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EIXO: EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE



                 Perfis Antropométricos por Sexo e Faixa Etária de Crianças e Adolescentes de
                 Blumenau/sc

                 Autores: HELENA MEDINA MENEZES; Caroline Schramm Alves; Andressa Schurt; Caroline Quintino ; Clóvis Arlindo de Sousa.
                 Instituição: Fundação Universidade Regional de Blumenau
                 Palavras-chave: Obesidade; Escolares; Educação em Saúde.
                 A obesidade e o excesso de peso tem prevalência cada vez maior na população escolar brasileira. Com vistas a combater tal
                 quadro, e tendo como uma de suas frentes a promoção da saúde, estabelece-se o Programa Saúde na Escola (PSE), longeva
                 política intersetorial do Ministério da Saúde e da Educação. Neste sentido, dentre as ações do PSE está a avaliação de medidas
                 antropométricas dos escolares das redes municipais. Deste modo, tendo em vista a relevância do PSE e o aumento de casos
                 de excesso de peso e/ou obesidade desta população, o objetivo do presente estudo foi identificar a prevalência de excesso de
                 peso por sexo e faixa etária de crianças e adolescentes das escolas municipais de Blumenau (SC). As medidas antropométricas
                 de 3979 escolares entre 5 e 19 anos foram obtidas por dados secundários das ações de monitoramento do PSE dos anos de 2014
                 a 2016. Os escolares foram categorizados em três grupos, sendo: 5-9 anos, 10-14 anos, 15-19 anos e as medidas de peso foram
                 separadas em déficit de peso, peso adequado e excesso de peso. Obteve-se, via escore z, a curva de IMC/idade, por meio do
                 software AnthroPlus, da Organização Mundial da Saúde. A prevalência de excesso de peso foi de 42,5%, sendo de 43,8%, 42,1%
                 e 31,8% para 5-9 anos, 10-14 e 15-19, respectivamente. A prevalência de peso adequado teve seu maior escore na faixa etária de
                 15 a 19 anos para ambos os sexos (masculino = 66,6% e feminino 63,9%). Constatou-se que a prevalência de excesso de peso
                 pareceu diminuir com a idade para o sexo masculino, enquanto que no sexo feminino a prevalência se manteve praticamente
                 a mesma. Contudo, não houve associação significativa entre a porcentagem de excesso de peso estratificado por sexo e faixa
                 etária. Os dados encontrados reforçam a necessidade da ampliação das ações de educação em saúde voltadas aos hábitos de
                 vida dos escolares, em especial aos planos alimentares, bem como ao aporte dos níveis de atividade física.



                 Poluição do Ar e Prevalência de Sintomas de Asma Autorreferidos em Moradores
                 Adultos do Município de Santos (SP)

                 Autores: JANARA DE CAMARGO MATOS; Beatriz Berenchtein Bento de Oliveira ; Alfésio Luis Ferreira Braga; Luiz Alberto Amador
                 Pereira; Lourdes Conceição Martins. Instituição: Universidade Católica de Santos

                 Palavras-chave: asma; poluição atmosférica; ECRHS
                 Introdução: O município de Santos (SP) possui o maior porto da América Latina, fato gerador de intenso tráfego marítimo
                 e viário e elevadas taxas de movimentação de grãos que levam o local a apresentar altos índices de poluição atmosférica.
                 Objetivo: Avaliar a prevalência de sintomas autorreferidos de asma, em moradores adultos de dois bairros de Santos (SP),
                 verificando a relação com tabagismo, condições de moradia e outros fatores de risco. Métodos: Estudo transversal de inquérito
                 domiciliar  com  questionário  biodemográfico,  e  o  questionário  validado  European  Community  Respiratory  Health  Survey
                 (ECRHS). A amostra foi de 220 moradores de Santos, de 15 a 59 anos, divididos igualmente entre os bairros do Boqueirão e
                 Ponta da Praia. As médias diárias de MP10, temperatura e umidade foram obtidas junto a Companhia Ambiental do Estado de
                 São Paulo. Foi realizada análise descritiva, teste U de Mann-whitney, comparação de duas porcentagens e calculadas as razões
                 de chances (RC) por modelos de regressão logística. O nível de significância foi 5%. Resultado: A média diária de MP10 (µg/m3),
                 temperatura (ºC) e umidade (%) no Boqueirão foi de 17,40±5,06, 23,27±2,42 e 77,29±7,96, respectivamente e, na Ponta da Praia,
                 de 26,37±6,99, 24,03±1,95 e 87,12±8,97. As médias de idade e renda mensal foram 36,8 anos (±12,4) e 2,17(±0,4) salários mínimos.
                 As respostas ao questionário ECRHS, demonstraram a prevalência geral de asma de 11,4%, sendo que na Ponta da Praia foi
                 16,4% e no Boqueirão foi de 6,4% (p=0,034). A prevalência de fumantes foi 12,3%, de ex-fumantes 10,9%. Os moradores adultos
                 da Ponta da Praia apresentam 2,88% (RC=2,88%; IC95% 1,15-7,20) mais chance de ter asma do que os residentes no Boqueirão.
                 Observou-se também que ter brinquedos de pelúcia na residência (RC=2,62; IC95% 1,11-6,17) e animais com cães, gatos ou
                 coelhos (RC=3,26; IC95% 1,30-8,16) são fatores de risco para asma. Conclusão: A proximidade da moradia com o Porto de
                 Santos esteve relacionada aos sintomas de asma na população estudada. O alto fluxo de veículos e movimentação de cargas,
                 principalmente granéis sólidos, contribuem para que esta região apresente forte poluição atmosférica. Tal situação desencadeia
                 doenças respiratórias, como a asma, demonstrada pela maior prevalência de sintomáticos no bairro Ponta da Praia. É notória a
                 importância econômica deste porto, porém as esferas social e ambiental também devem ser consideradas, com a premente
                 implantação de tecnologias para mitigar tais impactos.



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