Page 436 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA
Criação de um Grupo de Ouvidores de Vozes: do Ouvir ao Escutar
Autores: LORAINE OLTMANN DE OLIVEIRA; Sarah Almeida Amaral Alves; Fernando Castilho Pelloso; Sabrina Stefanello ; Deivisson
Vianna Dantas dos Santos. Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Saúde Mental; Ouvidores de vozes;;Recovery
Esse trabalho visa demonstrar por meio do relato de experiência a construção de um grupo de Ouvidores de Vozes. A principal
forma de intervenção utilizada atualmente com pessoas que ouvem vozes é suprimindo-as, principalmente com medicação.
Novas abordagens estão surgindo aos poucos, sendo uma delas o “Movimento Internacional dos Ouvidores de Vozes -
Intervoice”, criado na Holanda na década de 80. Esse movimento acredita nas seguintes premissas: quem ouve vozes não
necessariamente tem uma doença; normalmente as vozes estão relacionadas a história do sujeito, sendo parte da experiência
humana. Sendo assim, a pessoa pode aprender a lidar com esse fenômeno, entendendo-as e partilhando. A criação de um
grupo de ouvidores de vozes envolve então uma mudança de paradigma: as vozes passam a ser ouvidas. A criação do grupo
ocorreu no período de agosto/2017 a dezembro/2017 em um Centro de Atenção Psicossocial de Curitiba, a partir de uma
capacitação com um dos pioneiros no movimento, Paul Baker. Primeiramente os profissionais da equipe indicaram usuários
que teriam trazido previamente em seu relato que ouvem vozes. Foram então marcados cerca de dois atendimentos individuais
por pessoa a fim de conhecer sua história de vida e questionar o interesse em participar de um grupo com essa temática. Cerca
de 12 pessoas estiveram presentes em pelo menos dois atendimentos. Alguns participantes atendidos tinham dificuldade em
falar sobre essa temática - muitos diziam ter medo da experiência e também receio de serem internados; porém a maior parte
dos usuários já possuíam estratégias para lidar com isso. Durante os atendimentos afirmaram também sentir-se aliviados em
saber que não estão sozinhos e por poder falar do assunto de forma mais aberta, bem como curiosos com relação à outras
experiências. Depois dos atendimentos pode-se confirmar a vontade da grande maioria dos entrevistados de criar e participar
do grupo. Enquanto o grupo estava sendo montado cada vez mais usuários do serviço iam se interessando e pediam para
participar. A partir desses atendimentos as pessoas que ouvem vozes estão começando a perceber essa experiência de forma
mais naturalizada, entendendo que essa parte da vida também merece ser escutada e que tem relação com sua história. Todos
os usuários entrevistados se interessaram por aprender novas maneiras de lidar com suas dificuldades, bem como partilhar
essa experiência.
Depilação íntima: Características Sobre Comportamento e Saúde da Mulher
Autores: ANDRESSA SEIXAS GULIN; Nathália Silva do Prado; Laís Nicole Gonçalves Panizzi; Cristiane Dudek; Ana Luiza Reichmann
Moreira Pinto Kutzke. Instituição: Universidade Positivo
Palavras-chave: Saúde da mulher; Depilação íntima; Promoção de saúde.
Introdução: O hábito da depilação pubiana é comum na sociedade ocidental e está relacionado a motivações e comportamentos
que vem sendo estudados em todo o mundo. Objetivos: Conhecer o comportamento feminino relacionado ao procedimento
de depilação íntima, relacionando-os com vida sexual e consultas ginecológicas. Avaliar este hábito como oportunidade de
promoção de saúde da mulher. Método: Estudo epidemiológico tipo descritivo transversal, com coleta de dados através de
questionários eletrônicos para mulheres com 18 a 45 anos, residentes em Curitiba - Paraná, Brasil, disponibilizados no período
de setembro a novembro de 2016. RESULTADO E Conclusão: Dos 410 questionários válidos, 85% são de etnia branca, 41%
estudantes, 31,2% casadas, 31,7% namorando, 29% solteiras. A maioria (94%) das entrevistadas já realizaram depilação, 43,7% o
fizeram pela primeira vez antes dos 15 anos, 60% delas o fazem habitualmente com uma depiladora profissional e 53% destas
afirmam ter uma relação de amizade com a profissional. A remoção de pelos pubianos é em média 13 vezes mais frequente que
consultas ginecológicas/ano. Os principais motivos para realizar a depilação na região íntima (79%) são: higiene e utilização de
roupa de banho. Entretanto, há uma correlação significativa entre a idade de início da atividade sexual e a primeira depilação
(p<0,001). 57,1% das entrevistadas têm como principal método a retirada de todo pelo pubiano da região vaginal e anal - método
de preferência dos seus parceiros sexuais. O hábito de depilação pubiana é comum e está relacionado à vida sexual feminina.
A realização do procedimento junto a profissionais de depilação é frequente e apresenta uma relação de proximidade entre
cliente e depiladora. Levanta-se a hipótese do potencial de disseminar conceitos de promoção de saúde da mulher junto a este
hábito. Mais estudos são necessários para melhor compreensão desse comportamento e para identificar o potencial destas
profissionais na promoção de saúde feminina.
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