Page 411 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE
Camundongos Heterogêneos como Modelo Experimental para Infecção de Toxoplasma
Gondii
Autores: LETÍCIA NISHI; Fernanda Ferreira Evangelista; Amanda Hinobu de Souza; Francini Martini Mantelo; Ana Lucia Falavigna-
Guilherme. Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: Toxoplasma gondii; modelo experimental; camundongo swiss.
Toxoplasma gondii é provavelmente o protozoário mais difundido entre a população humana e animal. É uma zoonose prevalente
em aproximadamente 50 a 80% da população mundial. A infecção se dá pela ingestão de cistos teciduais presentes em carnes
cruas ou mal cozidas, ingestão acidental de oocistos eliminados em fezes de gatos infectados e dispersos em águas, frutas
e verduras e por transmissão vertical devido a passagem de taquizoítas, via transplacentária. Após a infecção, os parasitas
se encistam (bradizoítas) em aproximadamente 10 dias,e provocam lesões no sistema nervoso central, coriorretinite e morte
intrauterina. A maioria dos experimentos com a cepa ME49 de T. gondii são realizados com camundongos isogênicos da espécie
C57BL/6 e BALB/C, como um modelo alternativo, o objetivo deste trabalho foi testar a cepa ME49 na fase crônica do T. gondii
com camundongos heterogênicos da espécie Swiss e verificar a parasitemia nesse modelo animal. Metodologia: Estudo aprovado
pelo comitê animal CEUA: 6084180216. Vinte camundongos heterogêneos da espécies Swiss foram infectados com 25 cistos
cada, via gavagem, e observados por 40 dias. Após esse período, foram eutanasiados e retirados os órgãos (cérebro, pulmão,
fígado e músculo esquelético). Os órgãos foram pesados e retirado 1/3 para realização da extração do DNA. Após ser extraído, as
amostras foram submetidas à técnica de Reação em cadeia da polimerase (PCR) com os marcadores moleculares B1 (B22-B23)
e os produtos amplificados foram visualizados em géis de poliacrilamida 4,5%, revelados pela prata e digitalmente registrados.
Resultado: Dos 20 camundongos infectados com a cepa ME49 de T. gondii, todos apresentaram pêlos eriçados e três morreram
antes de 40 dias. Após a realização da PCR dos órgãos dos 17 camundongos, observou-se que 12/17(70,5%) animais tiveram a
presença do DNA do parasita nos pulmões, 11/17 (64,7%) no cérebro, 9/17 (52,9%) no músculo esquelético e 6/17 (35,2%) no fígado.
E diferente dos camundongos isogênicos que apresentam exclusivamente infecções cerebrais e oculares nas infecções crônicas
de T. gondii, na espécie heterogênea houve uma preferência do parasita pelas células pulmonares e cerebrais. Pode-se verificar
que essas espécies podem ser usadas como um modelo de estudo com a cepa ME49 de T. gondii.
Caracterização de Imunógeno para Fim de Produção de Soro Antiloxoscélico Utilizado
no Sistema único de Saúde: Estudos Bioquímicos e de Estabilidade dos Venenos de
Aranhas do Gênero Loxosceles
Autores: BRUNO CESAR ANTUNES; João Carlos Minozzo; Adriano Marcelo Morgon; Olga Meiri Chaim. Instituição: Centro de Produção e
Pesquisa de Imunobiológicos - CPPI
Palavras-chave: Loxosceles; CPPI; Soro Antiloxoscélico
As picadas por aranhas do gênero Loxosceles (aranhas-marrons), são um agravo de Saúde Pública no Brasil. Embora se utilizem
várias classes medicamentosas na abordagem terapêutica do acidentado, o único tratamento específico capaz de neutralizar
a ação do veneno é o Soro Antiloxoscélico, produzido por apenas um laboratório no Brasil: o Centro de Produção e Pesquisa
de Imunobiológicos – CPPI. O soro, distribuído no SUS, é produzido a partir do processamento industrial do plasma de equinos
imunizados com soluções dos venenos das aranhas L. gaucho, L. intermedia e L. laeta, as três espécies de maior importância
médica no país. Estas soluções são preparadas no CPPI. Durante seu processo de produção, torna-se imprescindível controle de
qualidade eficiente com a comparação dos lotes fabricados, a fim de atestar se os antígenos possuem componentes idênticos
àqueles encontrados nos animais causadores de acidentes e se são imunogênicos. Assim, foram realizados ensaios visando à
caracterização dos perfis proteicos, enzimáticos, imunoquímicos e estabilidade dos venenos das três espécies de Loxosceles
utilizadas na produção do soro. Os perfis eletroforéticos dos venenos evidenciaram diferenças entre as espécies, porém todos
com grande concentração de massas moleculares entre 28-35 kDa. A atividade proteásica em zimograma foi constatada em
todos os venenos durante nove meses, com a seguinte ordem de ação proteolítica: L. gaucho < L. intermedia < L. Laeta. A mesma
ordem de degradação também foi observada em ensaio para determinação quantitativa da atividade metaloproteásica, realizado
em seguida à produção. As atividades hialuronidásica e fosfolipásica também se mostraram presentes em todas as espécies
até nove meses pós-produção. Entretanto, a ação das fosfolipases pareceu diminuir a partir do terceiro mês de observação. Em
ensaios de Western-blotting, todos os venenos mostraram-se imunogênicos em análises realizadas até três meses depois de
produzidos, quando apresentados a diferentes soros, incluindo o Soro Antiloxoscélico. Desta maneira, é possível afirmar que
os antígenos produzidos e utilizados pelo CPPI dentro do processo produtivo do Soro Antiloxoscélico mantêm conservadas as
principais características bioquímicas e imunoquímicas dos venenos loxoscélicos, sendo adequados para utilização na imunização
de animais, bem como as técnicas padronizadas apresentadas podem ser empregadas em controles de qualidade da produção
dos venenos.
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