Page 77 - 3º MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
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Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 269
Morbimortalidade hospitalar por queimaduras no Brasil, 2007-2016
AUTOR PRINCIPAL: William Campo Meschial | AUTORES: Dirleia Florentino dos Santos; Magda Lúcia Félix de Oliveira | INSTITUIÇÃO:
Universidade Estadual de Maringá | Maringá - PR
Introdução: As queimaduras e incêndios ocasionam mais de 300 mil mortes por ano em todo o mundo (PECK, 2011). No Brasil esse tipo
de injúria constitui um dos agravos de maior negligência dentre as causas externas (GAWRYSZEWSKI et al., 2012). Além disso, mesmo nos
casos em que a queimadura não culmina em óbito, pode deixar sequelas graves, com um período longo de tratamento e reabilitação do
indivíduo na sociedade (MESCHIAL; OLIVEIRA, 2014). Objetivo: Analisar a morbimortalidade hospitalar por queimaduras no Brasil, no período
de 2007 a 2016. Método: Estudo ecológico com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, acessados no
mês de abril de 2017. Considerou-se as internações decorrentes de queimaduras contempladas no capítulo XX da CID-10. Foram incluídas
todas as internações no Brasil no período de 2007 a 2016. Utilizou-se o Microsoft Excel® para a tabulação dos dados e análise descritiva.
Resultados: No período analisado registraram-se 1.009.091 hospitalizações por queimaduras, com uma média anual de 100.909, sendo
observada uma tendência crescente no período. O valor médio, em reais, gasto em cada hospitalização foi R$1.105,27 e a permanência
hospitalar teve uma média de 4,9 dias. Registram-se 20.907 óbitos, com taxa de mortalidade média de 2,07. Observou-se uma distribuição
heterogênea das internações por macrorregiões, com predomínio no sul e sudeste que somaram juntos 50,6%; já os óbitos ocorrem em sua
maioria nas regiões nordeste e sudeste (64,1%). Em relação as causas das queimaduras, predominaram aquelas decorrentes da exposição
a corrente elétrica, radiação, temperatura e pressão extremas (85,1%), que também foram responsáveis pelo maior número de óbitos
(78,8%). Quanto a faixa etária, predominaram as internações de adultos (20 a 59 anos) com 58,2%, seguido pelas crianças e adolescentes
(zero a 19 anos) com 27,2%, já a faixa etária de 80 anos e mais foi responsável pelo maior número de óbitos (14,5%). O sexo masculino
predominou tanto nas internações quanto na mortalidade com percentuais de 68,9 e 68,2, respectivamente. Conclusão: Houve aumento
das internações e óbitos por queimaduras com o avançar dos anos. Predominaram as internações no sul e sudeste. A morbimortalidade
hospitalar teve como causa principal a exposição a corrente elétrica, radiação, temperatura e pressão extremas. Predominaram internados
adultos do sexo masculino. O tempo médio das internações foi de quase cinco dias, implicando gastos expressivos.
Referências: GAWRYSZEWSKI, V. P. et al. Atendimentos decorrentes de queimaduras em serviços públicos de emergência no Brasil, 2009. Cadernos de Saúde
Pública, v. 28, n. 4, p. 629-40. 2012. MESCHIAL, W. C.; OLIVEIRA, M. L. F. Atendimento inicial ao queimado: conhecimento de estudantes de enfermagem: estudo
transversal. Online Brazilian Journal of Nursing, v. 13, n. 4, p. 518-28. 2014. PECK, M. D. Epidemiology of burns throughout the world. Part I: distribution and risk
factors. Burns, v. 37, n. 7, p. 1087-100. 2011.
Palavras-chave: Queiamaduras; Hospitalização; Mortalidade Hospitalar.
Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 270
Recorrência de gravidez na adolescência: fator de risco para a
prematuridade
AUTOR PRINCIPAL: Marcela de Andrade Pereira Silva | AUTORES: Lidiaine Naiara de Oliveira; Thaís Ramos da Silva; Maria Rita Guimarães
Maia; Sandra Marisa Pelloso | INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Maringá | Maringá - PR
Introdução: A gravidez na adolescência tem sido indicada como um fator de risco para a prematuridade (BARIZONI et al., 2014), que é a
principal causa de morte entre crianças menores de 5 anos (WHO, 2016). Os fatores associados e contribuintes à gravidez na adolescência,
bem como suas implicações, tem sido objeto de diversos estudos, no entanto, ainda é pouco investigado as complicações maternas e
neonatais decorrentes da recorrência da gravidez nessa faixa etária, mesmo sendo um problema frequente (VIELLAS et al., 2012). Em
2006, no último inquérito da Pesquisa Nacional Demografia e Saúde, identificou-se que 13,5% das mães adolescentes entre 15 e 19 anos,
já possuíam dois ou mais filhos (BRASIL, 2006). Objetivo: Verificar a associação entre o número de gestações e o nascimento prematuro
de filhos de mães adolescentes. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, documental e de caráter quantitativo, realizado com 250
adolescentes, que conceberam no Hospital Regional do Município de Presidente Prudente, São Paulo, entre Janeiro e Dezembro de 2014.
Os dados foram coletados entre Maio e Agosto de 2014, por meio dos prontuários das participantes. A análise descritiva e estatística foi
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realizada com auxílio do programa Microsoft Office Excel 2010®, onde foram empregados os testes de associação Qui-quadrado (x ) e
estimação de odds ratio, considerando um nível de 5% de significância. Os resultados fazem parte de uma pesquisa maior, que obteve
parecer positivo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Oeste Paulista, conforme Protocolo nº 2594/2015. Resultados:
A idade das participantes variou de 14 a 19 anos, com uma média de 17,2 anos de idade. Quanto ao número de gestações, 84,4% eram
primigestas, 15,6% (n=39) possuíam duas ou mais gestações, sendo que destas, 17,9% (n=7) e 2,5% (n=1) estavam na terceira e na quarta
gestação, respectivamente. A proporção de nascimento prematuro foi de 18,4% e o desfecho se associou significativamente, à variável
materna, número de gestações (p=0,04), onde recém-nascidos de gestantes adolescentes com duas ou mais gestações, apresentaram
2,2 vezes mais chance de nascerem antes da 37º semana gestacional (OR: 2,2; IC96%: 1,01; 4,92). Conclusão: O resultado demostra
a recorrência da gravidez na adolescência como fator de risco para a prematuridade, indicando a importância no planejamento de ações
voltadas à prevenção de gravidez na adolescência, bem como sua reincidência, contribuindo na redução dos índices de prematuridade.
Referências: VIELLAS, E.F. Et al. Gravidez recorrente na adolescência e os desfechos negativos no recém-nascido. Rev Bras Epidemiol, v. 15, n. 3, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), 2006. BARIZONI, T. O.; SANTOS, J. R.; REIS, C. B. Fatores
relacionados à prematuridade dos recém-nascidos de Dourados nos anos de 2011 e 2012. ENEPEX Encontro de ensino, pesquisa e extensão. 8º ENEPE UFGD,
5º EPEX UEMS, 2014. WHO. World Health Organization. Preterm Birth. 2016.
Palavras-chave: Gravidez na adolescência, Prematuridade, Fator de risco.
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