-chave: Cuidados paliativos; Humanização da assistência hospitalar.
                 Nas  últimas  décadas,  observamos  um  envelhecimento  progressivo  da  população  mundial  ao  mesmo  tempo  em  que  ocorreu
                 um significativo avanço tecnológico e terapêutico, o que resultou em um aumento da longevidade e da prevalência de doenças
                 crônicas. Nem sempre métodos invasivos e de alta tecnologia fornecem a assistência que o paciente mais necessita. Os Cuidados
                 Paliativos (CP) são uma alternativa para estes casos, com possibilidades de intervenção clínica e terapêutica nas diversas áreas de
                 conhecimento da ciência médica e de conhecimentos específicos. Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS)
                 “Cuidado Paliativo é uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças
                 que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e
                 tratamento  da  dor  e  outros  problemas  de  natureza  física,  psicossocial  e  espiritual”.  Neste  relato  de  experiência,  objetivamos
                 descrever o processo de implantação da comissão de cuidados paliativos no Hospital Dr. Eulalino Ignácio de Andrade – Zona Sul de
                 Londrina (HZS). A Comissão Intra-Hospitalar de Cuidados Paliativos (CICP-HZS) foi criada no dia 01 agosto de 2017, com atribuições
                 de caráter consultivo, educativo e interventivo. Os membros pertencem a diferentes áreas de atuação do serviço, possibilitando a
                 ação multiprofissional e interdisciplinar almejada. Suas metas são o alívio do sofrimento, a assistência humanizada ao doente e seus
                 familiares e o controle dos sintomas e da dor, orientada pela busca da maior autonomia possível do paciente. Apesar de ter sido
                 instituída em 2017, somente em Abril de 2018 a especialidade começou a atender pacientes do HZS. Durante este período, a CICP-
                 HZS esteve envolvida com a criação dos planos de cuidados que regeriam as condutas a serem tomadas, capacitação teórica dos
                 seus membros e estratégias para sensibilizar e mobilizar a comunidade interna do HZS sobre o tema, por meio de encontros com
                 especialistas na área. Outra providência foi a reforma de um quarto de enfermaria para o uso exclusivo dos pacientes em CP, o que
                 proporcionou um local mais adequado às necessidades destes pacientes e seus familiares, como, por exemplo, horários de visita
                 diferenciados e assistência à família após a morte do paciente. O Cuidado Paliativo não se baseia em protocolos específicos, mas sim
                 em princípios, com o olhar voltado às necessidades singulares de cada paciente.


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