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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE



                 Desafios da Fase Pré-analítica da Redelab Nos Anos de 2013 a 2017

                 Autores: DANIELE FERREIRA BARBOSA DOS SANTOS BALTAZAR; Etienne Wessler Coan; Roberta Kelly Lemos Souza; Ricardo
                 Bergamo; Patrícia Cristina Pereira Cardoso Zampieri. Instituição: LACEN
                 Palavras-chave: Fase pré analítica; Redelab; Não conformidades
                 Introdução: O Laboratório Central do Estado do Paraná (LACEN/PR) é um laboratório público que atua no apoio ao diagnóstico
                 dos agravos de interesse em saúde pública e coordena a rede estadual de laboratórios de saúde pública – REDELAB – que
                 encaminham ou realizam algum procedimento através do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). Apesar dos avanços
                 tecnológicos na automação dos processos de cadastro e envio, ainda ocorrem não conformidades. Nos anos de 2013 a 2017,
                 116.941 exames cadastrados no GAL apresentaram não conformidades, o que demonstra que é preciso repensar ferramentas
                 para garantir a qualidade da fase pré-analítica e reduzir a quantidade de exames rejeitados. Objetivos: Identificar as rejeições,
                 as frequências e as Regionais de Saúde (RS) com maiores dificuldades. Elaborar plano de ação a fim de minimizar os erros e
                 melhorar o serviço. Método: Através do GAL foram gerados relatórios dos exames cadastrados e em desacordo. Posteriormente
                 fez-se uso do software Kibana® para organização dos dados. Resultado: Dentre as 27 justificativas, as principais rejeições foram
                 porque as amostras estavam: fora do prazo de triagem; amostras impróprias para análise solicitada e com cadastros incorretos.
                 As rejeições por cadastro incorreto não significam que as amostras foram descartadas, mas sim que foram recadastradas para a
                 metodologia correta. Como anteriormente verificado no estudo de COAN (2017), os fatores relacionados aos exames rejeitados
                 pelo  LACEN  foram:  grande  diversidade  de  exames  disponíveis;  a  dificuldade  de  capacitação  e  a  elevada  rotatividade  dos
                 profissionais envolvidos; e o não acompanhamento das rejeições. Conclusão: Quando nos referimos a Laboratórios de Saúde
                 Pública, um erro não gera apenas dano direto ao paciente, custos e reprocessos, mas pode comprometer as ações da Vigilância
                 em Saúde. Com o Kibana® é possível visualizar a dificuldade de cada RS e personalizar as capacitações. Além do Manual de
                 Coleta de Material Biológico foi disponibilizado no GAL e no site do LACEN uma tabela para consulta rápida dos exames. Novas
                 justificativas para amostras descartadas foram sugeridas para o GAL, pois verificou-se que alguns descartes foram realizados
                 sem o correto motivo. Desta forma, pretende-se diminuir o número de exames rejeitados e aumentar a qualidade das amostras
                 e dos resultados, contribuindo diretamente com as ações de Vigilância em Saúde, trazendo benefício às condições de saúde
                 e de vida para toda população paranaense.




                 Desigualdades do Ambiente Construído no Entorno de Escolas Públicas de Curitiba.

                 Autores: DIEGO SPINOZA DOS SANTOS; Adriano Akira Ferreira Hino; Doroteia Aparecida Höfelmann. Instituição: Universidade Federal
                 do Paraná

                 Palavras-chave: Ambiente construído; Iniquidade; Saúde Urbana
                 Introdução: O desenho urbano afeta a saúde das pessoas e um dos seus objetivos primários deve ser a promoção da qualidade
                 de vida. Compreender o papel do contexto social e ambiente físico sobre a saúde, e como o impacto destas variáveis se modifica
                 nos diferentes gradientes sociais pode ser um caminho para combater as iniquidades em saúde. Um tema global que norteia
                 inciativas neste enfrentamento é a necessidade de enfrentar situações em que, mesmo em cidades com recursos abundantes,
                 as oportunidades estão concentradas nas mãos de um pequeno e seleto grupo de pessoas. Objetivo: Investigar a associação
                 entre a distribuição das características da microescala do ambiente construído com a renda em áreas de entorno escolar em
                 Curitiba, Paraná, Brasil. Métodos: Neste estudo transversal e analítico foram auditados de maneira direta 888 segmentos de
                 rua em um raio de 500 metros ao redor de 30 escolas estaduais. Os dados de renda foram obtidos do Censo demográfico de
                 2010 e a distância ao centro da cidade (marco zero) foi calculada por meio de um software de informação geográfica. Modelos
                 multiníveis (nível 1 segmento, nível 2 escola) foram aplicados na análise, com estimativas de médias ponderadas (grandmean) e
                 correlações intraclasse. Resultado: A renda média dos setores censitários variou entre R$ 429,96 e R$ 13.807,53. O escore final
                 médio da auditagem foi de 21,4 (IC95% 20,6 – 21,7). Entornos escolares localizados no primeiro tercil de rendimentos alcançaram
                 15,6 (IC95% 13,0 – 18,3) pontos, quase metade daqueles com renda mais alta, em que o escore foi de 30,7 (IC95% 28,0 – 33,5),
                 com diferença significativa entre os tercis (p < 0,001). No agrupamento por distância, áreas mais próximas do centro (1º tercil)
                 obtiveram pontuação 84,9% maior, se comparados àquelas mais periféricas (3º tercil). Áreas de menor renda e localizadas
                 na periferia apresentaram pior qualidade do ambiente construído. Conclusão: Curitiba apresenta um dos maiores índices de
                 bem-estar urbano do país, mas ainda assim apresenta iniquidades na distribuição dos atributos da microescala pedestre. O
                 conhecimento da realidade local pode fornecer evidências aos formuladores de políticas para direcionar os recursos com o
                 objetivo melhorar a qualidade do desenho urbano nas cidades brasileiras, uma vez que existe forte relação entre o ambiente
                 e a saúde.



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