Page 87 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
VIVÊNCIAS DE UM GRUPO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSOS E DIABÉTICOS
EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: LENYSE ALESSI | Cíntia Raquel Bim, Monica Regina Seguro, Wleizieli Butke. Instituição: Universidade Estadual do Centro-Oeste
- UNICENTRO
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde. Promoção da saúde. Educação em saúde.
No Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) representam um importante problema de saúde pública devido à
alta prevalência e morbidade, o que pode acarretar efeitos econômicos adversos para a comunidade e o sistema de saúde.
Considerando a simultaneidade da doença e o envelhecimento populacional, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes
Mellitus (DM) destacam-se como importantes fatores de risco pelo potencial desenvolvimento de complicações, e representam
um grande desafio para as políticas de saúde na supervisão sistemática dos indivíduos e elaboração de práticas de prevenção
e promoção de saúde. Nesse contexto, para a realização de ações que levem em consideração os aspectos biopsicossociais
e culturais, os grupos de educação em saúde permitem a troca de conhecimentos e a transformação da realidade a partir do
cuidado integral à saúde. Desta forma, a Equipe de Residência Multiprofissional em Atenção Primária com Ênfase em Saúde da
Família composta por profissionais da área de enfermagem, fisioterapia, nutrição e educação física, com atuação na Unidade
Básica de Saúde Campo Velho, no município de Guarapuava-PR, com o objetivo de promover a saúde do indivíduo portador
de doenças crônicas, acolher demandas da comunidade, estimular o autocuidado da população e a adesão ao tratamento,
desenvolveu o Grupo Viver Melhor formado por usuários portadores de HAS e DM, durante o período de abril a dezembro de 2019,
com uma média de 15 participantes. Durante os encontros realizados mensalmente, foi realizado a verificação da pressão arterial,
frequência cardíaca e saturação de oxigênio dos participantes, e foram abordados conceitos teórico-práticos como definição,
fatores de risco e prevenção das DCNTs, importância do uso correto de medicamentos, benefícios dos fitoterápicos, orientações e
exercícios para prevenção de quedas, alimentação saudável e consumo de alimentos ultraprocessados, oficina de aproveitamento
integral de alimentos, além de dinâmicas de memorização, rodas de conversa, e uso da musicoterapia como prática integrativa e
complementar. Os resultados foram satisfatórios, visto que proporcionou a realização do trabalho interprofissional e a população
manifestou interesse nas ações práticas, além de relatos de diminuição nos níveis pressóricos e uso de medicação, e maior
interação e convívio social entre os participantes do grupo.
RELAÇÃO DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS E SALA DE ESPERA: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Autores: JÚLIA VIANA KIVEL. Instituição: Fundação Municipal de Saúde de Ponta Grossa
Palavras-chave: Educação em saúde. Multiprofissional. Unidade Básica de Saúde.
O médico veterinário dificilmente é lembrado pela sociedade como um profissional da saúde coletiva, por estar associado a
clínica, principalmente de pequenos animais. Quando presente em outro ambiente, como na unidade básica de saúde (UBS),
ocasiona dúvidas tanto para outros profissionais quanto para a população. Em alguns casos isso pode gerar críticas pela falta de
conhecimento. Logo se torna responsabilidade do veterinário instruir todos os envolvidos sobre sua atuação na atenção primária
à saúde (APS). A partir da Portaria nº 2488/2011 do Ministério da Saúde, o veterinário foi oficialmente inserido na atenção primária
à saúde. Apesar da portaria ter sido publicada há 9 anos, as atividades desenvolvidas pela profissão na APS ainda são pouco
conhecidas. Um dos pontos mais trabalhado pelos veterinários é a relação ser humano-animal-meio ambiente, o que abre uma
ampla variedade de ações. As suas atribuições permeiam a orientação e investigação de doenças transmitidas por alimentos,
vetores e animais, guarda responsável de animais de companhia, manejo de resíduos, entre outras. Devido a formação veterinária
estar inserida nas ciências biológicas e da saúde, a atuação com outros profissionais dentro da APS se torna enriquecedora, o
que permite participar ativamente da elaboração de ações de saúde coletiva e atendimentos compartilhados. A UBS é a porta
de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e recebe munícipes com diferentes demandas. Isso a torna um ambiente ideal
para se trabalhar educação em saúde, especialmente durante as chamadas “salas de espera”, em que o indivíduo aguarda
seu atendimento sem muitas distrações. Uma das residentes de medicina veterinária do Programa Multiprofissional de Saúde
Coletiva de Ponta Grossa-PR, após tomar ciência da falta de entendimento do seu trabalho pela população atendida pela UBS,
realizou, junto com residentes de outras profissões, sala de espera em 3 dias da semana, durante 2 meses. Nesse momento eram
esclarecidos o fluxo de atendimento da UBS e quais as funções desempenhadas pela veterinária. Após os 2 meses, uma das
gestantes assistidas, relatou que ao ser atendida no hospital do município, foi indagada do porque ter recebido orientações de
uma veterinária. Por já saber a função da profissão soube sanar a dúvida do profissional. Com isso é evidente a necessidade de
divulgação do trabalho do médico veterinário na APS, o que leva ao fortalecimento do vínculo com a comunidade e promove um
atendimento mais integral.
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