Page 278 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Distribuição dos Casos de Dengue no Paraná entre 2013 e 2017
Autores: ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MELO. Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)
Palavras-chave: arbovirose; Aedes aegypti; endemia
Introdução: A dengue é uma das principais arboviroses no mundo, ocorrendo nas zonas tropicais e sub-tropicais do globo,
expondo milhões de pessoas ao risco de contágio. No Brasil, a doença é responsável por milhares de casos todos os anos,
alternando regiões de maior incidência e com diferentes sorotipos do vírus. No Paraná, a doença se tornou endêmica a
partir das últimas décadas. Objetivo: O trabalho analisou a distribuição dos casos de dengue no Paraná entre 2013 e 2017,
quantificando as formas graves e número de óbitos. Métodos: A pesquisa usou dados obtidos pelo SINAN e agrupou conforme
o período e região de ocorrência, além das formas da doença. Resultado: O total de casos de dengue apresentou grande
amplitude de variação em cada período estudado. No primeiro intervalo (2013-2014), foram registrados 19.628, passando para
35.433 (2014-2015), atingindo um pico histórico de 56.351 (2015-2016) e reduzindo drasticamente para 870 no último período
(2016-2017). A incidência de dengue no Paraná acompanhou essa variação, sendo o estado considerado área de baixa (2016-
2017), média (2013-2014) e alta incidência (2014-2015 e 2015-2016). Quanto a distribuição, no primeiro período cerca de 2/3 dos
casos ocorreram nos municípios da região noroeste do Paraná. Em 2014-2015, a região noroeste se manteve estável e ainda
houve um grande acréscimo nas regiões norte e oeste. Além disso, a dengue também registrou casos autóctones nas regiões
leste, centro-sul e campos gerais. No terceiro período (2015-2016), o maior número de casos nas regiões oeste, leste, norte e
noroeste. No último período (2016-2017), os poucos casos se concentraram nas regiões noroeste, oeste e norte. Os registros de
dengue com sinais de alarme (DSA) e dengue grave (DG) também acompanharam a variação do número de casos, iniciando
com 195 e 32 (2013-2014), 354 e 122 (2014-2015), 780 e 132 (2015-2016) e 6 e 1 (2016-2017). O número de óbitos em decorrência da
doença nos quatro períodos atingiu 94 casos. Conclusão: Nas regiões Norte, Noroeste e Oeste o número de casos foi elevado
entre 2013 e 2016, já no Leste, Campos Gerais e Centro-Sul a transmissão se iniciou mais tardiamente, com incidência relevante
apenas no período 2015-2016. O último intervalo estudado (2016-2017) registrou uma queda acentuada na transmissão da
dengue, acompanhando uma tendência nacional.
Distribuição Espacial de Mortalidade por Suicídio em áreas Urbanas e Rurais na
Região Sul do Brasil, no Período de 2011 a 2016
Autores: ELIANE MARIA SPIECKER; Oscar Kenji Nihei; Catherine Staton; Luciano de Andrade; João Ricardo Nickenig Vissoci. Instituição:
Universidade Estadual de Maringá (UEM); Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE); Duke University ( NC- USA).
Palavras-chave: Suicídio; Distribuição Espacial da População; Epidemiologia.
Introdução: As taxas globais de suicídio aumentaram nas últimas décadas, tornando-se um grave problema social e de saúde
pública. Apesar das taxas de suicídio (TS) serem maiores entre os jovens de 15 a 29 anos, nos últimos anos foi observado um
aumento de suicídio na população idosa tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento como o Brasil. Objetivo:
Analisar a distribuição espacial da mortalidade por suicídio entre jovens e idosos na região Sul do Brasil, procurando identificar
se as mortes ocorrem mais em áreas urbanas e/ou rurais. Metodologia: Estudo ecológico, descritivo e transversal. Foram
utilizadas técnicas de análise espacial com dados secundários referentes aos suicídios de jovens e idosos, do período de
2011 a 2016. Os dados foram obtidos nos bancos de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade e do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi realizada Análise Exploratória de Dados Espaciais utilizando-se o programa GeoDa™.
Para analisar onde ocorreram mais óbitos, os municípios foram classificados em 3 níveis/tipos (urbano, intermediário e rural)
e comparados por meio de teste de análise de variância (ANOVA) e pós-teste de Tukey, através do software R. Resultado:
No período analisado, houve 3018 mortes de jovens e 3183 de idosos por suicídio, nos 3 estados da região sul, ocorrendo
maior número de suicídios no estado do Rio Grande do Sul. A média da TS entre idosos (16,69/100.000 hab., SD 17.85 ) foi
maior que entre jovens (7,78/100.000 hab., SD 8.27) com valor de p < 0.001. Constatou-se autocorrelação espacial positiva
significativa em relação às variáveis dependentes ‘TS de jovens’ (I = 0.6371, p = 0,001) e ‘TS de idosos’ (I = 0.7786, p = 0,001), ou
seja municípios com altas TS estavam rodeados por municípios também com altas TS. A análise de variância mostrou diferenças
significativas nas TS quando comparado a tipologia dos municípios. As TS dos jovens foram maiores em cidades de tipologia
rural ou intermediária em comparação com as urbanas (p < 0,05), enquanto que as TS de idosos foram maiores em cidades de
tipologia rural em comparação às urbanas ou intermediárias (p < 0,05). Conclusão: As taxas de suicídio na população de jovens
e idosos foram maiores principalmente no interior dos estados da região sul, particularmente em municípios de tipologia rural,
sendo necessário uma atenção maior por parte dos gestores em saúde pública.
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