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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE



                 Fatores Determinantes da Autopercepção Negativa em Saúde de Adultos Brasileiros

                 Autores: GEIZA RAFAELA BOBATO; Lohana Thayna De Souza Prochno; Erildo Vicente Muller; Cristina Berger Fadel; Danielle Bordin.
                 Instituição: Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
                 Palavras-chave: Autoimagem; Autoavaliação; Saúde.
                 Introdução: Por meio da autopercepção é possível analisar como diversas características individuais influenciam desfechos
                 de saúde e bem estar das pessoas. O acesso a essas informações vem sendo reconhecido como um dos mais importantes
                 recursos para o planejamento e gestão em saúde. Objetivo: Realizar uma análise de fatores críticos da autopercepção em saúde
                 geral dos adultos brasileiros, com base em modelo multidimensional. Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo,
                 com  dados  secundários,  provenientes  do  inquérito  de  base  populacional  –  Pesquisa  Nacional  de  Saúde. A  população  de
                 estudo é composta por indivíduos maiores de 18 anos residentes no território brasileiro. A variável dependente é resultado
                 da  ‘Autopercepção  de  saúde  geral’.  As  variáveis  independentes  referiram-se  condições  socioeconômicas  e  demográficas,
                 condições de trabalho, doença crônicas, condição de saúde bucal e estilo de vida. Analisou-se os dados através dos testes de
                 redução de dimensionalidade e regressão logística. Resultado: Aproximadamente 35% dos indivíduos entrevistados avaliaram
                 negativamente sua saúde. Verificou-se que a idade (maior de 60 anos: OR=1.26), não ser alfabetizado (OR=1,88), o nível de
                 escolaridade baixo e não exercício de atividade remunerada (OR=1,29) tiveram forte relação com a autopercepção negativa em
                 saúde (OR=1.46). A presença da maioria das doenças crônicas investigadas impactaram negativamente no modo em que os
                 indivíduos perceberam sua saúde, a saber: depressão (OR=2,32), artrite (OR=1,96), problema crônico na coluna (OR=1,84), diabetes
                 (OR=1,60), hipertensão (OR=1,43), colesterol (OR=1,52). Além disso, a não realização de prática de atividade física (OR=1,50), a
                 dificuldade para locomoção (OR=2,33) e para alimentar-se (OR=1,27) e avaliação de saúde bucal negativa (OR=2,45) também
                 apresentaram-se associadas à autopercepção negativa de saúde. Conclusão: Foi possível identificar a influência de múltiplos
                 fatores associados à autopercepção negativa de saúde em adultos brasileiros. Deste modo, para que a população apresente
                 melhores percepções em saúde é necessário que se invista, além do setor saúde, em ações e serviços que ofereçam melhores
                 condições de educação, emprego e renda, e que sejam capazes de reduzir as iniquidades existentes.



                 Fatores Protetores ao Uso de Drogas por Adolescentes Estudantes: a Escala de
                 Mentira como Marcador de Confiabilidade

                 Autores: SIMONE APARECIDA GALERANI MOSSINI; Adriano Machado Motta; Edilênia Queiroz Pereira; Rosangela Christophoro; Magda
                 Lúcia Félix de Oliveira. Instituição: Universidade Estadual de Maringá

                 Palavras-chave: drogas; triagem; Escala de Mentira
                 Introdução: Entre os extremos de ser ou não ético nas respostas às pesquisas existe um campo cinzento, que fica mais claro ou
                 escuro dependendo da época, cultura, e circunstâncias da coleta de dados. O risco de transmissão de informações conflituosas
                 e  enganosas  existe  principalmente  quando  a  temática  é  o  uso  de  drogas,  pelo  estigma  e  medo  de  informar  o  uso,  mas
                 frequentemente esta é uma lacuna da discussão dos resultados. Objetivo: Avaliar veracidade de informações fornecidas sobre
                 fatores associados ao não uso de álcool e outras drogas por adolescentes estudantes. Método: Estudo descritivo, observacional,
                 transversal, com amostra aleatória (intervalo de confiança de 95%, erro estimado de 5%) de estudantes de 31 escolas da rede
                 pública de educação do município de Maringá-PR (6º ano ensino fundamental a ensino médio). Foram utilizadas os dados
                 da Escala de Mentira (EM) do instrumento Drug Use Screening Inventory (DUSI-R) para definir questionários auto-aplicados
                 válidos. A análise estatística foi realizada pelos programas R e SAS. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
                 (CAAE 18400813.8.0000.0104). Resultado: Seiscentos e setenta e nove estudantes participaram do estudo, porém 367 (54,05%)
                 questionários foram considerados válidos pela EM e aptos para análise dos dados. Desse total, 70,64% afirmaram já ter usado
                 algum tipo de droga, primeira experiência entre 14 e 16 anos, exceto para o álcool, que ocorreu anteriormente aos 11 anos.
                 Álcool, analgésicos, tabaco, maconha e inalantes foram os mais utilizados e em poliuso. Variáveis turno e série mostraram-se
                 associadas ao uso de drogas, p < 0,0001, e variável gênero não evidenciou associação, p = 0,4970. Identificados como fatores
                 de proteção: estar no 6º ano, pensar antes de agir, não apresentar problemas de saúde, estar feliz em atividades com amigos,
                 não sentir-se entediado na escola, realizar tarefas escolares, não ter amigos que usam drogas, estar satisfeitos com o tempo
                 livre, não apresentar discussões/brigas com pais ou responsáveis, não uso de drogas na família. Foram encontradas diferenças
                 significativas entre os fatores protetores identificados sem e com o uso da EM na área 4 do DUSI-R, que investiga ansiedade,
                 depressão e comportamento anti-social. Conclusão: A aplicaçao da EM direcionou o número de questionários válidos e trouxe
                 maior confiabilidade ao estudo. Agradecimentos: Ao Decit/SCTIE/MS; CNPq; Fundação Araucária e SESA-PR pelo apoio e
                 financiamento ao projeto PPSUS 2013.


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