Page 294 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Intoxicações Exógenas: Perfil dos Pacientes Atendidos em Unidade de Pronto
Atendimento
Autores: MÁRCIA GLACIELA DA CRUZ SCARDOELLI; Edvaldo dos Reis Nogueira Sanches; Rafaely de Cassia Nogueira Sanches; Thamires
Fernandes Cardoso da Silva Rodrigue; Cremilde Aparecida Trindade Radovanovic. Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: Intoxicações; Epidemiologia; Notificação.
Introdução: Anualmente no Brasil são registrados milhares de casos de intoxicação exógena, seja pela ingestão de alimentos
contaminados, medicamentos, uso de agrotóxicos, produtos de limpeza doméstica, de uso veterinário e outras sUBStâncias
químicas. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas atendidas em uma Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de um município da região Noroeste do Estado do Paraná, no período de 2014 a 2016. Metodologia: Pesquisa
retrospectiva e descritiva com abordagem quantitativa, cujo os dados foram coletados através das fichas de notificação do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis avaliadas foram: sexo; raça; faixa etária; período gestacional;
ocupação; escolaridade; local de ocorrência da exposição; circunstância de exposição; grupo do agente tóxico e evolução do
caso. Os dados foram compilados no programa Excel e analisados por estatística simples. Resultado: Foram registrados 187 casos
de intoxicações exógenas, sendo 121(64,6%) ocorrências no sexo feminino, com faixa etária compreendida entre 1 a 19 anos (48%)
e 20 a 29 anos (26,2%). Em relação à raça, 131(70%) era branca, 67(35%) dos casos estavam empregados e 177(94,6%) ocorreram
na região urbana. Já o período gestacional que ocorreram as intoxicações exógenas foi mais significativo no primeiro trimestre
com 6(3,2%) casos. As principais circunstâncias de exposição foi à tentativa de suicídio sendo representada por 109(58,6%) casos,
seguida de 56(30,4%) por uso acidental e o agente tóxico responsável pelas intoxicações foram os medicamentos, em 119(72,7%)
dos casos. O prognóstico foi de curassem sequela para 178(95,8%) dos caso, sendo observado 3(1,6%) óbitos. Conclusão:
Algumas informações apresentadas nas fichas de notificação de intoxicação exógena, não são preenchidas corretamente, o que
prejudica a qualidade das informações e refletem exatamente a situação das notificações registradas nos serviços de Vigilância
Epidemiológica dos municípios. Além disso, estudos sobre o perfil das intoxicações em crianças e adolescentes são de suma
importância, pois estes apresentam eventos toxicológicos diferentes que precisam ser considerados. Sendo assim, salienta-se a
necessidade de investimento em medidas de controle sanitário, e de educação para prevenir a ocorrência destas intoxicações.
Levantamento Epidemiológico das Doenças Bucais em Mulheres Confinadas em uma
Penitenciaria Feminina
Autores: IRANILDA ALVES MENDONÇA; Gustavo Hermes soares; Renata Iani Werneck; Samuel jorge Moyses. Instituição: Pontifícia
Universidade católica do Paraná
Palavras-chave: Penitenciaria; Detentas; saúde bucal
Foi realizado um levantamento epidemiológico na Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), que é caracterizada como uma unidade
prisional de segurança máxima que atende em média 400 detentas. Embora as pessoas em situação de privação de liberdade
manterem todos seus direitos fundamentais assegurados por lei, o encarceramento pode acentuar vulnerabilidades e propiciar
o surgimento ou agravamento de várias doenças. Segundo o Infopen, o Brasil possui a quarta maior população prisional do
mundo em números absolutos e relativos, e o número de mulheres privada de liberdade passou para 42,3 mil em junho de 2016.
Em geral, esta população é composta por jovens com baixa escolaridade e provenientes de famílias desestruturadas. Para esta
pesquisa todas as internas entre os meses de julho e setembro de 2015 foram convidadas para participar, sendo 305 examinadas.
Porém, devido a problemas internos de segurança para a equipe examinadora e demais envolvidos, não foi possível liberar
todas alas e apenas um número insignificante de presas optou por não participar. Durante a pesquisa foi utilizado um formulário
adaptado baseado na SB Brasil 2010, para anotações dos resultados do exame clínico que foi realizado por um examinador
(G.S), previamente treinado e calibrado. Após o exame clínico, as mesmas responderam a um questionário realizado por uma
entrevistadora (I.M) a respeito do seu perfil sociodemográfico e qualidade de vida utilizando o questionário Oral Health Impact
Profile (OHIP-14). O estudo foi realizado em local indicado pela direção da penitenciária, numa sala de aula com iluminação ambiente
e artificial, utilizando carteiras, cadeiras e matérias descartáveis e estéreis e sempre na presença de um agente penitenciário.
Com os resultados observou-se um estado de saúde bucal bastante precário com um número significativo de dentes perdidos
num cenário de prevalência jovem com elevadas necessidades de tratamento e um alto nível de vulnerabilidade e iniquidade.
Esta experiência possibilitou desfazer preconceitos e mitos em relação a essa população e foi de grande aprendizado, pois os
graduandos envolvidos puderam conhecer outra realidade diferente da clínica da universidade, assim como agregar experiências
para formação profissional que transcendem a dimensão meramente técnica e integrem a saúde bucal às demais práticas de
saúde coletiva.
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