Page 26 - 3º MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
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Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 033
A Educação Permanente em Saúde na perspectiva dos
profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
AUTOR PRINCIPAL: Iara Sescon Nogueira | AUTORES: Giselle Fernanda Previato e Vanessa Denardi Antoniassi Baldissera | INSTITUIÇÃO:
Universidade Estadual de Maringá | Maringá - PR
Introdução: A Educação Permanente em Saúde (EPS), baseada na aprendizagem no trabalho, é uma estratégia para a prática em saúde
com qualidade e considera os profissionais de saúde como protagonistas no campo de trabalho . Os profissionais do Núcleo de Apoio Saúde
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da família (NASF) possuem potencial educador, e por meio do apoio matricial que fornecem às equipes de Estratégia Saúde da Família
(ESF), garantem a disseminação e construção de novos saberes e práticas, influenciando na assistência à saúde prestada a população .
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Assim, o conhecimento dessa prática educativa, por parte dos profissionais, é necessário para que se alcance os objetivos propostos
pela EPS. Objetivo: Analisar a Educação Permanente em Saúde na perspectiva dos profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família.
Metodologia: Pesquisa qualitativa de caráter exploratório-descritivo. Os participantes foram 46 profissionais de saúde, pertencentes a
oito equipes de NASF, atuantes em Maringá - PR. Os dados foram coletados entre fevereiro e abril de 2017, por meio da técnica de Grupo
Focal (GF) . Foi realizado um GF por equipe, totalizando oito GF. Para coleta, foi utilizado um roteiro composto por questões disparadoras
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que subsidiaram as discussões, e estavam relacionadas as práticas de EPS desenvolvidas pelos profissionais do NASF. As discussões
foram gravadas em áudio, transcritas na íntegra e submetidas a Análise de Conteúdo proposta por Bardin . O estudo possui aprovação
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ética (nº 1.948.003/2017). Resultados: Os profissionais perceberam a EPS como um processo permanente e diário de aprendizado, que
acontece no espaço do trabalho entre os diversos profissionais, com o objetivo de construir e renovar saberes e práticas, além de melhorar
a assistência prestada aos usuários. Apontaram ainda, que o matriciamento é um ponto inicial de EPS, mas consideram que para ser EPS,
precisa haver troca de conhecimentos e experiências entre os profissionais no processo de trabalho. Desvelaram que as visitas domiciliares,
as reuniões de equipe, os atendimentos compartilhados e a realização de grupos, junto à ESF, se caracterizam como momentos de EPS.
No entanto, apesar deles realizarem EPS, muitos não sabiam que faziam, ou ainda confundiam o termo com outros tipos de educação,
como a continuada e a educação em saúde. Conclusão: Foi possível analisar como os profissionais do NASF percebem a EPS, permitindo
desvelar a temática e proporcionar momentos de reflexão sobre as práticas de EPS desenvolvidas por eles.
Referências: 1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política
Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica n 39. Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 3. Backes DS, Colomé JS, Erdmann
HE, Lunardi Vl. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados em pesquisas qualitativas. O Mundo da Saúde. 2011; 35(4):438–442. 4. Bardin L. Análise
de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
Palavras-chave: Educação Continuada. Atenção Primária à Saúde. Políticas Públicas de Saúde.
Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 034
Programa HumanizaSUS na visão de trabalhadores das Unidades
Básicas de Saúde da cidade de Curitiba-PR
AUTOR PRINCIPAL: Izabelle Cristina Garcia Rodrigues | AUTORES: Vera Lucia Pereira dos Santos; Daniel de Christo; João Luiz Coelho
ANAIS 3ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
Ribas | INSTITUIÇÃO: Centro Internacional Uninter | Curitiba - PR
No ano de 2003 foi instituído o programa HumanizaSUS, com objetivo de contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os
princípios e as diretrizes da humanização, além de fortalecer iniciativas de humanização existentes. Com o objetivo analisar os resultados
da implementação desse programa a partir da percepção dos trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde de Curitiba PR, foi realizado a
aplicação de questionário fechado contendo 6 questões, aos trabalhadores de 8 UBS diferentes, os resultados apontaram que na visão dos
profissionais existe necessidade de construção de ações que envolvam a participação da população e principalmente dos profissionais. Dos
40 entrevistados ao serem questionados sobre a disponibilidade de consulta à cartilha do programa, 40% dos profissionais informaram não
haver, sendo que desses, 50% são das unidades que apontaram deficiência ficando claro o desconhecimento por parte dos profissionais
do programa HumanizaSUS. Sobre o tempo de atuação nas Unidades, 54% atuam a mais de 10 anos (32% estão vinculados as UBS a 16
anos ou mais e 22% entre 11 e 15 anos). De acordo com o que preconiza o HumanizaSUS, as condições trabalhistas refletem no tempo
de vínculo empregatício, que as unidades apresentam condições dignas para se trabalhar, dando liberdade aos seus colaboradores para
que atuem como cogestores, contribuindo com as unidades de forma criativa e colaborativa (BRASIL, 2004). Quando questionados se na
UBS havia um fluxo excessivo de pacientes, 85% afirmaram que sim indo em desacordo com o que preconiza a cartilha do HumanizaSUS.
Percebe-se assim que há um problema na implantação do programa nessas UBS. Para os usuários o relacionamento com os profissionais
da saúde proporciona confiança, respeito mútuo, afetividade e credibilidade (SCHIMITH et al., 2011) e para isso ocorrer é necessário muito
mais que tempo, é necessário disponibilidade e capacidade laboral adequada.
Referências: 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas
as instâncias do SUS. Brasília, DF, 2004. 2. SCHIMITH, M.D.; SIMON, B.S.; BRÊTAS, A.C.P.; BUDÓ, M.L.D. Relações entre profissionais de saúde e usuários durante
as práticas em saúde. Rev. Educ. Saúde, 9 (3): 479-503, 2011.
Palavras-chave: HumanizaSus. Profissionais de saúde. Unidades Básicas de Saúde.
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