Page 145 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: INTEGRALIDADE DO CUIDADO
PUERICULTURA COMPARTILHADA: MODO DE ORGANIZAR O PROCESSO DE TRABALHO
E AMPLIAR OS CUIDADOS AOS BEBÊS
Autores: SORAYA GEHA GONÇALVES | Erica Cristina Pereira, Geder Harami, Lilian Aparecida Venâncio Sato, Silvia Carla Pinheiro Crepaldi.
Instituição: Autarquia Municipal de Saúde de Londrina
Palavras-chave: Puericultura. Atenção Primária em Saúde. Estratégia Saúde da Família.
Fundamentação teórica: O Ministério da Saúde preconiza a inserção da puericultura nas práticas da atenção básica por ser
uma estratégia preventiva na vida das crianças. O objetivo é orientar as famílias compreendendo o contexto social, cultural e
político, no qual o bebê está inserido. Contudo, a puericultura compartilhada é estimulada entre os profissionais que compõem
a equipe NASF . Implantamos numa UBS, na qual não acontecia esta configuração no processo de cuidado da saúde da criança.
Caracterização do problema: A relevância desta puericultura é decorrente da carência de médico pediatra, cuja atuação prioriza
as ações curativas e não preventivas; pouca efetividade nas ações preventivas em razão do volume de crianças assistidas na área
da UBS; a equipe da saúde da família encontra-se reduzida por motivos de déficit de recursos humanos. O objetivo deste relato
de experiência é mostrar como se operacionaliza na prática. Descrição da experiência: A metodologia se dá, a partir da divisão
das crianças em ciclos de vida: 0 a 2 meses, 3 a 5 meses, 6 a 8 meses, 9 a 12 meses e encerrando aos 15 meses. O diferencial é a
abordagem multiprofissional em todas as fases do desenvolvimento e crescimento infantil. Participam deste processo os seguintes
profissionais: nutrição, psicologia, fisioterapia e educador físico, ainda há um profissional de referência da equipe de enfermagem,
resultando na atuação e perspectiva integral. Durante o mês é ofertado vagas contemplando todas as fases do desenvolvimento
dividindo-as para cada semana. Na prática, no primeiro momento é realizado o acolhimento individual da família, na qual a
criança é avaliada (antropometria) - aprazamento dos dados. No segundo momento, a família é direcionada para o atendimento
compartilhado ocorrendo às orientações a respeito dos marcos do desenvolvimento infantil, alimentação saudável, higiene
bucal, desenvolvimento cognitivo e emocional, vínculo e posição da família diante da criança, vacinas, prevenção de acidentes
domésticos, etc. Efeitos alcançados: Melhora no cuidado da saúde da criança, eficácia nas ações preventivas, boa adesão dos
participantes que aderiram ao programa, melhor organização do processo de trabalho na UBS, ampliação e integralidade da
assistência. Recomendações: Há como sugestão, efetivar a busca ativa das crianças faltosas, inserir maior número de profissionais
da equipe de enfermagem da UBS e ampliar a corresponsabilização ao longo deste processo de trabalho.
NÚCLEOS AMPLIADOS DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA E AS PRÁTICAS
COLABORATIVAS PARA O CUIDADO INTEGRAL
Autores: DAIENE APARECIDA ALVES MAZZA TITERICZ | Brígida Gimenez Carvalho, Marselle Nobre de Carvalho. Instituição: Universidade
Estadual de Londrina
Palavras-chave: Equipe multiprofissional. Sistema Único de Saúde. Atenção Primária à Saúde.
A integração entre as equipes de referência e o NASF-AB deve ser baseada na comunicação interdisciplinar e nas práticas
colaborativas, para atuarem em uma lógica diferenciada daquela pautada no encaminhamento do usuário. Esse trabalho teve
como objetivo interpretar as práticas colaborativas desenvolvidas pelo NASF -AB em três municípios da 16ª Regional de Saúde
de Apucarana, Paraná. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, de natureza compreensiva, cuja obtenção de dados
contemplou a definição dos locais e participantes da pesquisa, observação participante e entrevista com os profissionais do NASF-
AB. Este estudo revelou que os profissionais do NASF -AB conseguiam desenvolver práticas colaborativas em seu cotidiano de
trabalho, as quais se manifestavam no contexto dos atendimentos individuais, das visitas domiciliares, no planejamento e execução
de atividades coletivas e na articulação com a rede. Apresentavam, ainda, uma relação de interação, tanto entre si quanto com
a equipe de referência, acionando outros profissionais para discussão de casos, sempre que percebiam essa necessidade. Os
profissionais do NASF-AB relataram a realização de atividades compartilhadas em sua rotina de trabalho, e reconheceram a
importância desse elemento para o fortalecimento da equipe e resolutividade do cuidado. Em um dos municípios, ressaltou-se
a iniciativa dos profissionais do NASF-AB de renormalizar as demandas impostas pelo território e repensar a lógica de cuidado
hegemônica no que se refere às atividades coletivas, para se obter um cuidado mais resolutivo, através do desenvolvimento de
alternativas aos grupos específicos geralmente requeridos pela gestão, deslocando o foco da atenção para as necessidades do
usuário. A interpretação das práticas colaborativas desenvolvidas pelos profissionais apoiadores permitiu identificar elementos
como a existência de objetivos comuns, foco nos usuários, o estabelecimento de vínculo e o reconhecimento da interdependência
entre os membros da equipe, o direcionamento e apoio da gestão, e espaços instituídos de discussão, os quais são fundamentais
para a colaboração. Destaca-se a necessidade de se fomentar estratégias para o fortalecimento das práticas colaborativas no
NASF-AB, apostando-se na potência da instituição de ferramentas de cogestão e de espaços de educação permanente para
impulsionar a reflexão processo do processo de trabalho e a transformação dos modelos de cuidado em saúde.
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