Page 176 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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PRINCIPAIS INTERRUPÇÕES/DISTRAÇÕES NO TRABALHO DE MULHERES EM
REGIME DE HOME OFFICE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19.
Autores: ISABELLA BAHIA DUTRA REZENDE | RAPHAELA PIAZZA DA CRUZ DE
CARVALHO; MARIA ELIANA MADALOZZO SCHIEFERDECKER. Instituição: Universidade
Federal do Paraná
Palavras-chave: Mulheres Trabalhadoras; Pandemia; Divisão do Trabalho Baseado no
Gênero.
Introdução: A pandemia da COVID-19 impactou mulheres e homens de modos distintos.
Pela imposição do distanciamento social, o home office foi adotado por 46% das empresas
brasileiras, exigindo que pessoas lidem com atividades do trabalho remunerado e do lar,
necessitando reajuste contínuo de espaço e tempo, o que pode ser estressante e afetar mais
intensamente mulheres. Objetivo: investigar principais interrupções/distrações no trabalho
de mulheres em regime de home office durante a pandemia da COVID-19. Método: pesquisa
social quantitativa, transversal e exploratória. Realizada de Dezembro/2020 a Fevereiro/2021,
por meio de questionário estruturado, auto aplicado, anônimo e on-line, elaborado no
aplicativo Google Forms, e divulgado via e-mail e redes sociais, composto por 24 questões
sobre aspectos socioeconômicos e demográficos e 8 questões sobre percepções de trabalho
durante a pandemia em escala Likert. Mulheres foram convidadas a participar
voluntariamente. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Paraná (CAAE 37334420.0.0000.0102) e o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido foi disponibilizado no instrumento. Resultados/discussão: A amostra é de 114
mulheres. A maioria (68,42%, n=78) possui entre 31 e 50 anos, 75,44% (n=86) é de cor/raça
branca e 64,91% (n=74) habitantes do estado do Paraná. 41,23% (n=47) trabalha como
funcionária pública e 24,56% (n=28) de empresa privada. 66,95% (n=76) das mulheres
participantes possui pós-graduação completa. Sobre principais fontes de distração das
atividades da profissão, 41,23% (n=47) responsabilizou outras pessoas com as quais dividem
a residência e 36,84% (n=42) com afazeres domésticos. Com o aumento do volume de
trabalho, devido a passagem abrupta e sem planejamento para o home office, além da
dedicação ao trabalho remoto, mulheres se encontram também entre cuidados do lar e do
outro, simultaneamente, tiveram que dispensar serviços terceirizados. Conclusões:
principais interrupções percebidas foram com pessoas no lar, seguido de tarefas domésticas.
O home office já poderia ser prejudicial às mulheres, posto que, normalmente, têm que
conjugar trabalho remunerado e cuidado. Na pandemia, isso tem se acentuado, sendo
essencial esse reconhecimento e problematização para se discutir pautas sobre
desigualdades de gênero no trabalho que impactam a qualidade de vida das mulheres.