Page 269 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
P. 269
269
disso, em alguns casos, também foi liberado a realização de visitas presenciais com restrição
e cuidado diante critérios estabelecidos pela instituição. O prontuário afetivo foi uma
estratégia desenvolvida para resgatar a subjetividade do sujeito, o material fica fixado no leito
do paciente e nele consta as informações: nome, apelido, estilo musical, atividades de lazer,
amores da vida e, por fim, uma foto do paciente com seus familiares. Essa ação tem se
mostrado efetiva para que a equipe conheça sobre a vida do paciente fora do contexto
hospitalar e lembre-se de que estão sempre cuidando do amor da vida de alguém. Para o
paciente que encontra-se acordado eram oferecidos “Kits Cognitivos” com atividades de
passatempo, a fim de auxiliar na ociosidade e para trazer um momento de descontração.
Além disso, o hospital também criou o “Mural da Vitória”, um espaço onde é guardado fotos
de pacientes que venceram a COVID-19 e hoje servem de inspiração para pacientes,
familiares e equipe. Em tempos de incerteza, perdas e medo, resgatar a sensibilidade para
perceber o estado emocional uns dos outros tem se mostrado crucial. O feedback recebido
por familiares e pacientes, e a naturalidade sentida e transmitida em toda equipe no cuidado
foram termômetro para nos mostrar os resultados positivos do tratamento humanizado.
Espera-se que ações como essa se multipliquem e perpassem esse momento de forma que
o sujeito seja sempre considerado em sua totalidade independente do cenário vivido.
(RE)ORGANIZANDO O COTIDIANO FAMILIAR: A CHEGADA DO BEBÊ PREMATURO NO
DOMICÍLIO
Autores: ANA JÉSSILY CAMARGO BARBOSA | GABRIELA DOMINICCI DE MELO
CASACIO; ADRIANA ZILLY; ROSANE MEIRE MUNHAK DA SILVA; DEBORA FALLEIROS
DE MELLO. Instituição: UNIOESTE
Palavras-chave: Recém-nascido prematuro; Relações familiares; Cuidado da Criança.
Introdução: A chegada de um bebê no domicílio transforma o cotidiano da família e muitos
afazeres comuns antes executados no dia a dia deixam de ser prioridade, considerando as
necessidades de cuidados do bebê. E quando essas crianças apresentam necessidades além
do esperado, a exemplo a criança que nasceu prematura, as mudanças tendem a aumentar.
Objetivo: Descrever como as famílias de bebês prematuros egressos de Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal (re)organizam suas rotinas cotidianas para exercer o cuidado da criança.
Método. Pesquisa descritiva, qualitativa, com entrevistas em profundidade com 18 mães de
crianças prematuras que permaneceram hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal, realizadas após 15 dias da alta hospitalar, entre 2017 e 2018, em Foz do Iguaçu,
Paraná, Brasil. Para análise, elegeu-se a interpretação de sentidos. A pesquisa foi aprovada
em Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: As mães descreveram medo e insegurança
na chegada ao domicílio com o filho prematuro após a hospitalização, considerando o
tamanho da criança e suas necessidades de cuidados diferenciados para garantir sua saúde
e bem estar. A rotina diária tornou-se cansativa, pois nas primeiras semanas a privação do
sono e repouso foi percebida como problema, bem como as demais atividades, entre as quais
a organização da casa, os cuidados dos filhos mais velhos e o cuidado de si, que de alguma
forma, foram direcionadas conforma as prioridades de atenção ao filho. Nestes momentos,
algumas mães puderam contar com o apoio e auxílio de amigos e demais familiares,
principalmente nos momentos de levar os filhos em consultas de seguimento. E embora
exaustas, as mães versaram que a nova rotina familiar também despertou momentos
prazerosos e de satisfação - enquanto mãe, enquanto família. Conclusão: Para o
enfrentamento da nova rotina é preciso que as mães de crianças nascidas prematuras
organizem momentos para recompor as necessidades para dar continuidade aos cuidados
de si e da família. Para isso, é fundamental o preparo delas para o exercício do cuidado ao
filho, ainda no ambiente hospitalar, visto que a alta planejada, individualizada e organizada a
partir das singularidades de cada família poderá dar segurança para esta nova rotina. Já no
domicílio, é preciso oferecer o suporte por meio de visitas domiciliares ou teleatendimento,
para tirar dúvidas diárias, fortalecer os cuidados e para orientar quanto as necessidades de
seguimento à saúde do filho prematuro.