Page 173 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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Mães solo também relatam sentir mais solidão, medo, vergonha e sobrecarga, fatores que
impactam na saúde mental. A literatura aponta que a vivência da maternidade solo no Brasil
e no mundo é marcada por vulnerabilidade social, marginalização, adoecimento psíquico,
baixa qualidade de vida, pobreza e sexismo. Nesse contexto, a rede de apoio aparece como
estratégia de enfrentamento, através de relações pessoais significativas com familiares,
pessoas do seu círculo social, profissionais da saúde, da educação e da assistência social.
Conclusões: As mães solo apresentam vulnerabilidades de diversas ordens, destacando-se
a econômica e psicológica. O estabelecimento de uma rede de apoio pode ser um
instrumento-chave para o enfrentamento de situações de crise. Contudo, conclui-se acerca
da necessidade de extrapolar o caráter privativo das redes de apoio e efetivar-se a
implantação de Políticas Públicas que forneçam suporte a estas famílias.
MIGRAÇÃO PENDULAR E ACESSO A SAÚDE DE CRIANÇAS ESTRANGEIRAS EM
MUNICÍPIO BRASILEIRO DE FRONTEIRA
Autores: GABRIELA DOMINICCI DE MELO CASACIO | ADRIANA ZILLY; LAYSE
FERNANDA ANTONIO DE SOUZA; LEILA WIEDMANN FLORENTINO DA SILVA; ROSANE
MEIRE MUNHAK DA SILVA. Instituição: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Palavras-chave: Direito à saúde; Migração pendular; Saúde da criança.
Introdução: A migração pendular é caracterizada pelo movimento cotidiano de pessoas que
vivem em regiões de fronteira, seja para trabalho, estudo ou saúde, e é determinada pela
oferta e qualidade dos serviços oferecidos. Na tríplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai, o
fluxo em busca de melhores condições de saúde é predominantemente no sentido brasileiro,
o qual possui um sistema público fundamentado nos princípios da universalidade e
integralidade. A carência de serviços voltados às Crianças com Necessidades Especiais de
Saúde (CRIANES) nos países vizinhos estimulam a migração temporária, visto que
dependem de cuidados complexos, contínuos e apropriados às suas demandas individuais.
Cabe salientar que barreiras para o acesso aos serviços de saúde e educação especial
podem intensificar as vulnerabilidades de CRIANES. Objetivo: Compreender o contexto
entre a migração pendular e o acesso à saúde de CRIANES estrangeiras em um município
de fronteira. Métodos: Pesquisa qualitativa, ancorada na hermenêutica-dialética.
Participaram das entrevistas 11 profissionais de três instituições assistenciais de cuidado à
pessoa com deficiência (cinco coordenadores pedagógicos, quatro assistentes sociais e dois
psicólogos) e 15 enfermeiros de 11 Unidades de Atenção Primária à Saúde de Foz do Iguaçu,
Paraná, Brasil. Elegeu-se a análise temática dedutiva. Resultados e Discussão: Os
participantes relataram alta demanda de CRIANES estrangeiras nas instituições e nas
unidades de saúde do município brasileiro, decorrente da ausência de serviços
especializados para atendimento de crianças com demandas complexas em seus países de
origem. Todavia, houve barreiras para o acesso aos exames, serviços especializados e
atendimentos de rotina, sendo necessário comprovar residência no Brasil e regularizar a
documentação. A assistência limitou-se aos serviços de urgência e emergência nas unidades
básicas e nos pronto-atendimentos. Não obstante, os atendimentos oferecidos pelas
instituições assistenciais aos estrangeiros foram interrompidos em 2020, por orientação do
Ministério Público, restringindo-se aos residentes do município. Conclusão: A insuficiente
integração dos municípios de fronteira afastou as crianças das instituições de educação
especial e dos serviços de saúde brasileiros, deixando-as desamparadas. Torna-se essencial
a efetivação de medidas que legitimem os processos de transfronteirização e que garantam
o direito à saúde de populações vulneráveis, especialmente CRIANES.
IMUNIZAÇÃO CONTRA A COVID-19: MANIFESTAÇÕES DOS USUÁRIOS
PARANAENSES.
Autores: ALINE FELIX | PATRICIA MARIA CARDOSO FERREIRA; JUCILENE SANTOS DE