Page 288 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Fatores Determinantes da Autopercepção Negativa em Saúde de Adultos Brasileiros
Autores: GEIZA RAFAELA BOBATO; Lohana Thayna De Souza Prochno; Erildo Vicente Muller; Cristina Berger Fadel; Danielle Bordin.
Instituição: Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG
Palavras-chave: Autoimagem; Autoavaliação; Saúde.
Introdução: Por meio da autopercepção é possível analisar como diversas características individuais influenciam desfechos
de saúde e bem estar das pessoas. O acesso a essas informações vem sendo reconhecido como um dos mais importantes
recursos para o planejamento e gestão em saúde. Objetivo: Realizar uma análise de fatores críticos da autopercepção em saúde
geral dos adultos brasileiros, com base em modelo multidimensional. Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo,
com dados secundários, provenientes do inquérito de base populacional – Pesquisa Nacional de Saúde. A população de
estudo é composta por indivíduos maiores de 18 anos residentes no território brasileiro. A variável dependente é resultado
da ‘Autopercepção de saúde geral’. As variáveis independentes referiram-se condições socioeconômicas e demográficas,
condições de trabalho, doença crônicas, condição de saúde bucal e estilo de vida. Analisou-se os dados através dos testes de
redução de dimensionalidade e regressão logística. Resultado: Aproximadamente 35% dos indivíduos entrevistados avaliaram
negativamente sua saúde. Verificou-se que a idade (maior de 60 anos: OR=1.26), não ser alfabetizado (OR=1,88), o nível de
escolaridade baixo e não exercício de atividade remunerada (OR=1,29) tiveram forte relação com a autopercepção negativa em
saúde (OR=1.46). A presença da maioria das doenças crônicas investigadas impactaram negativamente no modo em que os
indivíduos perceberam sua saúde, a saber: depressão (OR=2,32), artrite (OR=1,96), problema crônico na coluna (OR=1,84), diabetes
(OR=1,60), hipertensão (OR=1,43), colesterol (OR=1,52). Além disso, a não realização de prática de atividade física (OR=1,50), a
dificuldade para locomoção (OR=2,33) e para alimentar-se (OR=1,27) e avaliação de saúde bucal negativa (OR=2,45) também
apresentaram-se associadas à autopercepção negativa de saúde. Conclusão: Foi possível identificar a influência de múltiplos
fatores associados à autopercepção negativa de saúde em adultos brasileiros. Deste modo, para que a população apresente
melhores percepções em saúde é necessário que se invista, além do setor saúde, em ações e serviços que ofereçam melhores
condições de educação, emprego e renda, e que sejam capazes de reduzir as iniquidades existentes.
Fatores Protetores ao Uso de Drogas por Adolescentes Estudantes: a Escala de
Mentira como Marcador de Confiabilidade
Autores: SIMONE APARECIDA GALERANI MOSSINI; Adriano Machado Motta; Edilênia Queiroz Pereira; Rosangela Christophoro; Magda
Lúcia Félix de Oliveira. Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: drogas; triagem; Escala de Mentira
Introdução: Entre os extremos de ser ou não ético nas respostas às pesquisas existe um campo cinzento, que fica mais claro ou
escuro dependendo da época, cultura, e circunstâncias da coleta de dados. O risco de transmissão de informações conflituosas
e enganosas existe principalmente quando a temática é o uso de drogas, pelo estigma e medo de informar o uso, mas
frequentemente esta é uma lacuna da discussão dos resultados. Objetivo: Avaliar veracidade de informações fornecidas sobre
fatores associados ao não uso de álcool e outras drogas por adolescentes estudantes. Método: Estudo descritivo, observacional,
transversal, com amostra aleatória (intervalo de confiança de 95%, erro estimado de 5%) de estudantes de 31 escolas da rede
pública de educação do município de Maringá-PR (6º ano ensino fundamental a ensino médio). Foram utilizadas os dados
da Escala de Mentira (EM) do instrumento Drug Use Screening Inventory (DUSI-R) para definir questionários auto-aplicados
válidos. A análise estatística foi realizada pelos programas R e SAS. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CAAE 18400813.8.0000.0104). Resultado: Seiscentos e setenta e nove estudantes participaram do estudo, porém 367 (54,05%)
questionários foram considerados válidos pela EM e aptos para análise dos dados. Desse total, 70,64% afirmaram já ter usado
algum tipo de droga, primeira experiência entre 14 e 16 anos, exceto para o álcool, que ocorreu anteriormente aos 11 anos.
Álcool, analgésicos, tabaco, maconha e inalantes foram os mais utilizados e em poliuso. Variáveis turno e série mostraram-se
associadas ao uso de drogas, p < 0,0001, e variável gênero não evidenciou associação, p = 0,4970. Identificados como fatores
de proteção: estar no 6º ano, pensar antes de agir, não apresentar problemas de saúde, estar feliz em atividades com amigos,
não sentir-se entediado na escola, realizar tarefas escolares, não ter amigos que usam drogas, estar satisfeitos com o tempo
livre, não apresentar discussões/brigas com pais ou responsáveis, não uso de drogas na família. Foram encontradas diferenças
significativas entre os fatores protetores identificados sem e com o uso da EM na área 4 do DUSI-R, que investiga ansiedade,
depressão e comportamento anti-social. Conclusão: A aplicaçao da EM direcionou o número de questionários válidos e trouxe
maior confiabilidade ao estudo. Agradecimentos: Ao Decit/SCTIE/MS; CNPq; Fundação Araucária e SESA-PR pelo apoio e
financiamento ao projeto PPSUS 2013.
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