Page 310 - ANAIS_4º Congresso
P. 310
EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Padrões Espaço Temporais da Incidência de Tuberculose no Estado do Paraná
Autores: ELISANGELA APARECIDA DA SILVA LIZZI; Tamires Cristina Cassiano; Clemente Martins Delgado Juniro; Graciele Silva Teixeira.
Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Palavras-chave: bioestatística; epidemiologia; vigilância em saúde
Introdução: A tuberculose é uma doença milenar e permanece como um desafio de saúde pública mundial. A OMS, tem esforços
globais para reduzir a carga da tuberculose em países prioritários, que ainda trazem números alarmantes da doença, as ações
são em torno de suspender e reverter a incidência, com metas bem definidas e situações prioritárias. O Brasil se enquadra no
perfil de países elencados para estas ações devido a alta incidência de casos registrados a cada ano. Objetivo: explorar os
padrões espaço temporais dos casos novos de tuberculose para os 399 municípios do estado do Paraná, nos anos de 2005 a
2015. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico com componente de série temporal, onde utilizou-se modelos
bayesianos hierárquicos, especificamente mapeamento bayesiano de doenças, com métodos de estimação por simulação de
monte carlo em cadeia de markov para entender a ciclicidade e as altas taxas em municípios/regiões específicos do estado
do paraná. Os dados foram extraídos do SINAN, contou-se com apoio computacional do software R e Openbugs. Resultado:
As taxas de incidência da tuberculose no estado do Paraná têm uma tendência espacial bem definida, com altas taxas em
regiões da tríplice fronteira, próximo de grandes cidades como Curitiba, Ponta Grossa, Londrina e Maringá e na região litorânea.
Com relação ao padrão temporal, há grande oscilação e com picos distintos por ano e município. Quando se estuda a interação
destes padrões (espacial e temporal), ponderados pelo critério de vizinhança para suavização das taxas, é possível visualizar um
padrão interessante, pois ocorre um alisamento das taxas e é possível mostrar que municípios vizinhos sofrem interferência direta
no número de casos um do outro. Discussão: Estes padrões podem ser explicados pelo fluxo de deslocamentos (referência e
contra referência) utilizados entre os municípios para prover atendimento em uma especialidade específica, com acessibilidade,
universalidade e integralidade na assistência. Alguns municípios não contam com rede assistencial necessária para proceder e
concluir com o tratamento da tuberculose pelo sistema DOT ou SAT, e precisam referenciar para unidades de atendimento em
outros municípios mais próximos. Conclusão: É possível propor uma estratégia de vigilância em saúde pelo monitoramento dos
padrões espaço temporais da tuberculose nos municípios, levando à políticas públicas descentralizadas e que possam auxiliar
em medidas para o acesso ao tratamento.
Panorama da Ocorrência da Toxoplasmose Adquirida na Gestação e Congênita no
Paraná
Autores: DORA YOKO NOZAKI GOTO; Marcela Castilho Peres; Acácia Maria Lourenço Francisco Nasr; Lourenço Tsunetomi Higa; João Luiz
Gallego Crivellaro. Instituição: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
Palavras-chave: Toxoplasmose; Toxoplasmose Congênita; Toxoplasma
Introdução: A Toxoplasmose é uma zoonose cosmopolita causada pelo protozoário intracelular Toxoplasma gondii e possui
grande importância para a saúde pública, devido a sua alta prevalência, e especialmente preocupante aos portadores de
imunodeficiência e às gestantes, devido a possibilidade de infecção congênita que pode ser muitas vezes grave, e até letal
(MARGONATO et al, 2007). A partir de 2016, a Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita se consolidaram como sendo de
notificação compulsória em todo o território nacional (BRASIL, 2016). Objetivo: Caracterizar a ocorrência da Toxoplasmose Adquirida
na Gestação (TAG) e congênita (TC) no Paraná. Método: Estudo descritivo, transversal dos casos notificados e confirmados de
TAG e TC por critério laboratorial em 2016 no Estado do Paraná, obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação;
denominador e numerador das taxas de incidência e letalidade obtidos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos e Sistema
de Informação sobre Mortalidade, respectivamente. Avaliação das variáveis maternas: trimestre da gestação, faixa etária, raça/
cor. A distribuição por regional de saúde (RS) e município de residência se expressa na Taxa de incidência por 1.000 nascidos
vivos (NV) e da taxa de letalidade (%) dos casos de TC (< que um ano). Critério de exclusão: escolaridade devido completitude
< 90%. Resultado: Dos 747 e 180 casos notificados de TAG e TC, 653 (87,42%) e 112 (62,2%) foram confirmados, respectivamente
em 133 (33,0 %) e 41 (10,3%) dos 399 municípios. A taxa de incidência de TAG no PR foi de 4,2/1.000NV e a 02RS com maior
notificação (18,5%) e confirmação foi a de Ponta Grossa (14,6/1.000NV), e entre os municípios: Guaraqueçaba (105,8/1.000 NV). A
maioria das gestantes eram brancas (78%), faixa etária de 20-34 anos (64,0%) e adquiriram a doença no 1º trimestre da gestação
(43,6%). A taxa de incidência de TC no PR foi de 0,7 oscilando de 0,0 a 1,5/1.000 NV nas RS, e entre os casos confirmados, doze
evoluíram para óbito, sendo seis fetais e seis não-fetais, distribuídos em oito RS com diferentes taxas de letalidade, variando de
zero a 100%. Conclusão: O estudo permitiu conhecer a distribuição da TAG e TC no Paraná e algumas de suas características
epidemiológicas, evidenciando a toxoplasmose como um importante problema de saúde a ser priorizado pelas políticas públicas
quanto à prevenção, atenção e monitoramento da gestante e da criança exposta a fim de evitar a morbimortalidade pelo agravo.
310