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EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA



                 Grupo de Trabalho Sobre Medicamentos do Paraná: Trajetória para Implantação e
                 Implementação da Logística Reversa de Medicamentos em Desuso no Estado

                 Autores: JAVIER SALVADOR GAMARRA JUNIOR; Eloisa Maria Wistuba; Lia Mello de Almeida; Luciane Otaviano de Lima; Mônica
                 Cavichiolo Grochocki. Instituição: Grupo de Trabalho sobre Medicamentos do Paraná
                 Palavras-chave: Logística reversa; Descarte de medicamentos; Resíduos de saúde
                 Caracterização do problema: Medicamentos são os principais instrumentos nos sistemas de saúde, com potencial de se tornar
                 poluentes ambientais perigosos, em função de passivo que necessita de gestão. Brasil, com a Política Nacional de Resíduos Sólidos
                 (2010) passou a se ocupar do tema tentando Acordo Setorial nacional envolvendo a cadeia farmacêutica para logística reversa de
                 medicamentos (LRM). Acordo falhou, veio o Decreto Federal nº 9.177/2017 - atores das cadeias econômicas abrangidas pela PNRS
                 devem estruturar e implementar sistemas de Logística Reversa (LR). Fundamentação teórica: Medicamentos são micropoluentes
                 e/ou  microcontaminantes  e  podem  gerar  impactos  ambientais  negativos  importantes.  LR  é  ferramenta  para  desenvolvimento
                 econômico-social que viabiliza coleta e restituição dos resíduos das atividades aos atores das cadeias para destinação ambiental.
                 Descrição da experiência: Grupo de Trabalho sobre Medicamentos do Paraná (GTM-PR) surgiu a partir de Audiência Pública em
                 Curitiba de projeto de lei que obrigava coleta dos medicamentos em desuso pelas farmácias de Curitiba (29/06/2011). Conselho
                 Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR), chamado para contribuir na discussão, juntou-se a outros atores da cadeia farmacêutica
                 (entidades farmacêuticas, secretarias municipais e estaduais da Saúde e do Meio Ambiente, representantes do setor produtivo,
                 varejista, atacadista e academia) para construir base legal municipal e estadual. Escopo: discutir implantação e implementação da LRM
                 no estado e contribuir em nível nacional. O trabalho resultou na Lei Municipal de Curitiba 13.978/2012 e Lei Estadual 17.211/2012 e suas
                 regulamentações. GTM-PR organizou o Projeto Piloto para coleta de medicamentos em desuso de Curitiba (2014-2015); colaborou na
                 elaboração da Lei estadual, que resultou no Plano Estadual de Logística Reversa de Medicamentos. Efeitos alcançados: integração
                 de dezenas de entidades públicas e privadas para LRM; ampliação da discussão do tema na sociedade e cadeia farmacêutica;
                 coleta de quatro toneladas de resíduos no projeto piloto em 43 pontos de coleta (farmácias, unidades de saúde); contribuição para
                 regulação do descarte de medicamentos em desuso pela população, nível local e estadual. Recomendações: ampliação do Plano
                 Estadual; maior envolvimento do Ministério Público no acompanhamento do Plano; fortalecimento da agenda para efetivação do
                 Decreto nacional; maior engajamento do setor produtivo, especialmente indústrias e distribuidoras.



                 Humanização e Odontologia: uma Reflexão Sobre a Prática no Ensino Superior


                 Autores: BIANCA LIMA DE BARROS; Luana Caroline Ribeiro Santioni Veiga; Luciene Patrici Papa; Marcos Roberto Donizete Camargo;
                 Eduarda Gimenes Corrêa. Instituição: Centro Universitário Faculdade Sudoeste Paulista

                 Palavras-chave: Humanização; Inclusão social; Odontologia
                 Os profissionais da saúde são muitas vezes criticados pela falta de humanização com o atendimento ao público em geral, e com os
                 profissionais da Odontologia, não é diferente. Todavia, o problema se intensifica se os pacientes apresentam algum tipo de deficiência,
                 dentre as quais a deficiência intelectual. Desta maneira, formar profissionais aptos humana e tecnicamente para este atendimento
                 é um desafio que deve ser encarado desde o inicio da graduação, o que apresenta a caracterização do problema desse estudo,
                 que traz em seu bojo a descrição da Odontologia, caracterizada como profissão em que se peca pelo excesso de técnica e falta de
                 habilidades sociais e humanas e, a dificuldade do atendimento ao público em questão, que apresenta maior possibilidade de contrair
                 doenças bucais devido ao uso contínuo de medicamentos químicos, dificuldade no controle de placa bacteriana, hábitos alimentares
                 precários e, algumas vezes, limitações físicas. Neste encalço, acredita-se que possibilitar ao acadêmico o desenvolvimento de um
                 olhar mais crítico frente a diferentes realidades sociais é um caminho a ser considerado no desenvolvimento de habilidades que
                 promovam acolhimento e inclusão social. Desta forma o estudo busca compartilhar a experiência dos acadêmicos de Odontologia
                 no  desenvolvimento  do  “Projeto  Sorridente:  A  Odontologia  na  comunidade”  na  Fundação  Padre  Emilio  Immos,  Instituição  de
                 acolhimento  para  pessoas  com  deficiência.  Durante  a  realização  deste  projeto,  os  acadêmicos  frequentam  a  instituição  onde
                 desenvolvem atividades lúdicas e clínicas com os acolhidos e depois os recebem nas dependências da Universidade para realização
                 de tratamentos mais complexos, o que permite aos acolhidos à inserção social, além do atendimento odontológico propriamente dito.
                 Depreende-se desta maneira que esta convivência “naturaliza” a deficiência, quebrando preconceitos muitas vezes arraigados à falta
                 de conhecimento e de vivencia extra-clínica. Depreende-se ainda que promover possibilidades para a formação técnico-científica
                 humanizada através da vivência de diferentes realidades possibilita o entender das limitações, vulnerabilidades e necessidades dos
                 indivíduos, levando a prática da Odontologia Integral que atende efetivamente, o que se deseja de qualquer profissão da saúde, o
                 atendimento do paciente de maneira integral.




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