Page 181 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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segmentos analisados. Destacaram-se os acidentes de trabalho no abate de suínos, aves e
outros pequenos animais, com 12.923 (25,30%) acidentes e as atividades econômicas
relacionadas ao processamento da madeira, em que ocorreram 7.336 (14,37%) registros de
CAT. A ocupação mais vulnerável foi o alimentador de linha de produção, 10.230 (20,04%)
acidentados. As lesões mais prevalentes foram os cortes, lacerações, feridas contusas e
puncturas com 13.521 (26,47%) casos. A parte do corpo mais atingida foram os dedos 15.907
(31,15%), e, dentre os agentes causadores, as facas e facões estavam entre os principais,
causando 4.782 (9,36%) lesões. A obrigatoriedade do registro de CAT apenas para acidentes
envolvendo a população que possui carteira assinada, a falta de qualidade e completude das
suas informações e o fato de que nossa seleção não assegura que os trabalhadores
compartilhem do mesmo ambiente podem ser consideradas limitações do estudo. Apesar das
limitações, esta pesquisa reforça a importância da análise dos acidentes de trabalho no
agronegócio paranaense, de modo que, espera-se contribuir com evidências que auxiliem na
prevenção destes agravos nos segmentos analisados. Sugerem-se novos estudos, focados
nas atividades econômicas e ocupações vulneráveis, a fim de estender o monitoramento dos
fatores de risco das atividades ligadas ao agronegócio.
TENDÊNCIA DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE PRÓSTATA NO ESTADO NO PARANÁ
Autores: JESSICA CRISTINA RUTHS | MAURICIO BEDIM DOS SANTOS; CRISLAINE
COLLA. Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Neoplasias de Próstata; Mortalidade; Distribuição por Idade.
No estado do Paraná, somente no ano de 2020, ocorreram cerca de 3.560 novos casos de
câncer de próstata. Neste contexto, estudos epidemiológicos de mortalidade, que analisem
dados regionais, são relevantes para conhecer as condições de saúde de populações
específicas e compreender a distribuição da ocorrência da doença. Objetivou-se descrever a
tendência da mortalidade por câncer de próstata no Paraná e no Brasil, onde pesquisas sobre
este tema ainda são escassas. Todos os óbitos por câncer de próstata, ocorridos entre 2010
e 2018, em homens com mais de 40 anos, residentes no Paraná e no Brasil, foram coletados
a partir do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Calculou-se através do método
direto, as taxas de mortalidade ajustadas por faixa etária (por 100 mil homens), usando como
referência a população de 2010. A regressão linear simples foi utilizada para avaliar as
variações anuais, com intervalo de confiança de 95%. A série histórica analisada apontou
tendência significativa (p=0,004) decrescente das taxas de mortalidade por câncer de
próstata no estado do Paraná e estagnação não significativa (p=0,149) no Brasil. As taxas
foram maiores no Paraná em comparação com o Brasil em todo o período. Destaca-se o
maior risco de morte em homens com mais de 60 anos. Apesar das reduções na mortalidade
paranaenses ainda serem singelas, infere-se melhora nas ações de controle e tratamento do
câncer de próstata no estado. As ações de prevenção e inovações terapêuticas da última
década podem estar alterando a incidência e a sobrevida dos acometidos e influenciando o
perfil de mortalidade. Nossas análises permitiram melhor compreensão de aspectos
relacionados ao comportamento da mortalidade por câncer de próstata, fornecendo dados
empiricamente relevantes para a vigilância epidemiológica e para o planejamento de ações
de prevenção deste agravo. Problemas de registro na causa básica de óbito e ausência de
informações adicionais sobre fatores de risco foram um fator limitador do estudo. São
necessários outros trabalhos que investiguem o comportamento da mortalidade por câncer
de próstata no Paraná, associando-o aos fatores de risco, para a melhor compreensão do
padrão de mortalidade na população dessa região. Ressalta-se a importância do uso de
estatísticas de mortalidade a fim de complementar o perfil de morbidade por câncer, em uma
realidade onde há limitação de acesso a dados sobre a incidência.