Page 437 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA



                 Dificuldade dos Cuidadores Formais de Idosos no Domicílio

                 Autores: DAYANE BARROS ESTEVES. INSTITUIÇÃO: UNICAMP

                 Palavras-chave: Cuidador de idoso; Cuidado; Envelhecimento
                 O aumento da população idosa e as novas configurações da família, fez ascender um novo grupo profissional importante para a
                 o cuidado ao idoso dependente, o cuidador formal de idoso (CF). O objetivo deste estudo foi descrever as principais dificuldades
                 nas rotinas de cuidado a idosos dependentes, bem como descrever o perfil dos cuidadores formais de idosos que atuam
                 no domicilio. Trata-se de um estudo qualitativo, em que a coleta de dados foi realizada por entrevista semiestruturada que
                 abordou os aspectos sociosdemográficos e questões referentes as dificuldades enfrentadas nas rotinas de cuidado pelos CF.
                 Foram entrevistados 29 cuidadores, no qual houve o predomínio o sexo feminino (n=27), com idade entre 30 e 71 anos. No que
                 se refere ao grau de escolaridade, verificou-se que 20 cuidadores tinham o ensino médio completo, 2 tinham o ensino médio
                 incompleto,  5  apresentavam  ensino  fundamental  completo  e  2  ensino  fundamental  incompleto. As  principais  dificuldades
                 relatadas pelos participante foram divididas em dois aspectos: 1) esforço físico, tendo como relato principal a dificuldade na
                 transferência dos idosos e 2) dificuldades emocionais, no qual os cuidadores relataram dificuldades em lidar com o processo de
                 morte e morrer dos idoso. Nos depoimentos, os cuidadores relataram que as situações de morte e luto são fenômenos difíceis e
                 complexos, e muitos se percebem despreparados para lidar com as questões da finitude, tendo a visão que a morte é sinônimo
                 de fracasso e impotência. Muitos CF alegaram que não tiveram uma elaboração do luto após as experiências com a morte dos
                 idosos, nenhum entrevistado relatou ter participado de rituais coletivos que permitissem dar sentido as experiências vividas,
                 o que revelou que os CF lidam sozinhos com seu luto de tal forma que as experiências se tornam pesadas. Uma perda sem a
                 elaboração adequada do luto pode produzir consequências com maior possibilidade de adoecimento para o CF. Os resultados
                 obtidos  sugerem  a  necessidade  de  desenvolvimento  de  programas  de  formação  direcionados  aos  cuidadores  formais  de
                 idosos, de modo a adquirir competências perante as dificuldades encontradas no estudo, bem como o desenvolvimento de
                 iniciativas que visem a criação de espaços para a discussão e reflexão que possibilitem uma maneira de lidar com a morte de
                 forma menos pesada e mais natural.




                 Dilemas Maternos Quanto as Malformações Fetais Incompatíveis com a Vida

                 Autores: GISELE FERREIRA PARIS; Francine de Montigny; Sandra Marisa Pelloso. Instituição: Universidade Estadual do Oeste do
                 Paraná, Université du Quebéc en Outaouais, Universidade Estadual de Maringá

                 Palavras-chave: luto materno; malfomações; profissionais da saúde

                 Os avanços tecnológicos permitiram cada vez mais o acesso às informações sobre os fetos, inclusive no que diz respeito
                 à  detecção  de  malformações  fetais,  as  quais  podem  gerar  sérias  repercussões  psicológicas  nos  pais  e  familiares.  Com  a
                 notícia da malformação na assistência pré-natal, o sentimento de luto precisa ser elaborado, e nos casos de malformações
                 incompatíveis com a vida, não só a vivência do luto relativo ao filho idealizado deve ser elaborado, o que costuma ocorrer
                 ao final de qualquer gestação, mas também o luto do próprio bebê real. Este processo, costuma seguir um percurso que
                 autores dividem nas seguintes fases: choque; negação; tristeza, cólera e ansiedade; equilíbrio e reorganização. Neste contexto,
                 este estudo teve como objetivo discorrer acerca da percepção de mães quanto aos diagnósticos de malformações fetais
                 apresentados como incompatíveis com a vida. Trata-se de dois relatos de experiência envolvendo uma mulher do Brasil e
                 uma do Canadá que receberam o diagnóstico pré-natal de malformação incompatível a vida no ano de 2014. A pesquisa teve
                 aprovação no comitê de ética em pesquisas envolvendo seres humanos. Os relatos marcaram sentimentos de tristeza, saudade
                 e sensação de vazio pela perda do filho, revelaram também a necessidade das mães manterem-se ligadas ao filho falecido. As
                 mães estavam e continuaram vinculadas aos seus filhos e com o diagnóstico de malformação incompatível a vida na assistência
                 pré-natal, a interrupção terapêutica da gestação foi um pensamento para uma mãe e uma escolha para a outra com a intenção
                 de minimizar a dor de uma perda inevitável, mas não as pouparam de vivências de grande sofrimento. O diagnóstico pré-natal
                 de malformação incompatível com a vida, trouxe também uma série de outras implicações para a gestante, seu companheiro
                 e demais familiares, como sentimentos de: frustração, culpa, incapacidade e perda; crises no sistema familiar e isolamento
                 social. O presente estudo abordou a vivência de mães com diagnósticos de malformações fetais incompatíveis a vida para a
                 discussão e planejamento de abordagens e cuidados com a saúde de mulheres que recebem o diagnóstico de malformação
                 fetal. Espera-se que este trabalho possa servir de subsídio para incentivar a reflexão e a discussão sobre essa temática e assim
                 contribuir com o trabalho dos profissionais que atuam com as famílias que vivenciam essa situação.




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