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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Pacientes Diagnosticados com Trauma Associado ao Uso de Drogas no Noroeste do
Paraná: Caracterização de Evento Sentinela
Autores: SIMONE APARECIDA GALERANI MOSSINI; Amanda de Paula Coelho Siqueira; Deborah Thais Palma Scanferla; Mariana
Aparecida Oliveira Madia; Magda Lúcia Félix de Oliveira. Instituição: Universidade Estadual de Maringá
Palavras-chave: Trauma; Drogas; Análise Toxicológica
Introdução: Drogas de abuso ocasionam efeitos indesejáveis à saúde, principalmente traumas físicos, com internações
hospitalares que contribuem para a sobrecarga do Sistema Único de Saúde. Objetivo: Analisar as características sociais e
os resultados de análises toxicológicas em indivíduos incluídos em um programa acadêmico de vigilância epidemiológica
do evento sentinela internação hospitalar com diagnóstico de trauma associado ao uso referido de drogas. Método: Estudo
retrospectivo e transversal, desenvolvido por análise de dados secundários e por análise toxicológica, aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos - Universidade Estadual de Maringá com parecer 458.185. População composta
por amostragem intencional de 164 pacientes atendidos no Hospital Universitário Regional de Maringá, com características do
evento sentinela diagnóstico de trauma associado à intoxicação por drogas, no ano de 2017. Amostras biológicas obtidas dos
indivíduos em estudo foram utilizadas para realização de triagem toxicológica (cocaína e cannabis) e determinação de etanol.
Resultado: O sexo masculino foi o mais prevalente (90,9%), com faixa etária variando de 13 a 75 anos, e a maior parte com
escolaridade de ensino fundamental incompleto (31,7%). Em relação ao tempo de internação, mais da metade permaneceu
de um a cinco dias (58,5%) e a maioria (84,1%) evoluiu para alta hospitalar. A principal causa do trauma foi o acidente de trânsito
(40,9%), seguido de agressão física (26,8%). A droga mais autorreferida foi a bebida alcoólica (84,2%), seguida da associação com
outras drogas (poliuso), como cannabis e cocaína. O relato de consumo de drogas foi confirmado pela triagem toxicológica
em 63 pacientes eventos sentinelas (38,41%). Amostras de 23 pacientes que mencionaram apenas o uso de bebida alcoólica
resultaram positivas para cannabis e/ou cocaína. Três pacientes relataram o uso de drogas, não detectadas na triagem
toxicológica. Conclusão: O estudo evidenciou o acidente de trânsito como principal causa de trauma e o álcool com maior
associação às ocorrências violentas e ao trauma. A positividade nas análises toxicológicas confirma associação entre o uso
de drogas e o trauma físico. Agradecimentos: Ao Decit/SCTIE/MS; CNPq; Fundação Araucária e SESA-PR pelo apoio e
financiamento ao projeto PPSUS 2012. Ao CCI/HUM pela cooperação na busca ativa e ao LAC/HUM pela coleta das amostras.
Padrão do Consumo de álcool na Gestação e Seus Efeitos Sobre o Concepto
Autores: LIGIA LOPES RIBEIRO; Denise Siqueira de Carvalho; Marilene da Cruz Magalhães Buffon. Instituição: Universidade Federal do
Paraná
Palavras-chave: Síndrome Alcoólica Fetal; Álcool; Gestação
O consumo de bebida alcoólica por gestantes pode provocar uma gama de consequências ao embrião e ao feto. A Síndrome
Alcoólica Fetal (SAF) expressa o maior comprometimento neuropsiquiátrico que pode acometer um ser humano que teve
contato com o álcool intra-útero, acarretando em sequelas permanentes e limitantes. Objetivo: Investigar o consumo de bebidas
alcoólicas durante a gestação entre puérperas residentes em um município da região metropolitana de Curitiba e identificar
as características do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) dos seus conceptos. Metodologia: Estudo transversal,
exploratório e descritivo. Foram utilizados como instrumento de rastreamento: Formulário estruturado pelo pesquisador,
Questionário Tolerance, Annoyed, Cutdown e Eye-opene (T-ACE), versão brasileira para rastreamento do consumo de álcool
na gestação; e Teste de pré-triagem para a avaliação do DNPM de crianças com até 12 meses de idade. Resultado: Do total
de 221 mulheres selecionadas, a amostra se constituiu de 178 participantes com idades entre 15 e 47 anos. Mais da metade
das participantes exerciam atividade trabalhista, quase 70% (124) se declararam solteiras e 13% continham menos de 7 anos de
estudos. Quanto as características obstétricas, a maior parte delas iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre, sendo a maioria
pelo Sistema Único de Saúde, 83,1% tiveram 7 ou mais consultas e as gestações variaram entre 28 e 42 semanas. A prevalência
do uso de álcool entre as participantes chegou a 44,4% (79) e 1/5 mantiveram o mesmo padrão de consumo até o final da
gestação. O T-ACE foi positivo para 2,3% das mulheres e 5,1% entre aquelas que ingeriram álcool. Quase 75% das participantes
não receberam nenhuma orientação sobre o uso de álcool na gestação durante as consultas de pré-natal. Observou-se uma
predominância do consumo alcoólico em gestantes de 25 a 29 anos, a cerveja foi à bebida mais consumida e o domicilio o
local mais utilizado para o consumo. Quanto às características perinatais, 10% nasceram com baixo peso e 28,1% apresentaram
alteração no DNPM, apresentando significância estatística com a ingestão de álcool pela mãe (p=0,05). Conclusão: Evidenciou-
se um elevado padrão de consumo alcoólico pelas gestantes, havendo associação com déficit no DNPM da criança. O
rastreamento da ingestão do álcool durante a gestação é importante, pois é o principal fator para intervenções bem sucedidas
de promoção e prevenção em saúde relacionadas a SAF e demais desordens alcoólicas.
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