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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Misoprostol e o Manejo do Aborto: uma Abordagem Farmacoepidemiológica em uma
Maternidade do Sul do Brasil
Autores: DAESKA MARCELLA KOCH; Yanna Dantas Rattmann. Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: misoprostol; aborto; farmacoepidemiologia
Introdução: O aborto se encontra entre as principais causas de mortalidade e internamento materno no mundo, indicando
um grave problema de saúde pública. O abortamento seguro, nas razões legalmente admitidas no Brasil, constitui um direito
da mulher, que deve ser respeitado e garantido pelos serviços de saúde. Objetivo: caracterizar as gestantes atendidas em
um hospital maternidade do sul do Brasil, que fizeram uso do medicamento misoprostol para manejo do aborto. Método:
Estudo observacional descritivo transversal, com coleta de dados clínicos e epidemiológicos das gestantes que fizeram uso
do misoprostol 25µg ou 200µg para: interrupção da gravidez com o feto morto ou retido; aborto legal; tratamento do aborto
incompleto; e amolecimento do colo uterino prévio à curetagem. Foram analisados dados do período de julho de 2015 a junho
de 2017. Resultado: Do total de 717 gestantes que usaram misoprostol no período, 39,5% o fizeram para manejo do aborto, tendo
essas, a idade média de 28,5 anos. A maioria tinha união estável, era branca, com ensino fundamental ou médio incompleto
e residentes da área urbana. Também estavam no primeiro trimestre gestacional e eram multíparas (26,9% com histórico de
aborto e 25,4% de cesáreas). O CID mais prescrito para liberação do medicamento foi o O021, referente a “aborto retido” (64,3%)
e houve um caso de aborto legal. Para abortamento no primeiro trimestre, a média de uso foi de 2,9 comprimidos 200 µg com
uma taxa de sucesso de 100%. No segundo trimestre foi de 8,9 comprimidos 25 µg com 77,7% de sucesso; e 2,4 comprimidos
200µg com 96,5% de sucesso. No terceiro trimestre a média correspondeu a 3,4 comprimidos 25 µg utilizados com taxa de
sucesso de 72,7%. Um total de 30% das mulheres usou o medicamento para amolecimento do colo uterino para posterior
curetagem ou aspiração manual intrauterina. Em torno de 3% das mulheres tiveram alguma complicação após o abortamento
e 1,4% necessitou de outro método mecânico para finalizá-lo. Foram identificadas 37 diferentes condições clínicas e doenças
preexistentes e gestacionais, num total de 177 ocorrências. Conclusão: O uso do misoprostol vaginal para o manejo do aborto
se mostra como uma alternativa segura e eficaz às mulheres, além de possuir um baixo custo, facilidade de administração, e
proporcionar a possibilidade de um abortamento mais humanizado.
Monitoramento de Aedes (stoegomyia) Albopictus e Aedes (stegomyia) Aegypti em
Antonina, Paraná, Brasil
Autores: NATALIE MARY SUKOW; Silvia Jaqueline Pereira de Souza; Cristiano Dutra Silva; Odileno Garcia Toledo; Magda Clara Viera da
Costa Ribeiro. Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: vetor; arbovirose, epidemiologia
Introdução: Os culicídeos das espécies Aedes (Stegomya) albopictus e Aedes (Stegomyia) aegypti são notoriamente
reconhecidos por sua importância na transmissão de arboviroses como dengue (DENV); zika (ZIKV); chikungunya (CHIKV, tanto
no Brasil (Ae. aegypti), quanto em outras partes do mundo (Ae. albopictus). Fatores como pluviosidade, temperatura e umidade
relativa do ar afetam o ciclo biológico destes insetos, influenciando, desta forma, na sua sazonalidade. Surtos recorrentes
destas arboviroses no Brasil, mais recentemente, no litoral paranaense, mostram a necessidade da compreensão de medidas
eficientes de captura e sobretudo da identificação das áreas com maior ou menor densidade de Ae. aegypti e/ou Ae. albopictus.
Objetivo: Avaliar a eficiência das armadilhas ovitrampa (coleta de ovos) e adultrap (coleta de adultos) na coleta de Ae. aegypti
e Ae. albopictus no município de Antonina. Metodologia: Foram realizadas coletas periódicas mensais entre setembro de 2017
a abril de 2018, ao longo de um transecto no Município, abrangendo 34 pontos (com distância de 300m entre eles), definidos a
partir da suspeita/relato da presença de Ae. aegypti e Ae. albopictus e de circulação viral autóctone de DENV. Os métodos de
coletas utilizados foram armadilhas de oviposição e captura de adultos específicas para Ae. aegypti e Ae. albopictus, ovitrampa
e Adultrap®, respectivamente. Os mosquitos provenientes das coletas foram identificados quanto a espécie e prevalência por
armadilha. Resultado: Ao total, obtiveram-se 1774 mosquitos, havendo uma proporção majoritária de mosquitos Ae. albopictus
(73,73%) em relação à Ae. aegypti (26,27%). Maior número de espécimes foi obtido nas ovitrampas (98,99%) em detrimento
das adultraps (1,01%). A maior densidade populacional foi nos meses em que, tipicamente, há temperaturas médias, umidade
relativa do ar e níveis pluviométricos mais elevados (novembro a março), legitimando a correlação existente entre tais fatores e
a dinâmica populacional destas espécies. Conclusão: DENV, ZIKV e CHIKV são as arboviroses de maior circulação no território
brasileiro e, consequentemente, no Paraná, portanto ao caracterizar os padrões sazonais dos vetores, é possível compreender
sua prevalência e distribuição. Além disso, a utilização de métodos de coleta sensíveis na detecção precoce de Ae. aegypti,
principalmente, visa auxiliar na conduta de controle mais adequado e efetivo.
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