Page 91 - ANAIS_3º Congresso
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EIXO TEMÁTICO: Vigilância em Saúde TRABALHO 407
Caracterização da população com úlcera crônica atendida no
ambulatório de feridas de um Hospital Universitário
AUTOR PRINCIPAL: Nathalia Jung Ferreira | AUTORES: Priscila Lopes Nogueira, Maria Clara Giorio Dutra Kreling, Marcia Paschoalina
Volpato | INSTITUIÇÃO: UEL | Londrina -PR | E-mail: nathalia_jferreira@hotmail.com
A ferida crônica é um problema de saúde pública que afeta a qualidade de vida dos pacientes devido à dor, dificuldade de mobilidade, depressão,
perda da autoestima, isolamento social, inabilidade para o trabalho e alteração na imagem corporal. Geralmente estas úlceras são complexas e os
pacientes necessitam de atendimentos incluindo equipes multiprofissionais, materiais de curativos, exames diagnósticos e procedimentos cirúrgicos.
Este agravo demanda um sistema de saúde de maior e menor complexidade proporcionando acesso e continuidade do tratamento. Com base nestas
afirmações, considerou-se relevante a identificação da demanda e caracterização dos pacientes portadores de feridas crônicas atendidos em nível
ambulatorial, no sentido de evidenciar a necessidade de uma assistência sistemática e organizada a fim de otimizar recursos e melhorar a qualidade
de vida destes indivíduos. OBJETIVOS: Caracterizar os pacientes com úlceras crônicas atendidos pelo ambulatório de curativos de um Hospital
Universitário. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, realizada com pacientes com úlceras crônicas de várias etiologias atendidos em
um ambulatório de feridas do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina. Foram coletados dados de todos os pacientes atendidos no
período de 2012 a 2016, totalizando uma população de 179 pacientes. Coletou-se portanto, o número de pacientes atendidos e as suas variáveis:
sexo, idade e tipo de úlcera. Os dados foram lançados e analisados no programa Epi info versão 3.4.5.. RESULTADOS: Durante os cinco anos, foram
atendidos 179 pacientes. A média de idade foi de 63,35 anos, sendo 99 (55,3%) homens e 80 (45,6%) mulheres. O diagnóstico de maior prevalência
foi a úlcera venosa com 45,2% (76), seguida da úlcera diabética com 34,5% (52), úlcera por pressão 15,5% (26) e úlcera arterial 4,8% (8 pacientes).
CONCLUSÃO: pode-se considerar que o número de pacientes atendidos nestes cinco anos poderia ser ainda maior, e o que tem dificultado o fluxo
de pacientes são a cronicidade e complexidade das lesões, aliadas à dificuldade de um sistema de referência contra referência do ambulatório com
as Unidades Básicas de Saúde organizado e eficaz. As úlceras mais prevalentes são as venosas e diabéticas, sendo a maioria dos pacientes homens
idosos, evidenciando a necessidade de uma assistência contínua e especializada. Referências: 1. CAMPOS, M.O; NETO, J.F.R. Qualidade de vida: um
instrumento para produção de saúde. Rev. Baiana de Saúde Pública, v. 2, n.2, p .232-240, Maio – Agoras, 2008. 2. EVANGELISTA, D.G; MAGALHÃES,
E.R.M; MORETÃO, D.I.C; STIVAL, M.M; LIMA, L.R.D. Impacto das feridas crônicas na qualidade de vida de usuários da estratégia de saúde da família.
Rev. Enfermagem. Cent, v.2,n.2, p. 254-563, Maio – Agosto, 2012. 3. SMANITTO, P.H.S; GALLI, R; CARVALHO, V.F.D, FERREIRA, M.C. Tratamento
clínico das feridas – curativos. Rev. Med, v.89, n 3/4, p. 137 -141, Julho – Dezembro, 2008 – São Paulo. 4. OLIVEIRA, B.G.R.B.; CASTRO,J.B.A;
GRANJEIRO,J.M.. Panorama epidemiológico e clínico de pacientes com feridas crônicas tratados em ambulatório. Ver. enferm. UERJ; 21(1,n.esp):612-
617, 2013. Palavras-chave: Úlcera Crônica, Atenção secundária à saúde, características da população.
EIXO TEMÁTICO: Vigilância em Saúde TRABALHO 410
Mudanças no convivío social de pacientes com hanseniáse
AUTOR PRINCIPAL: Ellen Vanuza Martins Bertelli | AUTORES: Eleticia Alves da Silva Santos e Bruna Eloise Lenhani| INSTITUIÇÃO:
Universidade Estadual do Centro Oeste | Guarapuava - PR | E-mail:ellenvanuza@gmail.com
A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução lenta, causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae (M. leprae). A infecção pelo
M. leprae acomete mais comumente a pele e o sistema nervoso periférico, podendo também prejudicar a mucosa nasal, orofaríngea, laringe e
olhos (DUARTE, et al., 2008). É considerada uma das doenças mais antigas da humanidade, podendo comprometer células cutâneas e nervosas
periféricas, causando lesões cutâneas, diminuição da sensibilidade e dores. Os portadores da doença são alvos de preconceito até hoje pela
sociedade (SILVEIRA, 2014). É importante que tanto o portador de hanseníase quanto as pessoas que estão ao seu redor saibam conviver com a
doença, até atingir a cura, evitando isolamento (CARRIJO, 2014). Neste contexto, entende-se a importância de conhecer as mudanças que podem
ocorrer no convívio social dos pacientes com hanseníase, para auxiliar a conviver melhor com familiares, amigos, em seu campo profissional e até
consigo mesmo (FIGUEIREDO, 2012). Este estudo teve como objetivo analisar o convívio social de pessoas com hanseníase. Trata-se de uma revisão
bibliográfica realizada nas bases de dados Scielo, Bireme e Lilacs os quais abordaram sobre convívio social de portadores de hanseníase. Estudos
mostraram que o estigma persistente da sociedade é mais resistente do que a própria doença, mostrando ser uma sociedade sem informação e
amedrontada pelas alterações físicas da doença, trazendo grandes prejuízos para o portador, que muitas vezes, se afasta da sociedade por medo e
vergonha das pessoas (BITTENCOURT 2010). Além disso, Figueiredo (2012); Silveira (2014), afirmam que a doença pode gerar conflitos que afetam
de maneira geral o contexto de vida do paciente, dentre estes contextos podem ser citados o familiar, social, profissional e econômico, e na maioria
das vezes, configura-se na perda do convívio social. O estigma da hanseníase ainda persiste, no entanto há relatos de apoio de familiares e amigos
que se mantiveram presentes, mesmo não tendo muito conhecimento sobre a doença, fator esse que reforça a necessidade de informações claras
e precisas para que os indivíduos, familiares e a sociedade se sensibilizem e se envolvam mais no processo de tratamento e cura da Hanseníase,
diminuindo o preconceito associado a doença. Referências: BITTENCOURT, L. P.; CARMO, A.C.; LEÃO, A. M.M.; CLOS, A.C. Estigma: Percepções
sociais reveladas por pessoas acometidas por hanseníase. Rev. Enferm.UERJ. Rio de Janeiro, v 18, n.2, p. 185-90, Abr – Jun, 2010. CARRIJO, F.L.;
SILVA, M.A. Percepções do paciente portador de hanseníase no cotidiano familiar. Estudos, Goiânia, v. 41, especial, p. 59-71, out. 2014. DUARTE,
M. T. C,; AYRES, J. A.; SIMONETTI, J. P. Consulta de enfermagem ao portador de Hanseníase: proposta de um instrumento para aplicação do processo
de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília, v. 61, n. esp, p. 767-73. Nov, 2008. FIGUEREDO, A.P.P. Hanseníase: Do Isolamento
Familiar ao Social. Monografia apresentada ao curso de graduação em psicologia do Centro Universitário Unirg, GURUPI – TO, 2012. SILVEIRA, M. G.
B., COELHO, A. R., RODRIGUES, S. M., SOARES, M. M., & CAMILLO, G. N. Portador de hanseníase: impacto psicológico do diagnóstico. Psicologia &
Sociedade, Governador Valadares, 26(2), 517-527, 2014.Palavras-chave: Vigilância em Saúde; Hanseníase; Estigma Social
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