Page 218 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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Caracterização do problema: Em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, localizada na
China, surgiu o primeiro caso da doença COVID-19, uma zoonose que tem como agente
etiológico o novo coronavírus SARS-CoV-2. No início de 2020, foi declarada pela Organização
Mundial da Saúde como uma pandemia e, por tratar-se de uma doença ainda desconhecida,
logo iniciou-se a busca por informações seguras que auxiliassem na promoção de estratégias
em saúde que conseguissem diminuir a disseminação, o contágio e o grau de acometimento
da patologia. Justificativa: Em razão da necessidade da busca ativa de dados
epidemiológicos seguros, muitas vezes complexos para a população em geral e em grande
volume para os profissionais de saúde poderem se dedicar à leitura ampla da literatura, e
pela necessidade de combater fake news, ações de sistematização se fizeram necessárias
desde o início da pandemia. Objetivo: Sistematizar os dados sobre a situação epidemiológica
no mundo, Américas, Brasil, Paraná e Londrina, visando a disseminação em um boletim
informativo sobre a COVID-19. Descrição da experiência: O processo se iniciou a partir do
monitoramento semanal dos sites governamentais, especialmente dos boletins das
secretarias de saúde, para a extração de dados epidemiológicos, tais como número de casos
totais, novos casos, óbitos, novos óbitos, recuperados, testes realizados e vacinas aplicadas.
Após isso, os dados foram importados para planilhas do programa de software Excel para a
produção de tabelas, gráficos e mapas, que compuseram a seção situação epidemiológica
do boletim informativo semanal do Projeto Safety. Reflexão sobre a experiência: O processo
de extração de dados epidemiológicos auxiliou no desenvolvimento de novas habilidades
necessárias aos profissionais de saúde, entre as quais o conhecimento de fontes confiáveis
de veiculação de informações e a produção de recursos visuais para divulgação de
informações em saúde. É importante ressaltar que o acesso à informação baseada em
evidências, tanto para a orientação de profissionais de saúde quanto à comunidade em geral,
são centrais no enfrentamento a pandemia. Ademais, esse trabalho integra a produção de
conteúdo para um boletim semanal que valoriza o Sistema Único de Saúde, a ciência e o
combate às fake news, pilares fundamentais para o combate a COVID-19.
ANÁLISE DO PERFIL DOS ESTUDOS CLÍNICOS CONCLUÍDOS E COM RESULTADOS
PUBLICADOS ENVOLVENDO A COVID-19
Autores: ADIERMISON PEREIRA DA SILVA | RENNE RODRIGUES, MARSELLE NOBRE
DE CARVALHO, BEATRIZ ZAMPAR. Instituição: Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Palavras-chave: COVID-19; Perfil epidemiológico; Protocolos de pesquisa clínica.
Introdução: A pandemia da COVID-19 gerou uma resposta política e científica sem
precedentes na história, com o surgimento de inúmeros estudos envolvendo o vírus, medidas
de controle do contágio e possíveis tratamentos para prevenir a progressão da doença e
diminuir o grau de severidade dos infectados. Objetivos: Diante da necessidade de
acompanhar a evolução das pesquisas, o presente estudo se propôs a traçar o perfil dos
protocolos clínicos concluídos e publicados. Metodologia: Trata-se de um estudo de base
secundária, na qual foram incluídos os estudos registrados na plataforma clinicaltrials.gov a
partir dos descritores “COVID-19”, “COVID” e “SARS-CoV-2”, com dados atualizados até 17
de maio de 2021. As definições de estudos concluídos, dados publicados e medicamentos
estudados foram extraídas com base no preenchimento e filtros da referida plataforma.
Resultados: Foram registrados 5.694 estudos, dos quais 1.054 (18,5%) constam como
finalizados e 38 (0,7%) como concluídos e publicados. Dentre os estudos concluídos e
publicados, 32 (84,2%) eram do tipo intervencional e 6 (15,8%) do tipo observacional. As
principais classes de medicamentos investigados, em associação ou não com outros
medicamentos, foram fármacos antivirais (18,4%), ivermectina (15,7%), hidroxicloroquina
(13,1%), anticorpos monoclonais (7,8%) e corticoides (5,2%). Conclusões: Apesar do
elevado número de protocolos registrados, eles se concentraram em poucas classes de
medicamentos, havendo uma marcante duplicidade de estudos com protocolos similares
entre os finalizados mas ainda não publicados completamente, fato este que pode estar
associado a não publicação completa dos mesmos. Além disso, dentre as intervenções
pesquisadas como promissoras para o tratamento da doença, muitos desses não possuíam
ação antiviral in vivo, como a ivermectina e a hidroxicloroquina, com poucas evidências