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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Caracterização das Epidemias de Dengue no Paraná entre 2012 a 2016
Autores: DANIEL DUTRA RUFASTO; Dora Yoko Nozaki Goto; João Luis Gallego Crivellaro; Ana Paula Kaminski; Joseana Cardoso de
Souza. Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Dengue, epidemia, epidemiologia
Introdução: A Dengue é uma doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico, desde formas clínicas leves
autolimitadas até formas graves que podem evoluir ao óbito. É a mais importante arbovirose a afetar o ser humano, constituindo
um sério problema de Saúde Pública global e de ocorrência disseminada, especialmente nos países tropicais e subtropicais.
Objetivo: Caracterizar a ocorrência das epidemias de dengue no Paraná nos períodos 2012/2013 e 2015/2016. Método: Estudo
descritivo, transversal da ocorrência de dengue no estado do Paraná em dois períodos: 2012/2013 e 2015/2016, dados obtidos
dos boletins epidemiológicos publicados no site da Secretaria da Saúde do Paraná. Cada período se inicia em agosto, na semana
epidemiológica (SE) 31 de um ano, até a SE30 (julho) do ano seguinte considerando a sazonalidade da dengue. Avaliação da
variação percentual (%) entre os dois períodos dos casos notificados, confirmados, autóctones (local de infecção igual residência),
classificação, faixa etária, sexo e incidência por macrorregiões segundo nível epidêmico (?300 casos/100 mil). Resultado: Houve
aumento de 11,11% dos municípios com casos notificados (de 342 para 380) e de 17,52% com casos confirmados (de 274 para
322), redução de 32,33% do número de municípios em epidemia (de 133 para 90); redução de 5,3% da incidência no estado (de
498,62 para 472,17) mas aumento de 31,6% nos casos notificados (de 110.774 para 145.757); 3% dos casos confirmados (de 54.716
para 56.351); 26,76% dos municípios e 46,67% das regionais com casos autóctones entre o 1º e 2º períodos, respectivamente. A
incidência por macrorregiões demonstrou aumento de 3.238.400,0% na Macro Leste (de 0,17 para 5505,45); região anteriormente
não endêmica; 108% na Oeste (de 1.913,1 para 3.982,74) e 71% na Norte (de 1.027,47 para 1.757,48) por 100 mil habitantes entre os
períodos. Quanto a classificação, casos de dengue clássico aumentaram em 1,7%, mas formas graves tiveram um acréscimo de
75,0% (de 229 para 912) assim como 63,5% nos óbitos (de 23 para 63) entre os dois períodos. A distribuição por sexo e faixa etária
foi de cerca de 30,0% no sexo feminino entre 20-49 anos; a variação percentual foi maior no sexo masculino entre 50 a 64 anos
(aumento de 13,95%). Conclusão: O estudo permitiu conhecer algumas características de duas grandes epidemias de dengue
ocorridas no Paraná, demonstrando o aumento da magnitude e gravidade da doença, norteando as ações de planejamento e
intervenção.
Caracterização de Adolescentes Internados por Tentativa de Suicídio com Agentes
Químicos
Autores: TUANNY KITAGAWA; Camila Cristiane Formaggi Sales; Marcia Regina Jupi Guedes; Marcelle Paiano; Magda Lúcia Félix de
Oliveira. Instituição: Universidade Estadual de Maringá (UEM)
Palavras-chave: Tentativa de suicídio; Saúde mental; Centros de Controle de Intoxicações
Introdução: A adolescência é um período de intensas mudanças físicas, mentais, sexuais ou sociais, de transição entre infância
e vida adulta. As taxas de tentativas de suicídio – TS com o uso de agentes tóxicos entre adolescentes tem aumentado, assim
como a gravidade dos casos. Objetivo: Descrever internações por tentativa de suicídio com agentes químicos em adolescentes
internados em um hospital ensino. Método: Estudo transversal e descritivo, com análise retrospectiva de fichas epidemiológicas
de Ocorrência Toxicológica de adolescentes internados no mínimo quatro dias ou com evolução a óbito e acompanhados
pelo Centro de Controle de Intoxicações do Hospital Universitário Regional de Maringá – CCI/HUM, no período de janeiro
de 2011 a dezembro de 2015. Os dados foram compilados em planilha eletrônica, de acordo com variáveis de caracterização
sociodemográfica dos participantes; grupos de agentes tóxicos e local de ocorrência; risco e situação desencadeante da TS,
gravidade da intoxicação; duração da internação e desfecho clínico do caso. A pesquisa foi apreciada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa - UEM (parecer 1.835.352/2016). Resultado: Foram notificados ao CCI/HUM 313 casos de TS na faixa etária de 10 a 19
anos, nos anos 2011-2015. Destes, 25 permaneceram internados por período igual ou superior a quatro dias, e duas adolescentes
evoluíram a óbito. Dezenove (70,4%) eram do sexo feminino, a variação da idade foi 12 e 19 anos e média de 16,2 anos (desvio-
padrão 2,1). Prevaleceu a residência urbana (22 – 91,7%), e baixa escolaridade. A maioria das TS ocorreu na residência (24 –
88,9%), e foram identificados sete grupos de agentes tóxicos; medicamentos (51,9%) e produtos de uso veterinário (14,8) foram os
principais. Como fatores de risco para o suicídio, a TS anterior esteve presente em oito casos (29,6%) e a presença de transtorno
mental em sete (26%). Apenas 15 (55,5%) fichas informaram os fatores desencadeantes para a TS, sendo conflitos familiares os
principais. A maioria (55,5%) demandou internação em Terapia Intensiva, e dez foram classificados como moderada gravidade, 15
como graves e dois como fatais. Conclusão: O estudo permitiu a identificação de fatores que dimensionam um problema social
emergente e multicausal, cuja investigação é essencial para desenvolvimento de estratégias preventivas e assistenciais voltadas
a essas pessoas e suas famílias.
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