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EIXO TEMÁTICO: Vigilância em Saúde TRABALHO 477
A vigilância de violências e acidentes no paraná: a política de
saúde por uma promoção da cultura da paz
AUTOR PRINCIPAL: Emerson Luiz Peres | AUTORES: Alice Eugênia Tisserant, Cleide Aparecida de Oliveira, Júlia Valéria Ferreira Cordellini,
Maria Francisca Scherner. | INSTITUIÇÃO: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná - SVS/CEPI | Curitiba-PR| E-mail: emersonperes@sesa.
pr.gov.br
A violência é um fenômeno sócio-histórico que provoca forte impacto na saúde da população e ocorre em cada região e município de forma
específica, com necessidade de estudos locais e também estratégias intra e intersetoriais de enfrentamento. A epidemiologia se constitui em
estratégia imprescindível para a construção de políticas de controle dessa verdadeira epidemia. Esse trabalho apresenta a experiência do processo de
implantação da vigilância de violências e acidentes no Paraná pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e sua prática de intersetorialidade. A SESA
estabeleceu um Plano Estadual de Vigilância de Violências e Acidentes em 2009, capacitou as 22 Regionais de Saúde (RS) para apoiar os municípios
na implementação da ficha de notificação/investigação de violência interpessoal e autoprovocada vinculada ao SINAN (Sistema de Informações
de Agravos de Notificação) no Paraná; criou o Núcleo Estadual Intersetorial de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde e da Cultura da Paz
(Núcleo da Paz), através de decreto estadual, para a articulação intersetorial de políticas públicas para a prevenção e enfrentamento às diversas
formas de violências e promoção de uma cultura da paz, estabelecendo grupos temáticos para ações específicas, e repassou recursos financeiros
para municípios implantarem os Núcleos Municipais. De 2009 a abril de 2015, foram 80.428 notificações de violências no SINAN-Net (dados
preliminares), provenientes de 374 municípios (93,7% dos municípios do PR) e de 1661 unidades de saúde de notificação. A RS Metropolitana de
Curitiba corresponde à 51,5% desse total e o aumento das notificações (de 2.107 notificações em 2009, para 13.044 em 2012, e 20.640 em 2015)
deu-se em todas os ciclos de vida com destaque para adolescentes e adultos jovens; 65,3% foram sobre pessoas do sexo feminino. Quanto à natureza,
a violência física foi a mais presente, tanto em homens como em mulheres, mas as violências psicológica/moral, sexual e autoprovocada foram mais
frequentes em mulheres, e o abandono/negligência prevaleceu no sexo masculino, especificamente nas crianças. A violência sexual é mais notificada
em meninas de 5 a 19 anos. Os desafios que se apresentam são: formação de uma cultura de vigilância e notificação desse agravo nos diferentes
setores; capacitação e sensibilização permanente e integrada para profissionais e gestores de diferentes políticas, e organização dos serviços para o
atendimento dessa demanda e para o trabalho em rede. Referências: - MINAYO, M. C. S. Violência e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006 (Temas
em Saúde). - MINAYO, M. C. S. A violência dramatiza causas. In: MINAYO, M. C. S.; SOUZA, E. R. Violência sob o olhar da saúde: a infrapolítica da
ANAIS 3º CONGRESSO PARANAENSE DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA - 2ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
contemporaneidade brasileira. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz; 2006. - MALTA, D. C.; SILVA, M. M. A.; BARBOSA J. Violências e acidentes, um desafio aos
Sistema Único de Saúde. Editorial. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro. 17(9)2220-2221, 2012. - MAFIOLETTI, T. M; PERES, E. L; TISSERANT, A.
E. A gestão da Vigilância de Violências e Acidentes e Promoção da Saúde no Paraná como uma resposta para o enfrentamento da violência doméstica e
sexual. Boletim do Instituto de Saúde – BIS. São Paulo. Volume 14 – Nº 3 – p. 303-311. Ago. 2013. Disponível em: . Acesso em: 21 jan. 2014. - BRASIL.
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde.
VIVA: instrutivo da ficha de notificação de violência interpessoal e autoprovocada. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.Palavras-chave: Vigilância em
Saúde, Vigilância de Violências e Acidentes, Notificação de Violência, Cultura da Paz, Intersetorialidade.
EIXO TEMÁTICO: Vigilância em Saúde TRABALHO 478
Análise do perfil de Mortalidade Materna no Paraná no período de
2011 a 2015
AUTOR PRINCIPAL: Acácia Maria Lourenço Francisco Nasr | AUTORES: Viviane Serra Melanda; Joseana de Souza Cardoso e Silva; Júlia
Valéria Ferreira Cordellini; Cleide Aparecida de Oliveira| INSTITUIÇÃO: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná - SVS/CEPI | Curitiba-PR|
E-mail: acacianasr@gmail.com
Introdução: A mortalidade materna é um indicador de saúde que revela as grandes disparidades entre áreas ricas e pobres, urbanas e rurais, tanto
dentro dos países como entre eles (1) . A Organização Mundial de Saúde divulgou uma redução mundial da mortalidade na última década (2). A
Vigilância Epidemiológica é responsável pela investigação do óbito materno, monitorando-os no Sistema de Informação Mortalidade, com a agilidade
necessária no conhecimento das informações, fortalecendo a capacidade analítica da situação de saúde materna (3). O presente artigo tem o objetivo
de analisar a mortalidade materna no Estado do Paraná no período de 2011 a 2015. Método: Estudo descritivo quantitativo de dados secundários
sobre a mortalidade materna no Estado do Paraná no período de 2011 a 2015. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Mortalidade
e do Sistema de Informação de Nascidos Vivos. Para tabulação e organização dos dados, foram utilizados os programas Tabwin® 3.6 e Excel 2007®.
Resultados: A Razão de Mortalidade Materna revela níveis oscilantes no período analisado, com alternância entre as Regiões de Saúde. As causas
obstétricas diretas são predominantes e representaram em média 62,8%, as obstétricas indiretas 32,1% em média, e as não especificadas, 5,2%. As
causas de morte obstétricas diretas mais incidentes foram hemorragias: 61 casos, pré-eclâmpsia e eclâmpsia: 47, infecção puerperal: 20, infecção
urinária: 14, embolia: 20, complicaçãos por aborto, mola ou gestação ectópica: 16, complicações de procedimentos obstétricos: 12, complicações
anestésicas: 10, complicações hepáticas: 7, complicações puerperais: 5. As causas indiretas mais incidentes se relacionam entre doenças do aparelho
circulatório: 44, do aparelho respiratório: 14, do aparelho digestivo: 9, HIV: 9, transtornos mentais e doenças do sistema nervoso: 7, hipertensão pré-
existente: 6, diabetes mellitus: 2. Conclusão: Nos últimos anos, houve uma redução da mortalidade materna que pode ser considerada reflexa da
compreensão dos fatores associados aos óbitos e das ações voltadas para a atenção da saúde da mulher. Avaliar as etapas do processo na assistência
do ciclo gravídico e puerperal é essencial para sensibilizar os gestores e gerar a cultura de qualidade no cuidado, com “Maternidades Seguras”,
estabelecidas com ações intersetoriais articuladas, desenvolvimento e adoção de protocolos clínicos que ajudam a reduzir a probabilidade e o efeito
do erro no cuidado da saúde materna. Referências: 1- Observatório Global Health. (Janeiro de 2016). World Health Organization. Disponível em Site
da World Health Organization: . 2- WHO, UNFPA, INICEF. Handbook for Guideline development, Geneva, p1-43. 2012. Disponível em: . .3- Melanda, V. S.,
Larocca, L. M., Almeida, W. G., Oliveira, C. A., Nasr, A. M., & Silva, J. C. (Junho de 2014). Sistematização da Investigação do òbito Materno: uma proposta
de ferramenta para monitoramento. (I. d. Coletiva, Ed.) Revista Espaço para a Saúde , 15 (2), pp. 68-74.Palavras-chave: Mortalidade Materna. Saúde
da Mulher. Vigilância Epidemiológica. Causa de Morte. Políticas de Saúde Pública.
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