Page 284 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Experiência do Grupo Técnico de Agilização e Revisão do óbito Materno-infantil da
14rs
Autores: LARA DE CARVALHO GRAL; Jane Camargo; Patrícia Okubo; Gislene Gonçalves Dias Zaghi; Isabel Cristina Alexandre
Vasconcelos; Maria da Penha Francisco. Instituição: 14 Regional de Saúde/ Secretaria de Saúde do Estado do Paraná
Palavras-chave: vigilância;óbitos;prevenção
O esclarecimento das causas dos óbitos fetais, maternos e infantis, seus determinantes e a análise quanto à sua evitabilidade
são primordiais em Saúde Pública. A portaria 72 do Ministério da Saúde, de 11 de janeiro de 2010 estabelece que a Vigilância
do Óbito Infantil e Fetal é obrigatória nos serviços de saúde que integram o SUS, visando identificar os fatores determinantes
e sUBSidiar a adoção de medidas que possam prevenir a ocorrência de óbitos evitáveis. Do mesmo modo, a portaria 1.119 do
Ministério da Saúde de 5 de junho de 2008 regulamenta a Vigilância de Óbitos Maternos, com o objetivo de identificar causas e
de sUBSidiar a adoção de medidas que possam evitar sua reincidência. O regimento interno da Secretaria de Saúde do Estado
do Paraná recomenda a formação do Grupo Técnico de Agilização e Revisão de Óbitos-GTARO com o objetivo de monitorar,
investigar, analisar e interpretar os determinantes dos casos de óbitos maternos, infantis e fetais, a fim de instituir ações para
prevenção de óbitos evitáveis e qualificar a atenção. O GTARO da 14RS foi implantado a partir do I Encontro Regional de Vigilância
do Óbito Materno Infantil e Atenção à Saúde da Mulher e da Criança, foi composto conforme Resolução SESA 224/2017 e iniciou
seus trabalhos em junho de 2017. O GT revisa os prontuários integralmente, observando o atendimento prestado, o processo
de trabalho da equipe assistencial e o contexto inter setorial. Os principais problemas detectados, refere-se à qualidade da
assistência pré natal, como falhas na vigilância do risco reprodutivo e no seguimento dos protocolos assistenciais preconizados
pela rede Mãe Paranaense. O grupo propõe ações, aponta os responsáveis no planejamento e execução das mesmas e solicita
uma devolutiva quanto às providências tomadas. Os municípios com taxas de mortalidade elevadas são visitados pelo grupo
que expõe suas considerações à equipe de saúde e aos gestores, estimulando a formação de comitês locais de análise dos
óbitos, o que contribuiria na detecção das fragilidades e na formulação de estratégias preventivas. O trabalho resultou em
integração entre os profissionais, aumento do vínculo com a gestante, percepção das dificuldades, apontamento das soluções
e reconhecimento do GTARO como um aliado no combate à mortalidade materno-infantil. Espera-se fortalecer os comitês
locais em todos os municípios da 14RS, intensificando as visitas in loco e qualificando as equipes de saúde na assistência pré-
natal, parto e puerpério.
Exposição a Agrotóxicos e a Ocorrência de Câncer em Trabalhadores de Dois
Municipios do Oeste do Paraná
Autores: JÉSSICA CRISTINA RUTHS; Maria Lúcia Frizon Rizzotto; Gicelle Galvan Machineski. Instituição: Universidade Federal do
Paraná
Palavras-chave: Agroquímicos; Neoplasia; Exposição ocupacional
Os agrotóxicos repercutem na saúde humana devido a sua toxicidade intrínseca, produzindo efeitos que variam conforme o
princípio ativo, a dose absorvida e a forma de exposição. Entre os vários efeitos destas substâncias destaca-se a associação
com a ocorrência de câncer. Sendo assim, realizou-se uma pesquisa de campos com o objetivo de analisar a associação entre
exposição a agrotóxicos e a ocorrência de câncer em trabalhadores dos municípios de Anahy e Vera Cruz do Oeste, Paraná,
Brasil. Foi desenvolvida por meio de entrevistas com 39 participantes com diagnóstico de câncer, residentes nos municípios
citados no momento da coleta de dados, que ocorreu de outubro de 2016 a abril de 2017. Os resultados mostraram predomínio
de participantes idosos (84,63%), agricultores (71,79%) e com baixa escolaridade (94,85%); 62,5% dos participantes da pesquisa
em Anahy e 46,15% em Vera Cruz do Oeste foram expostos a agrotóxicos; na totalidade dos casos a exposição se deu por meio
da atividade agrícola; 56,42% dos participantes esteve exposta por mais de 30 anos; no total foram identificadas 19 fórmulas
de agrotóxicos, 47,36% delas não possuem mais liberação de uso, dada sua nocividade à saúde humana e/ou ambiental.
Houve prevalência de cânceres de pele (38,46%), próstata (17,95%) e mama (10,26%). O presente estudo coloca que a exposição
ocupacional, pode contribuir para o adoecimento de grupos específicos e que os resultados não descartam a influência da
exposição aos agrotóxicos na ocorrência de câncer.
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