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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Fatores Associados ao Grau de Satisfação de Usuários de uma Unidade Básica de
Saúde na Cidade de Maringá-PR
Autores: RAÍSSA BOCCHI PEDROSO; Marcela Lolis Favato; Luana Duarte Fritzen; Inácio de Souza Pinto; Márcia Rosângela Neves de
Oliveira. Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: Disciplina Atenção em Saúde; Fatores associados a satisfação; UBS-Pinheiros
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado com a finalidade de atuar na promoção, prevenção e recuperação à saúde,
abrangendo desde a atenção primária até altas complexidades. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são consideradas o contato
preferencial e primário dos usuários. Atualmente, sabe-se que o SUS vivencia a desvalorização de seus programas, bem como
a falta de reconhecimento e humanização dos profissionais, resultando em um desconforto a população que o utiliza. O grau
de satisfação dos usuários é de suma importância para a promoção de uma relação saudável entre profissional e paciente.
Assim, os discentes da disciplina de Atenção em Saúde (UEM), avaliaram o grau de satisfação de usuários da UBS Pinheiros
(Maringá – PR) quanto aos serviços prestados, atendimento, duração das consultas, acessibilidade à unidade, estrutura física
e insumos. Foram selecionadas casas, aleatoriamente, no território de abrangência da UBS, de moradores que são atendidos
pelas 4 equipes de saúde da família, totalizando 196 questionários. As análises dos dados foram feitas pelo programa Epi Info
3.5.1. Ao analisar a associação entre o grau de satisfação, características sócio demográficas e de percepção do atendimento,
observou-se que pessoas com maior tempo de atendimento (OR=0,36; IC95%=0,19-0,66, p<0,05) tem menor probabilidade de
insatisfação. Isto pode ser relacionado ao fato do indivíduo se sentir acolhido ao passar maior tempo com as equipes. Observou-
se também, uma menor chance de insatisfação nos grupos que caracterizaram a atenção das equipes negativamente, equipe
de recepção (OR=0,12, IC95%=0,05-0,25; p<0,05), equipe de campo (OR=0,43, IC95%=0,19-0,96, p<0,05) e equipe clínica (OR=0,1;
IC95%=0,04-0,25; p<0,05). Estes dados estariam relacionados aos mesmos não quererem expressar opinião sobre o assunto.
Constatou-se ainda que o grau de insatisfação apresentado esteja associado ao grupo de mulheres, de pessoas com renda
maior e de maior grau de escolaridade (médio e superior). Este trabalho exibiu dados interessantes sobre a população que utiliza
a UBS, que é em sua maioria jovens adultos e idosos com boa escolaridade, renda familiar acima de 2 salários mínimos, e com
facilidade de expressar suas vontades e angustias. Durante a pesquisa, também foi observado que mesmo com o alto grau de
satisfação, alguns pontos importantes quanto ao atendimento foram destacados pelos usuários que são passiveis de melhoria
pelas equipes da UBS.
Fatores de Risco para o Abandono de Crianças em Tratamento de Tuberculose Doença
Ou Infecção Latente
Autores: NELIANE DA SILVA BUENO; Andrea Maciel de Oliveira Rossoni; Herberto José Chong Neto. Instituição: Complexo Hospital de
Clinicas da Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Tuberculose; tuberculose na criança; adesão ao tratamento
A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa considerada uma das maiores causas de mortes, tornando-se um sério
problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2016, foi uma das 10 principais causas de
morte por doença infecciosa no mundo. Estimativas de 2016, afirmam a ocorrência de 10,4 milhões de casos novos de TB, dos
quais 1 milhão estavam entre crianças menores de 14 anos e 540.000 entre menores de 5,1 anos, faixa etária em que são as mais
propensas a morrer por essa doença. A cada ano mais de 136.000 crianças morrem por TB. A OMS preconiza para controle da
TB, meta de cura igual ou superior a 85,0% e de abandono menor que 5%. O êxito mundial para enfrentamento da TB depende
de avanços na prevenção e no cuidado envolvendo o tratamento adequado e medidas que diminuam o abandono. Desta forma,
desenvolveu-se este estudo com o objetivo de identificar os fatores relacionados ao abandono de crianças com suspeita de TB
pulmonar, encaminhadas para o ambulatório de tuberculose infantil do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal
do Paraná (CHC – UFPR). Foi um estudo experimental, com coleta de dados prospectiva, no período entre março de 2017 a
fevereiro de 2018. Os casos foram randomizados em três grupos de acordo com as intervenções utilizadas para relembrar o
paciente da consulta pré agendada: contato telefônico, mensagem, ou nenhuma intervenção adicional. Foi considerado um
nível de significância estatística de 5%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisas em Seres Humanos do CHC –
UFPR. Foram incluídas 78 pacientes na pesquisa. O abandono foi 16,7% e a principal causa foi o esquecimento da consulta. Sobre
as crianças incluídas na pesquisa: 59,0% estavam em tratamento para infecção latente tuberculosa; 74,4% eram moradores de
Curitiba, idade média de 4 anos; 62,8% residiam com ambos os pais, os quais, 38,5% dos pais possuíam emprego formal e 47,4%
mães eram do lar e a maioria deles com escolaridade entre 9 a 12 anos de estudo. Em 57,7% dos domicílios a renda familiar foi de
até 2 salários mínimos, 28,2% residiam em casa cedida e em 16,7% existia pessoa com dependência química. A história de contato
com o caso de TB foi identificada em 94,9% dos casos e em 52,7% o caso índice eram os pais. Concluiu-se que a população
estudada representa uma faixa etária de maior risco de desenvolver TB doença, é oriunda de um extrato social de baixa renda,
principalmente entre as que foram consideradas abandono.
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