Page 66 - 3º MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
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Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde       TRABALHO 219

                        Construção de redes na produção do cuidado

                        AUTOR PRINCIPAL: Thalita da Rocha Marandola  |  AUTORES: Célia Maria da Rocha Marandola, Regina Melchior, Josiane Vivian Camargo de
                        Lima  |  INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Londrina |  Londrina - PR
                         Introdução: O cuidado em saúde, dentro do ideário do Sistema Único de Saúde (SUS), se pauta pela integralidade, baseado na concepção
                         de saúde em seu mais amplo sentido. O cuidar pode ser entendido como a alma do mundo da saúde ao adquirir configurações e significados
                         variados, relacionado com a construção da teia de relações e encontros favoráveis à integralidade do cuidado. Na construção de caminhos
                         para a integralidade do cuidado surge a Rede de Atenção à Saúde (RAS), que é uma rede de ações e serviços de saúde com densidades
                         tecnológicas distintas. Enquanto a RAS pode não ser suficiente para produzir o cuidado, os usuários são Redes Vivas, de si: produzem
                         movimentos, elaboram saberes, constroem e partilham cuidados o tempo todo. Objetivo: conhecer os arranjos construídos pelo usuário da
                         AD em seu processo de cuidar em saúde. Método: Pesquisa de caráter social realizada por meio de cartografia que utilizou como dispositivo
                         de estudo a família-guia. Realizamos visitas domiciliares, entrevistas semiestruturadas, gravação/transcrição dos áudios e observação/
                         participação em consultas com profissionais da saúde. Resultados: Nos encontros, a usuária narrou sua história de vida, compartilhou
                         anseios, e descreveu seu itinerário para contemplar as necessidades de saúde de sua família com demandas relacionadas, principalmente,
                         à saúde mental. A mãe construiu redes de apoio conforme as necessidades de saúde de seus filhos e os equipamentos da RAS mais
                         utilizados foram: a ESF, a UBS, o Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), SAMU, o Hospital geral e psiquiátrico. Além de outros órgãos:
                         Ministério Público, Cáritas (Assistência social da Igreja católica), CRAS, mídia local e controle social ilícito. Conclusão: As narrativas da
                         mãe/usuária evidenciaram que o cuidado que a família buscou ultrapassou as fronteiras da RAS, enquanto rede de cuidados. Observou-se
                         a existência de outras conexões construída pela usuária em diferentes contextos e modos de viver, formando sua Rede Viva. Mas, a falta
                         de comunicação entre os atores pode ter favorecido a fragmentação do cuidado, pois, as narrativas da usuária apontaram para uma não
                         percepção do cuidado produzido, mesmo que ela tenha acessado diferentes serviços de saúde na RAS. Acreditamos que reconhecer as
                         Redes Vivas produzidas pelo usuário pode propiciar melhor articulação entre os serviços, na construção de um projeto terapêutico comum,
                         e que a garantia de acesso aos equipamentos de saúde não garante cuidado integral em saúde.
                         Referências: CECÍLIO, L.C.O.; MERHY, E.E. A integralidade do cuidado como eixo da gestão hospitalar. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R.A. (Org.). Construção da
                         integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro: IMS/UERJ/ABRASCO, v. 1, 2003, p. 197-210. FEUERWERKER, L.C.M., MERHY, E.E. A
                         contribuição da atenção domiciliar para a configuração de redes substitutivas de saúde: desinstitucionalização e transformação de práticas. Rev Panam Salud
                         Publica. 2008; 24(3):180–8. LIMA, J.V.C. A produção do cuidado na atenção básica: controlar a vida/ produzir a existência. [tese de doutorado]. Faculdade de
                         Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015 LUZ, M.T. Fragilidade Social e Busca do Cuidado na Sociedade Civil de Hoje. In: PINHEIRO, R.;
                         MATTOS, R.A. (orgs.) Cuidado as Fronteiras da Integralidade. São Paulo/Rio de Janeiro: HUCITEC/UERJ/IMS/ABRASCO, 2004. MEHRY, E.; GOMES, M.P.C.; SILVA, E.;
                         SANTOS, M.F.L.; CRUZ, K.T.; FRANCO, T.B. Redes vivas: multiplicidades girando as existências, sinais da rua. Implicações para a produção do cuidado e a produção
                         do conhecimento em saúde. Divulgação em saúde para debate - Rio de Janeiro, n. 52, p. 153-164, out 2014. Disponível em: http://cebes.org.br/site/wp-content/
                         uploads/2014/12/Divulgacao-52.pdf Acessado em: 31 de maio 2017.
                         Palavras-chave: cuidado em saúde, redes de atenção a saúde, atenção primária.



                      Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde       TRABALHO 224
                        Consumo regular de frutas, em adolescentes de escolas estaduais
                        de Curitiba (PR) e associação com práticas alimentares

                        AUTOR PRINCIPAL: Clara Telles dos Santos  |  AUTORES: Christiane Opuszka Machado; Doroteia Aparecida Höfelmann  |  INSTITUIÇÃO: UFPR  | Curitiba - PR
                         A adolescência é uma fase de formação dos hábitos alimentares, que podem ser importantes para prevenir doenças crônicas (HAZREEN,
                         et al., 2014). Dentre estes hábitos, o consumo de frutas tem destaque, pois auxilia na manutenção de um peso corporal saudável e na
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                         prevenção de várias doenças, pelo seu teor de nutrientes, fitoquímicos e fibras (AUNE, et al., 2017). Apesar disso, o consumo destes
                         alimentos no Brasil é inferior às recomendações, e estudos mostram que o consumo entre os adolescentes pode ser ainda menor (INCA,
                         2005). O presente estudo objetivou estimar a frequência de consumo de frutas em adolescentes de Curitiba, Paraná. Realizou-se estudo
                         transversal em 30 escolas estaduais por meio de questionários com dados demográficos, de saúde e de consumo alimentar. O consumo de
                         frutas foi investigado por meio de questionário de frequência alimentar e considerado regular quando a frequência foi de 5 ou mais vezes
                         por semana. As análises descritivas foram realizadas por meio do cálculo das frequências absolutas (n), relativas (%), e respectivo Intervalo
                         de Confiança de 95% (IC95%). As associações entre os desfechos e variáveis de exposição foram investigadas por meio do teste de Wald,
                         resultante da Regressão de Poisson, com cálculo das Razões de prevalência (RP) brutas e Intervalos de Confiança de 95% (IC95%). As
                         análises foram consideradas significativas quando valor de p ≤0,05. Participaram da pesquisa um total de 1232 adolescentes, sendo 51,2%
                         do sexo masculino, a maioria entre 10 e 16 anos de idade (90,9%). O consumo regular de frutas foi de 43,4%, e foi associado com o sexo
                         feminino (p<0,001), a faixa etária mais jovem (entre 10 e 16 anos) (p=0006), ao hábito de tomar café da manhã diariamente (p<0,001), à
                         realização de atividade física supervisionada (p=0,004), a ajudar no preparo das refeições (p=0,001) e ao consumo de verduras (p<0,001)
                         e legumes (p<0,001). O hábito de realizar as refeições em frente à TV foi associado a um menor consumo de frutas (p<0,001). O consumo
                         de carne, peixe, batata cozida e frita, manteiga, laticínios, suco de fruta, salgados fritos, embutidos, biscoitos, feijão e salgadinhos foram
                         correlacionados positivamente ao consumo de fruta. Os adolescentes das escolas estaduais de Curitiba não consomem a quantidade
                         recomendada de frutas, sendo um problema especialmente para o sexo masculino e os mais velhos, mostrando a necessidade de políticas
                         públicas que estimulem o consumo destes alimentos e hábitos saudáveis.
                         Referências: AUNE, D. et al. Fruit and vegetable intake and the risk of cardiovascular disease, total cancer and all-cause mortality – a systematic review and dose-
                         response meta-analysis of prospective studies. International journal of epidemiology, 2017. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Secretaria de Vigilância em Saúde
                         (Brasil). Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis. Rio de Janeiro: INCA, 2005. HAZREEN,
                         M. A., et al. An exploratory study on risk factors for chronic non-communicable diseases among adolescents in Malaysia: overview of the Malaysian Health and
                         Adolescents Longitudinal Research Team study (The MyHeART study). BMC Public Health, v.3, n.6, 2014.
                         Palavras-chave: consumo de alimentos; frutas; adolescente.


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