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EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA  EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA



                 Criação de um Grupo de Ouvidores de Vozes: do Ouvir ao Escutar

                 Autores: LORAINE OLTMANN DE OLIVEIRA; Sarah Almeida Amaral Alves; Fernando Castilho Pelloso; Sabrina Stefanello ; Deivisson
                 Vianna Dantas dos Santos. Instituição: Universidade Federal do Paraná
                 Palavras-chave: Saúde Mental; Ouvidores de vozes;;Recovery
                 Esse trabalho visa demonstrar por meio do relato de experiência a construção de um grupo de Ouvidores de Vozes. A principal
                 forma de intervenção utilizada atualmente com pessoas que ouvem vozes é suprimindo-as, principalmente com medicação.
                 Novas  abordagens  estão  surgindo  aos  poucos,  sendo  uma  delas  o  “Movimento  Internacional  dos  Ouvidores  de  Vozes  -
                 Intervoice”, criado na Holanda na década de 80. Esse movimento acredita nas seguintes premissas: quem ouve vozes não
                 necessariamente tem uma doença; normalmente as vozes estão relacionadas a história do sujeito, sendo parte da experiência
                 humana. Sendo assim, a pessoa pode aprender a lidar com esse fenômeno, entendendo-as e partilhando. A criação de um
                 grupo de ouvidores de vozes envolve então uma mudança de paradigma: as vozes passam a ser ouvidas. A criação do grupo
                 ocorreu no período de agosto/2017 a dezembro/2017 em um Centro de Atenção Psicossocial de Curitiba, a partir de uma
                 capacitação com um dos pioneiros no movimento, Paul Baker. Primeiramente os profissionais da equipe indicaram usuários
                 que teriam trazido previamente em seu relato que ouvem vozes. Foram então marcados cerca de dois atendimentos individuais
                 por pessoa a fim de conhecer sua história de vida e questionar o interesse em participar de um grupo com essa temática. Cerca
                 de 12 pessoas estiveram presentes em pelo menos dois atendimentos. Alguns participantes atendidos tinham dificuldade em
                 falar sobre essa temática - muitos diziam ter medo da experiência e também receio de serem internados; porém a maior parte
                 dos usuários já possuíam estratégias para lidar com isso. Durante os atendimentos afirmaram também sentir-se aliviados em
                 saber que não estão sozinhos e por poder falar do assunto de forma mais aberta, bem como curiosos com relação à outras
                 experiências. Depois dos atendimentos pode-se confirmar a vontade da grande maioria dos entrevistados de criar e participar
                 do grupo. Enquanto o grupo estava sendo montado cada vez mais usuários do serviço iam se interessando e pediam para
                 participar. A partir desses atendimentos as pessoas que ouvem vozes estão começando a perceber essa experiência de forma
                 mais naturalizada, entendendo que essa parte da vida também merece ser escutada e que tem relação com sua história. Todos
                 os usuários entrevistados se interessaram por aprender novas maneiras de lidar com suas dificuldades, bem como partilhar
                 essa experiência.




                 Depilação íntima: Características Sobre Comportamento e Saúde da Mulher

                 Autores: ANDRESSA SEIXAS GULIN; Nathália Silva do Prado; Laís Nicole Gonçalves Panizzi; Cristiane Dudek; Ana Luiza Reichmann
                 Moreira Pinto Kutzke. Instituição: Universidade Positivo

                 Palavras-chave: Saúde da mulher; Depilação íntima; Promoção de saúde.
                 Introdução: O hábito da depilação pubiana é comum na sociedade ocidental e está relacionado a motivações e comportamentos
                 que vem sendo estudados em todo o mundo. Objetivos: Conhecer o comportamento feminino relacionado ao procedimento
                 de depilação íntima, relacionando-os com vida sexual e consultas ginecológicas. Avaliar este hábito como oportunidade de
                 promoção de saúde da mulher. Método: Estudo epidemiológico tipo descritivo transversal, com coleta de dados através de
                 questionários eletrônicos para mulheres com 18 a 45 anos, residentes em Curitiba - Paraná, Brasil, disponibilizados no período
                 de setembro a novembro de 2016. RESULTADO E Conclusão: Dos 410 questionários válidos, 85% são de etnia branca, 41%
                 estudantes, 31,2% casadas, 31,7% namorando, 29% solteiras. A maioria (94%) das entrevistadas já realizaram depilação, 43,7% o
                 fizeram pela primeira vez antes dos 15 anos, 60% delas o fazem habitualmente com uma depiladora profissional e 53% destas
                 afirmam ter uma relação de amizade com a profissional. A remoção de pelos pubianos é em média 13 vezes mais frequente que
                 consultas ginecológicas/ano. Os principais motivos para realizar a depilação na região íntima (79%) são: higiene e utilização de
                 roupa de banho. Entretanto, há uma correlação significativa entre a idade de início da atividade sexual e a primeira depilação
                 (p<0,001). 57,1% das entrevistadas têm como principal método a retirada de todo pelo pubiano da região vaginal e anal - método
                 de preferência dos seus parceiros sexuais. O hábito de depilação pubiana é comum e está relacionado à vida sexual feminina.
                 A realização do procedimento junto a profissionais de depilação é frequente e apresenta uma relação de proximidade entre
                 cliente e depiladora. Levanta-se a hipótese do potencial de disseminar conceitos de promoção de saúde da mulher junto a este
                 hábito. Mais estudos são necessários para melhor compreensão desse comportamento e para identificar o potencial destas
                 profissionais na promoção de saúde feminina.






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