Page 28 - 3º MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
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Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde       TRABALHO 038

                        Descentralização do atendimento da PVHA pelo NASF Infectologia
                        nos distritos Pinheirinho e Tatuquara em Curitiba

                        AUTOR PRINCIPAL: Daniela Mariano Santos  |  AUTORES: Carolina Ignez Maier Guedes, Claudia Weingaertner Palm, Deisy R. Felicio de Souza,
                        Heloisa Nogara Orza, Vanessa Cini  |  INSTITUIÇÃO: Prefeitura Municipal de Curitiba. Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba  |  Curitiba - PR
                          Introdução: Desde julho de 2014, Curitiba sente o impacto da atuação do infectologista inserido no NASF. O sistema de matriciamento
                          nas unidades de saúde propiciou agilidade no atendimento às pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) contribuindo para a descentralização
                          do atendimento às PVHA proposta pelo protocolo do Ministério da Saúde. Descrição: Relatar o número de pacientes matriciados por
                          unidade de saúde nos distritos sanitários do Pinheirinho e Tatuquara em Curitiba e a experiência do matriciamento nestas unidades.
                          No período de julho de 2014 a abril de 2017, 126 pacientes com diagnóstico de HIV foram atendidos em consulta compartilhada e
                          matriciados no Distrito Pinheirinho e 143 no Distrito Tatuquara. No Distrito Pinheirinho, a Unidade de Saúde (US) com mais pacientes
                          matriciados foi a US Concórdia ESF, com 32 pacientes; já no Distrito Tatuquara, foi a US Monteiro Lobato ESF, com 30 pacientes. As
                          Unidades de Saúde com menos pacientes matriciados foram a US Aurora no Distrito Pinheirinho com nenhum paciente e US Caximba ESF
                          no Distrito Tatuquara com 6 pacientes. Lições aprendidas: Verificou-se que houve um impacto positivo maior no matriciamento realizado
                          nas Unidades de Saúde que são Estratégia de Saúde da Família (ESF). Percebeu-se que os pacientes criam um vínculo maior com os
                          médicos das ESF, refletindo positivamente no matriciamento. Percebe-se que ainda muitas Unidades de Saúde do Distrito Pinheirinho
                          ainda estão com poucos pacientes matriciados, provavelmente devido a migração de algumas Unidades de Saúde que eram do Distrito
                          Portão e foram para o Distrito Pinheirinho, no ano de 2016. Conclusão: O processo do matriciamento em infectologia com o atendimento
                          descentralizado da PVHA necessita de constante atualização e monitoramento, pois há uma grande demanda pelas Unidades de Saúde
                          devido ao aumento no número dos pacientes infectados pelo HIV, devido a renovação constante do corpo médico das Unidades e também
                          devido às recentes alterações no protocolo de atendimento às PVHA do Ministério da Saúde.
                          Referências: Apoio Matricial, por Gastão Wagner Campos (CAMPOS, 2013). Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=44l3KMGwyiE. BRASIL. Ministério
                          da Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família – Volume 1: Ferramentas para a gestão e para o trabalho cotidiano. Brasília: Ministério da Saúde, 2014 (Cadernos
                          de Atenção Básica, n.39). CAMPOS, Gastão Wagner Souza; DOMITI, Ana Carla. Apoio Matricial e Equipe de Referência: uma metodologia para a gestão do trabalho
                          interdisciplinar em saúde. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro; v. 23, n. 2, p. 399-407, fev. 2007. SARAIVA, S; ZEPEDA, J. Princípios do Apoio Matricial. In:
                          Gusso e Lopes (Org.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Capítulo 33. Porto Alegre: Artmed, 2012.
                          Palavras-chave: NASF. PVHA. Matriciamento.


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                        Criação de metodologia de grupo de desmedicalização pela equipe
                        de Saúde Mental do município de Ponta Grossa para aplicação na
                        Atenção Básica: uma tecnologia de apoio matricial

                        AUTOR PRINCIPAL: Camila da Silva  |  AUTORES: Michelle Claudino, Fernanda M. Berard Siqueira, Tais Rigoni Soares, Patrícia Mudrey
                        Gorchisnki  |  INSTITUIÇÃO: Prefeitura Municipal de Ponta Grossa  |  Ponta Grossa - PR
                          Introdução: O aumento considerável do uso de medicamentos psicotrópicos nos últimos anos aponta para um fenômeno social onde o
                          sofrimento, uma condição inerente do ser humano, precisa ser abolido. A eficácia dos medicamentos traz à tona a ideia da saúde como
                          algo consertável, regulável. Dantas (2009) aponta para um fenômeno de “tecnificação da vida”, onde a própria existência é dominada
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                          pelo funcional e instrumental, de forma que o ser humano é fadado a procurar ajuda unicamente em aparatos tecnológicos, nesse caso,
                          a medicação. O medicamento, enquanto um poderoso produto técnico-científico, possui uma função quase mística de resolver todo e
                          qualquer problema da ordem humana, porém em muitos casos acaba sendo insuficiente ou até mesmo ineficaz para o individuo, que precisa
                          ser visto além do sintoma, mas de maneira holística e singular. Objetivos: Conhecer o significado da medicalização na vida dos usuários,
                          identificar comportamentos relacionados à dependência medicamentosa e identificar recursos substitutivos, redução na dispensação
                          de medicamentos, estimular a autogestão do tratamento a partir da autocrítica sobre a relação entre o indivíduo e a medicalização,
                          desenvolvimento de tecnologias mais baratas e eficazes em saúde mental. Metodologia: A partir das ações de matriciamento entre as
                          equipes de saúde mental e atenção básica, levantou-se a demanda da alta dispensação medicamentosa pelos profissionais da EFS. Foram
                          então criados grupos com pessoas em uso de medicação psicotrópica, exceto casos de transtornos mentais graves como psicoses e casos
                          neurológicos. Nos cinco encontros a serem realizados, as equipes em conjuntam trabalhariam a relação entre indivíduo e medicação,
                          discutiriam as prescrições de cada usuário e os sintomas indicativos de dependência química, negociando-se as possibilidades de redução
                          da medicação, criariam um momento de troca de experiências positivas que gerassem bem-estar, aplicariam técnicas substitutivas como
                          reconhecimento corporal e relaxamento e por fim aplicariam questionários referentes a qualidade de vida. Discussão e Resultados:
                          Pode-se perceber o aumento do grau de consciência do usuário quanto à própria responsabilidade em buscar atividades e ter atitudes
                          comportamentais que produzam saúde, corresponsabilização do cuidado e melhora na atenção ao usuário pela equipe, diminuição de
                          prescrição e represcrição de medicamentos, ocorrendo qualificação na demanda da agenda médica e também dos demais profissionais.
                          Referências: DANTAS, JB. Tecnificação da vida: uma discussão sobre o discurso da medicalização da sociedade. Fractal, Rev. Psicol. [online],vol.21, n.3, pp.563-
                          580. ISSN 1984-0292. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S1984-02922009000300011, 2009. RUSSO, J. & Venâncio, A. T. Classificando as pessoas
                          e suas perturbações: a “revolução terminológica” do DSM III. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., 9, 460- 483,2006. SOALHEIRO, N.; Mota, F. Medicalização da vida:
                          doença, transtornos e saúde mental, Rev. Polis e Psique, 4(2): 65-85, 2014. STRAND, M. Where do classifications come from? The DSM-III, The transformation of
                          american psychiatry, and the problem of origins in the sociology of knowledge. Theory and Society, 40(3), 273-313,2011. SANTOS, D.V.D. A Gestão Autônoma da
                          medicação: da prescrição à escuta. Unicamp: Tese de Doutorado, Campinas. 2014.
                          Palavras-chave: Saúde mental, Atenção Básica, ESF, RAPS.



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