Page 282 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Estudo Vida e Saúde em Pomerode - Ship-brazil: Estratégias de Captação de
Participantes
Autores: WERNER MEES; Patrícia Formento Silva; Helena Medina Menezes; Ernani Tiaraju de Santa Helena; Clóvis Arlindo de Sousa.
Instituição: Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
Palavras-chave: Inquéritos epidemiológicos; métodos epidemiológicos; instrumentos para a gestão da atividade científica
O Estudo Vida e Saúde em Pomerode - SHIP-Brazil é um estudo em coorte atualmente em linha de base que busca levantar as
demandas de saúde da população de Pomerode/SC. O objetivo desta pesquisa é relatar as estratégias utilizadas pela equipe
de campo do SHIP-Brazil em 2017. O planejamento iniciou com um diagnóstico da situação (n=218), elencando os motivos de
recusa e perda amostral, destacando possíveis ações. A análise foi dividida no período antes das intervenções (abril a junho) e
depois das intervenções (julho a outubro). Dessa forma os mesmos captadores permaneceram nas mesmas regiões, reduzindo
a possibilidade de viés por fatores de confusão. Foi utilizado o teste t de Student para independência de amostras e o Qui-
quadrado para associação. Para distribuição não normal o teste U de Mann-Whitney foi usado. Observou-se que a falta de
interesse em participar é responsável por grande parte das recusas. Outro fator de destaque foi a alta prevalência de recusas e
perdas nos idosos, relacionado a doenças, critérios de exclusão e dificuldade no traslado até o centro de exames. A estratégia
inicial consistiu de uma parceria com os Agentes Comunitários de Saúde de algumas Unidades de ESF foi estabelecida para
divulgação do projeto e atualização das informações de contato. Assim como a reativação da página no Facebook do projeto.
Os exames e as entrevistas passaram a ser realizados concomitantemente, abandonando-se o agendamento de entrevista
domiciliar em dia separado dos exames, de modo a contrapor as recusas por trabalho e falta de tempo. Passado um semestre
da implementação das medidas, foi elaborado um relatório pelo supervisor de campo e apresentado aos pesquisadores.
Destaca-se que a taxa de aceite passou de 62% para 71% (p<0,01) e a média da idade de 53,2 para 49,5 anos (p<0,01). A agenda
passou de 2,24 para 4,11 participantes/dia (p<0,01). O aumento na taxa de aceite foi um resultado satisfatório, pois quanto maior
a amostra, menor o erro padrão observado nos dados coletados, promovendo qualidade do estudo. A redução na média da
idade aumenta o poder estatístico da pesquisa, promovendo a capacidade de utilizar ferramentas de estatística inferencial e
métodos mais complexos que abordem todas as faixas etárias e sexos. Baseados nessa experiência e com essas informações,
os pesquisadores podem melhor conduzir o estudo e as futuras ondas do projeto.
Evitabilidade na Mortalidade Infantil no Paraná entre 2011 e 2016.
Autores: ANNA CHRISTINNE FELDHAUS LENZI COSTEIRA; Suzana Elisa Viecili Togame; Dora Yoko Nozaki Goto; Paula Rocha Silva;
Viviane Serra Melanda. Instituição: Secretaria da Saúde do Paraná
Palavras-chave: Mortalidade Infantil; Causas de Morte; Epidemiologia
Introdução: A redução da mortalidade infantil é um desafio para os serviços de saúde, e faz parte dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável. As mortes de causas evitáveis são aquelas em que podem ser prevenidas, por ações nos serviços
de saúde. Elas indicam potenciais deficiências na qualidade da atenção à saúde da população (BRASIL, 2009). Objetivo: Analisar
a evitabilidade da mortalidade infantil nas macrorregiões do Estado do Paraná entre 2011 a 2016. Método: Estudo descritivo
da evitabilidade dos óbitos infantis, entre nascidos vivos menores de um ano de vida, registrados no Sistema de Informações
de Mortalidade (SIM) residentes no Estado do Paraná nos triênios 2011-2013 e 2014-2016, análise da frequência e variação
percentual por macrorregiões de saúde (Norte, Noroeste, Leste e Oeste), comparando as categorias evitáveis, não claramente
evitáveis e mal definidas, entre os dois períodos. Resultado: No comparativo da evitabilidade entre os anos 2011-2013 e 2014-
2016, respectivamente, o total de óbitos infantis menores de um ano foi de 5.295 no primeiro triênio e 5.179 no segundo triênio,
onde as causas evitáveis representaram 66,6% e 65,7% (3.529 e 3.401); as não claramente evitáveis 31,2% e 32,2% (1.651 e 1.668)
e as causas mal definidas 2,2% e 2,1% (115 e 110). Dentro das categorias de causas evitáveis, as principais foram as reduzíveis por
atenção à mulher na gestação 1.894 e 1.837 (35,8% e 35,5%); reduzível por adequada atenção ao recém-nascido 565 e 535 (10,7%
e 10,3%) e reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto 438 e 471 (8,3% e 9,1%). No Estado, a redução da evitabilidade foi
de 1,5%, entre as macrorregiões essa redução foi maior na macro norte (7,0%); seguido da Oeste (4,5%) e Noroeste (3,0%), sendo
que na Leste, houve aumento de 0,1%. Os óbitos evitáveis por adequada atenção à mulher na gestação e no parto e o cuidado
com o recém-nascido são marcadores importantes para a tomada de decisão e ação no enfrentamento da mortalidade infantil.
Conclusão: O estudo revelou que os óbitos infantis por causas evitáveis são prevalentes, embora historicamente haja redução
da mortalidade infantil, o mesmo não ocorreu quanto a evitabilidade, apontando para a importância da investigação e análise
destas ocorrências para identificar as fragilidades e possibilitar ações de melhorias voltadas para as necessidades locais.
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