Page 275 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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novo coronavirus, instaurou-se uma crise de ordem sanitária, social, econômica e política que
assola o país em sua totalidade, que vem se agravando à medida em que aumentam os
índices de desemprego, contagio, falta de leitos, mortes, além da quantidade de informações
que, muitas vezes, acabam se tornando conflitantes e causando confusão na população em
geral. Por sua vez, desencadeia um sentimento coletivo de insegurança e que repercute
diretamente na estabilidade emocional das pessoas, que tem resultado em um aumento
expressivo de pessoas que manifestam adoecimento psicológico. Diante do difícil cenário
atual, a saúde pública se depara com o desafio de construir estratégias para atender essa
população de forma eficaz, já que os problemas que abalam este público possui algumas
peculiaridades, vez que relacionados com a própria realidade do meio social em que se
encontram inserido, que tem sofrido de forma coletiva com os efeitos da pandemia, uns mais
do que outros. O presente estudo possui como um de seus objetos de análise o projeto
“Colombo Cuida +”, que leva em consideração as experiências profissionais relacionadas ao
trabalho desenvolvido junto às pessoas que necessitam de apoio psicológico e social por
terem tido algum familiar ou pessoa próxima vitimada pela Covid-19. O projeto se constitui por
serviços para atender e tentar minimizar de alguma forma os impactos às famílias com vítimas
fatais da COVID-19. Fazem parte do "Colombo Cuida +": acolhimento, apoio psicológico,
assessoria jurídica e segurança alimentar. Com aproximadamente 2 meses de criação o
projeto “Colombo Cuida +” atendeu aproximadamente 350 famílias. Houve a criação de uma
equipe multidisciplinar, que demandou profissionais de diversas áreas, que além da atuação
dos profissionais da saúde, é necessária a colaboração direta de outros órgãos do poder
público, voltados à políticas sociais e econômicas, resultando positivamente na humanização
dos atendimentos das famílias enlutadas.
PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO NO MOMENTO DO RECONHECIMENTO DO CORPO
DE PACIENTES PÓS ÓBITO POR SARS-COV-2
Autores: SILVIA PAULINO RIBEIRO ALBANESE | JOSEANE DE OLIVEIRA VIEIRA
MAESTRO, IARA APARECIDA DE OLIVEIRA SECCO, ADRIANA CRISTINA GALBIATTI
PARMINONDI ELIAS, PERCIVAL VITORINO GUIMARÃES, MAGALI GODOY PEREIRA
CARDOSO. Instituição: Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Óbito; Acolhimento; SARS-CoV-2, Enfermagem.
Caracterização do problema: Desde o início da pandemia do SARS-CoV-2, os
estabelecimentos de saúde seguem as orientações da secretaria de vigilância em saúde
quanto aos procedimentos pós óbito nos casos de pacientes suspeitos ou com exames
positivos ao SARS-CoV-2 no período de transmissão viral. Como medida sanitária para
minimizar a disseminação do vírus, foram suspensos os velórios por tempo indeterminado
(BRASIL, 2020). Justificativa: Devido à suspensão da realização de velórios, constatou-se
a necessidade de os familiares efetuarem o reconhecimento dos óbitos no hospital com
acolhimento e humanização, medida extremamente necessária neste momento de pandemia.
Objetivo: Relatar a experiência dos enfermeiros no acolhimento e acompanhamento dos
familiares no momento do reconhecimento do corpo de pacientes pós óbito com SARS CoV-
2. Descrição da experiência: Conforme as orientações da vigilância em saúde devido às
medidas sanitárias estabelecidas os pacientes suspeitos ou positivos ao SARS-CoV-2 no
período de transmissão viral, não é realizado velório e o enterro acontece com a urna lacrada,
devido ao risco que a doença apresenta à saúde pública. Passado um certo período
vivenciando esta situação, os profissionais de enfermagem do Hospital Universitário se
sensibilizaram e decidiram estabelecer medidas de acolhimento e humanização. Os
enfermeiros se organizaram para acompanhar os familiares, desde o acolhimento,
comunicação do óbito, ao reconhecimento, junto à equipe médica. Ressalta-se que cada
pessoa tem uma relação com a morte e, portanto, fez-se necessário o respeito a este
momento de dor, assim como à espiritualidade de cada indivíduo, pois este se traduzia no
último momento com o ente querido. Nessa perspectiva, a presença do Enfermeiro na
organização e condução desse doloroso momento, por meio da escuta ativa, da celebração
singela, do oferecimento da oportunidade de os familiares expressarem sua dor, seu
reconhecimento, até mesmo seu perdão, possibilitou ao profissional vivenciar o contexto