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EIXO: SAÚDE INTERNACIONAL, BIOÉTICA E OUTROS TEMAS DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA



                 Contaminação Ambiental Decorrente do Descarte de Medicamentos: Qual a
                 Participação da Sociedade Nesse Processo?

                 Autores: JOÃO LUIZ COELHO RIBAS; Ivana de França Garcia; Izabelle Cristina Garcia Rodrigues; Vera Lucia Pereira dos Santos; Augusto
                 Lima da Silveira. Instituição: Uninter / Universidade Positivo
                 Palavras-chave: Descarte Medicamento; Contaminação Ambiental; Medicamentos
                 Os produtos farmacêuticos têm um papel fundamental na cura de doenças e na contribuição para o aumento da qualidade de
                 vida. Contudo, essas sUBStâncias são alvos de pesquisas, pelo risco de contaminação ambiental que podem ser decorrentes da
                 excreção fisiológica e pelo descarte incorreto através do esgoto ou do lixo doméstico. Esses micropoluentes, presentes em estações
                 de tratamento de esgoto podem contaminar o solo e chegar aos lençóis freáticos, tornando-se um problema de saúde pública.
                 Diante disso, este estudo teve por objetivo analisar como ocorre o descarte de medicamentos entre a população amostral, através
                 de uma pesquisa de campo com aplicação de questionário on line, sem a identificação dos participantes. O predominio do perfil dos
                 187 entrevistados foi: gênero feminino (76%), idade entre 18 e 30 anos (58%), ensino superior completo (48%), renda familiar mensal
                 de R$ 2.501 a R$ 4.000 (27%). Os resultados demonstraram que os principais medicamentos descartados são os analgésicos (23%). A
                 maioria da população amostrada utiliza o lixo comum para a destinação final de medicamentos (38%), mesmo a grande maioria dos
                 entrevistados (80%) conhecendo as possíveis consequências do descarte incorreto. Nesse contexto percebe-se que a preocupação
                 com o meio ambiente e a saúde são fatores que possivelmente não sensibilizam essas pessoas. Em relação aquelas que atribuíam a
                 contaminação do meio ambiente devido ao descarte incorreto de medicamentos, 39% mencionaram que a culpa é dos usuários por
                 fazerem o descarte em local indevido; 29% culpam as políticas públicas por não obrigarem os fabricantes a fornecerem locais próprios;
                 21% apontam os fabricantes como culpados por não realizarem a logística reversa e 9% culpam os revendedores que não fornecem
                 locais adequados. Outro aspecto evidenciado pelo estudo demonstra ainda que 47% dos entrevistados desconhecem locais para
                 descarte de medicamentos e que 98,4% utilizariam as farmácias, caso essas fizessem o recolhimento. Assim, pode-se concluir que
                 a maioria dos entrevistados utilizam o lixo comum para descartar seus medicamentos, mesmo sabendo das consequências desse
                 ato e que a falta de uma legislação mais eficaz, aliada a uma educação ambiental ineficiente, faz com que as pessoas não se sintam
                 comprometidas com o descarte correto. A partir de uma educação ambiental efetiva e da disponibilização de informações claras
                 sobre o correto descarte, a poluição ambiental e os impactos resultantes poderão ser minimizados.



                 Contribuição da Teoria Freiriana para o Desenvolvimento do Sus


                 Autores: JESSICA CRISTIANE MARTINS. INSTITUIÇÃO: PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA
                 Palavras-chave: teoria do conhecimento; SUS; práticas

                 Construir um Sistema Único de Saúde (SUS) pautados em princípios como universalidade, igualdade, integralidade, parece uma
                 utopia, diante de um contexto de desmonte do sistema e da própria democracia. Diante dessa questão Paulo Freire (1921-1997),
                 contribui com a teoria do conhecimento, que possibilita que essas práticas sejam realizadas de forma libertadora, afirmando o SUS
                 como um campo democrático de inclusão social, direito de todos e fortalecimento da saúde. Portanto, evidenciar que as teorias
                 Freirianas podem contribuir para o desenvolvimento de uma saúde pública de qualidade, além disso, demonstrar que a articulação
                 entre teoria e prática fazem necessárias para o fazer em saúde, são objetivos desse trabalho. Para tanto, foram realizados estudos
                 bibliográficos destacando-se algumas obras como Pedagogia do Oprimido (1982) e Pedagogia da Esperança (1992), além dessas
                 obras os Cadernos de Educação Popular em Saúde do Ministério da Saúde (2013, 2014 e 2016) foram referenciais para apontar
                 desenvolvimento de práticas pautadas na teoria do conhecimento. Sendo assim, quando na Pedagogia do Oprimido vê-se conceitos
                 como liberdade, humanização, consciência, solidariedade, evidencia-se que faz necessário um SUS que esteja enriquecido com
                 tais conceitos, para que deixe de ser visto como um serviço e seja visto como um direito. No entanto, Freire em suas teorias deixa
                 evidente a relação da teoria e da prática, e nesse sentido o fazer em saúde deve superar o fazer pelo fazer, para que esse fazer seja
                 uma ação transformadora uma depende da outra, pois teoria sem prática é blá-blá-blá e prática sem teoria é ativismo. (FREIRE, 2014)
                 Ainda como resultado destaca-se o diálogo freiriano como um caminho para invenção da cidadania e consolidação da democracia
                 (FREIRE, 1992), estratégia que pode ser utilizada nas diversas relações previstas no SUS. Sendo assim, conclui-se o referencial teórico
                 freiriano corresponde aos princípios do SUS, sendo necessário que essas teorias cheguem até os profissionais, que por diversas
                 vezes são silenciados pelo próprio cotidiano. Portanto, para que de fato o SUS seja um direito, seja humanizado e tenha equidade,
                 faz necessário políticas de formação profissional e programas de Educação Popular nesses espaços, que saiam dos “cadernos” e
                 estejam presentes nas Unidades Básicas de Saúdes, na Vigilância em Saúde, na atenção secundária e terciária, contribuindo para o
                 desenvolvimento do SUS e manutenção da democracia.




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