Page 186 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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A definição de surto de COVID-19 varia de local para local, mas consiste, basicamente, em
uma transmissão potencialmente extensa em um local ou organização com vínculo temporal.
Apresentamos a experiência da 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, no 1º surto em
empresa Frigorifica em Paranavaí, que continha 2.117 trabalhadores, inclusive de outras
Regionais. Após caracterizado o surto, a equipe do Centro de Operações de Emergências -
COE Regional, composta por técnicos da Regional de Saúde estabeleceu estratégias para o
enfrentamento da situação, contou ainda com apoio Técnico da equipe do Nível Central da
SESA/PR e do Ministério Público do Trabalho. Após imediata comunicação aos municípios
de residência dos trabalhadores, orientaram as equipes municipais das vigilâncias e
assistência em saúde para que realizassem busca ativa dos trabalhadores para, investigação,
avaliação de sinais e sintomas, testagem dos sintomáticos, isolamento e monitoramento. Com
a relação de trabalhadores por município de residência fornecida pela empresa, foi possível
acompanhar e mapear todos os possíveis infectados. A Regional é composta por 28
municípios, em 21 (75%) dos municípios foram detectados trabalhadores com Covid-19, bem
como em contatos. Entre 28/03 a 31/05 de 2020, conforme dados de notificações e do
monitoramento de casos na empresa tem-se o registro de 136 casos (6,4%) de Covid-19
entre trabalhadores e identificados, 35 contatos destes, com 2 óbitos de trabalhadores com
taxa de letalidade de 1,5%, e 1 óbito em contato com taxa de letalidade de 2,8%. A taxa de
incidência na Regional após as testagens teve um incremento de 660,8%, elevando-se para
1.217 cada 1 milhão de habitantes, permanecendo a maior no Paraná até 02/06/20. Do total
de casos da Regional o surto representou 50,8%, e em alguns municípios todos os casos
nesse período tinham relação direta com a empresa. A empresa ficou fechada por 14 dias (09
a 22/04), para reorganização dos processos de trabalho, desinfecção e higienização, e
revisão do Plano de Contingência. Considerando a dinâmica da doença e o momento da
Pandemia, a ação foi fundamental no desfecho da situação. A testagem dos trabalhadores
permitiu identificar os casos e adotar novas estratégias. O surto possibilitou que a Equipe
Técnica da Regional desenvolvesse expertise para o enfrentamento de outros surtos em
outras empresas e ramos do comércio em geral, favorecendo uma resposta eficiente. O
trabalho em equipe foi extremamente enriquecedor.
RELEVÂNCIA DA TRIAGEM FONOAUDIOLÓGICA COMO IDENTIFICADOR DE RISCO DE
DISFAGIA EM PACIENTES COM SARS-COV-2
Autores: ANDRESA SANTOS DA SILVA | DANIELA HENCKE; ANA PAULA DE ANDRADE
SARTORI; PALOMA ALVES MIQUILUSSI; ANA LÍDIA EMERICK ROSA; ISABEL DE LIMA
ZANATA. Instituição: Fundação estatal de atenção a saúde- Hospital Municipal do Idoso
Zilda Arns
Palavras-chave: Triagem, Prevenção Primária, Transtornos da Deglutição, SARS-Cov-2.
A disfagia caracteriza-se pela dificuldade em transportar o conteúdo da boca para o
estômago, condição esta que pode causar complicações graves, como desnutrição,
desidratação, pneumonia por aspiração e aumento de custos hospitalares. O coronavírus
(SARS-CoV-2) faz parte de um grupo de vírus responsáveis por causar síndromes
respiratórias agudas que podem variar de sintomas leves a graves. A respiração e deglutição
são funções inter-relacionadas e altamente coordenadas, a incoordenação entre essas
funções é considerada um fator de risco para a disfagia. Os pacientes com COVID-19 podem
apresentar descompensação respiratória, deixando-os suscetíveis a incoordenação
respiração-deglutição favorecendo o desenvolvimento e/ou agravamento da disfagia.
Considerando as intercorrências clínicas causadas pela disfagia e a necessidade da
prevenção desta nos pacientes com COVID-19, o presente relato tem como objetivo
apresentar a relevância da triagem fonoaudiológica como identificador de risco de disfagia
nesta população. A triagem fonoaudiológica é um procedimento que busca identificar o risco
de disfagia, sugere-se que sua aplicação seja realizada em todos os pacientes adultos e
idosos que dão entrada no hospital. Quando os pacientes apresentam critérios para avaliação
da deglutição, estes seguem em acompanhamento fonoaudiológico durante o período de
internamento. Na prática clínica observa-se que os pacientes que apresentam repercussões
na função de deglutição, apresentam características clínicas comuns tais como: dispneia,
fraqueza muscular e fatigabilidade frequente. Esses pacientes, apresentam-se por vezes