Page 74 - 3º MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
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Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 245
Diabetes mellitus na infância e a integralidade dos serviços de
Atenção à Saúde
AUTOR PRINCIPAL: Thais Schmidt Vitali Hermes | AUTORES: Claudia Silveira Viera, Rosa Maria Rodrigues, Pâmela Talita Favil, Solange Reis
Conterno | INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual do Oeste do Paraná | Cascavel - PR
Introdução: Um manejo eficaz do Diabetes Mellitus (DM) exige o envolvimento contínuo das crianças, famílias, profissionais e redes de
atenção à saúde, na busca de se atingir o equilíbrio biológico, psíquico e social das crianças. Objetivo: Descrever um caso de DM tipo1
e a falta de integralidade da assistência nos serviços de saúde. Método: Estudo de caso qualitativo, criança diabética acompanhada no
ambulatório de um hospital universitário, captada durante grupo focal de uma pesquisa participante. Resultados: Adriana (nome fictício),
11 anos, diabética há oito anos. Sua mãe a teve com 14 anos e o convívio com companheiro era conflituoso, presenciado por Adriana.
Com três anos, vivenciou o processo de separação dos pais e passou a ficar mais tempo com avó materna. Ingerindo somente líquidos e
perdendo peso, passou por várias consultas, diagnosticada erroneamente até chegar ao quadro de cetoacidose diabética. Hospitalizada por
15 dias em unidade de terapia intensiva, teve sua guarda transferida para a avó. Adriana e a avó apresentam relação ríspida. A vó critica a
neta a todo momento, culpando-a por que teve de interromper seus projetos de vida. O acompanhamento é fragmentado, trimestralmente
tem consultas no ambulatório do hospital, sem seguimento na unidade básica de saúde do seu território. Não está vinculada a rede
de apoio e nem conta com atendimento de equipe interdisciplinar, seu tratamento tem foco no biológico, desconsiderando os fatores
psicológicos e sociais que envolvem toda a problemática da doença e da família. Decorrente da relação desarmoniosa com a avó e a falta
de integralidade dos serviços de saúde, Adriana não adere as orientações relacionadas ao DM, não segue alimentação adequada, burla
aplicações de insulina e controle de glicemia. Consequentemente apresenta altos índices glicêmicos, com uma glicemia média semanal de
337 mg/dL e uma hemoglobina glicada de 12,1%. Conclusão: Fatores psicossociais relacionam-se com níveis glicêmicos acima do ideal,
maiores índices de complicações agudas e crônicas e redução da qualidade de vida. Quando a atenção primária em saúde é a ordenadora
da atenção e articulada aos demais serviços das redes de atenção em saúde, oferece cuidado integral, propiciando melhoria no manejo do
DM na população pediátrica, controle metabólico e prevenção de possíveis complicações. A falta de integralidade, interdisciplinaridade e
intersetorialidade na assistência leva a não resolutividade dos problemas de saúde.
Referências: AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of medical care in diabetes - 2015. Diabetes Care, v. 38, Suppl. 1, p. S1-S93, 2015. PETERMANN,
X.B.; MACHADO, I. S.; PIMENTEL, B. N.; MIOLO, S. B.; MARTINS, L. R.; FEDOSSE, E. Epidemiologia e cuidado à Diabetes Mellitus praticado na Atenção Primária à
Saúde: uma revisão narrativa. Saúde Santa Maria, v. 41, n. 1, p.49-56, 2015. LEAL, D.T.; FIALHO, F.A.; DIAS, I.M.A.V.; NASCIMENTO, L.; ARRUDA, W.C. A vivência dos
familiares de crianças e adolescentes portadores de diabetes mellitus tipo 1. Revista Eletronica Enfermagem, v. 14, n. 1, p. 189-196, 2012. GÓES, A.P.P.; VIEIRA,
M.R.R.; JÚNIOR, R.D.R.L. Diabetes mellitus tipo 1 no contexto familiar e social. Revista paulista de pediatria, v. 25, n. 2, 2007.
Palavras-chave: diabetes mellitus, saúde da criança, integralidade, continuidade da assistência.
Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 246
Perfil antropométrico de adolescentes nascidos prematuros
adscrito a Unidade Básica de Saúde do município de Cascavel
AUTOR PRINCIPAL: Thais Schmidt Vitali Hermes | AUTORES: Pâmela Talita Favil; Cláudia Silveira Viera; Miriam Nara Lopes; Ana Cláudia
Ramos de Paula. | INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual do Oeste do Paraná | Cascavel - PR
Introdução: O nascimento antes de completar a 37ª semana traz consequências para vida da criança ao longo de seu desenvolvimento e
crescimento. Repercussões estas identificadas desde a primeira infância como na adolescência, nesta última, poucos estudos brasileiros
ANAIS 3ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
descrevam o estado de crescimento e o perfil de adolescentes nascidos prematuros Objetivos: Descrever o perfil do crescimento de
adolescentes nascidos prematuros adscritos a unidade básica de saúde do município de Cascavel. Método: Estudo quantitativo, de desenho
transversal. A população em estudo se constitui dos adolescentes adscritos a uma Unidade Básica de Saúde da região Oeste do Estado
do Paraná e que nasceram prematuros. A amostra foi intencional, calculada estatisticamente após a identificação do total de adolescentes
prematuros entre 10 e 19 anos. A análise dos dados foi por estatística descritiva. Resultado: Foram coletados dados de 40 crianças, destas
media da idade gestacional foi de 33,35 semanas, a média de internação foi 27 dias, tendo medias de peso de 2.039 gramas, estatura de
43,33 cm e perímetro cefálico de 31,68 cm. O tempo de amamentação materna por mais de 12 meses foi de 27,50%, o sexo masculino
teve uma frequência de 52,50% entre os adolescentes, 62,5% do total de adolescente tinham entre 10 à 14 anos, 55% deles eram de cor
branca, A escolaridade atual para 70% da amostra era de nove anos. Quanto ao IMC atual, 57,50% estacam eutróficos, para 50% das mães
e 35% dos pais, a idade atual estava entre 35 e 44 anos, 62,50% das mães e 52,50% dos pais estudaram entre sete e onze anos, 62,50%
dos pais eram casados, 62,50% e 67,50% dos pais tinham emprego formal, a renda familiar para 60% da amostra era dois salários mínimos.
90 a 92,50% da amostra não recebem benefícios sociais, número de residentes no domicílio era de até quatro pessoas para 62,50%, sendo
o adolescente o primeiro filho em 55% destes. 80% relataram como antecedentes familiares a hipertensão, 67,50% diabetes, seguido da
obesidade e tabagismo (62,50%). O estadiamento puberal de Tanner evidenciou que 47,62% dos meninos se encontram no estágio 5 de
genitália e pelos pubianos, 52,63% estavam no estágio dois das mamas e 42,11% no estágio dois de pelos pubianos. Conclusão: Conhecer
o perfil sociodemográfico de adolescentes prematuros possibilita identificar situações de vulnerabilidade ou risco da amostra estudada, para
contribuir para o planejamento da atenção à saúde no seguimento de adolescentes nascidos prematuros.
Referências: BETTIOL, H.; BARBIERI, M.A.; SILVA, A.A.M. Epidemiologia do nascimento pré-termo: tendências atuais. Rev Bras Ginecol Obstet, v. 32, n. 2, p. 57-60,
2010. Acesso em: 29 maio 2017. GONZÁLEZ STÄGER, M.A. et al. Estado nutricional de adolescentes pertenecientes a una cohorte de niños nacidos prematuros.
Rev Chil Pediatr, 2015. Acesso em: 19 maio 2017. KUSCHNIR, M.C. et al. ERICA: prevalência de síndrome metabólica em adolescentes brasileiros. Suplemento
ERICA Artigo Original. Rev Saúde Pública, v. 50, supl. 1, 2016. Acesso em: 27 maio 2017.
Palavras-chave: perfil epidemiológico; prematuro; atenção primária a saúde; adolescente.
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