Page 209 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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ventilatório, comparando o perfil deste grupo em 2020 e 2021. Fizemos levantamento dos
dados do banco SIVEP gripe da 17ª Regional de Saúde do Paraná, composta por 21
municípios, sendo Londrina a sede. Foi verificado que em 2020 tivemos 41 GP internadas
com COVID-19 confirmado por RT-PCR, sendo 36 gestantes nesse grupo. Já em 2021, até
03 de maio, 49 GP confirmadas internaram, destas 37 eram gestantes, observando um
aumento de 3 vezes o número de internação com COVID-19 nas GP. Ao avaliar a presença
de comorbidade nessas GP, em 2020, 56% apresentavam pelo menos uma comorbidade
prévia, sendo que em 2021, apenas 39% tinham comorbidade. Sobre o perfil de óbitos, em
2020 ocorreu um óbito de gestante com comorbidades prévias, em 2021 tivemos um aumento
de 5 vezes o número de óbitos, sendo 40% sem comorbidade. Nos dois anos analisados, as
comorbidades predominantes eram as mesmas: cardiopatia, diabetes e obesidade. Sobre a
demora para internação, em 2020 vimos que 40% internaram entre o primeiro e o terceiro dia
após a data de início dos sintomas (DIS), enquanto que em 2021 a demora aumentou, com
65% internando do quarto ao 14º dia após DIS. Sobre o uso de suporte ventilatório e desfecho
cura, em 2020, a maioria (61%) não necessitou de suporte invasivo e nem de pressão positiva
versus 45% em 2021. Apenas 5% foram intubadas em 2020 contra 14% no ano posterior,
com desfecho cura para ambos. Outra diferença ocorreu no uso de ventilação não invasiva
(VNI), em 2020, 17% evoluíram para cura com VNI, em 2021 esse número aumentou para
41%. Podemos inferir que a comorbidade prévia não foi o fator decisivo para o aumento das
internações por COVID-19 nas GP, uma vez que em 2021 a maioria das GP não
apresentavam comorbidades. É possível que a VNI tenha colaborado para cura, porém são
necessárias mais análises a esse respeito.
SÍFILIS CONGÊNITA: QUÃO DISTANTES ESTAMOS DA META?
Autores: LAIZ MANGINI CICCHELERO | MERIELLY KUNKEL, ÉRICA ALVES FERREIRA
GORDILLO, FRANCIELE RODRIGUES DE MELO, LÍCIA DALTO SOUZA JARA, REINALDO
ANTÔNIO SILVA-SOBRINHO. Instituição: Universidade Estadual do Oeste do Paraná -
Unioeste - campus Foz do Iguaçu e Vigilância Epidemiológica da 9ª Regional de Saúde
Palavras-chave: Cuidado Pré-Natal; Sífilis Congênita; Saúde Pública
Introdução: A sífilis congênita, causada pela bactéria Treponema pallidum, persiste como um
grave problema de saúde pública. É um agravo de notificação compulsória nacional e
obrigatória e sua ocorrência é indicadora de possíveis falhas no pré-natal, no diagnóstico ou
tratamento. O estudo traz a incidência em um município de tríplice fronteira do estado do
Paraná. Método: Análise descritiva de dados secundários extraídos, a partir das notificações
encerradas, junto à regional de saúde sediada no município de Foz do Iguaçu, fronteira com
Paraguai e Argentina, para obtenção da incidência da sífilis gestacional (SG) e congênita (SC)
e taxas associadas no período de 2015 a 2020. Resultados: No ano de 2015, a incidência
de ambas SG e SC foi de 3,5 casos/1.000 nascidos vivos. Em 2016, SG de 6,4/1.000 e SC
de 5,2/1.000. Seguindo em 2017 com 9,3/1.000 e 9,5/1.000. Em 2018, 13,8/1.000 e
11,5/1.000. Já em 2019, 21,9/1.000 e 20,6/1.000. Por fim em 2020, SG e SC foi de 21,1/1.000
e 19/1.000. A média de nascidos vivos no período foi de 4.323 (dp±128 e coeficiente de
variação de 2,96%). Nota-se a evolução das taxas de sífilis congênita no município, chegando
a alcançar 20,6 casos por mil nascidos vivos em 2019. A eliminação da SC é uma das metas
propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) estipulando como taxa de incidência
0,5 caso por 1.000 nascidos vivos. A média da incidência de SC no município foi de 11,5/1.000
nascidos vivos no período analisado, 2.300% acima da meta proposta. Destaca-se um
aumento considerável em 2019, quase 80% maior em relação à 2018. Ao comparar-se as
incidências de SG e SC dentro do mesmo ano houve baixa redução, e em 2017 a SC ainda
apresentou taxa maior. A SG é tratável e consequentemente a SC pode ser evitada.
Conclusão: Os indicadores sugerem a necessidade de melhoria nas ações de prevenção,
monitoramento e tratamento para a gestante e parcerias sexuais. A baixa redução entre os
índices de SC diante do diagnóstico de SG, pode estar relacionada à falta de adesão ao pré-
natal, falhas no diagnóstico, tratamento inadequado, casos de reinfecção e a falta de
educação em saúde quanto as consequências da SC. O risco de desfechos desfavoráveis à
criança será mínimo se a gestante receber tratamento em tempo oportuno.