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EIXO: PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA E CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE EIXO: PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA E CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE
Grupo de Cidadania na APS
Autores: MARCIELE GUIMARÃES FAGUNDES; Milene Zanoni da Silva; Solena Ziemer Kusma Fidalski; Thaís Renata Merino Lesnovski;
Mariana Cozer. Instituição: Universidade Federal do Paraná
Palavras-chave: Promoção da saúde; atenção primária à saúde; participação cidadã
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído para assegurar acesso universal à saúde, integralidade da assistência,
com igualdade e ampla participação social, e capacidade de realizar promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. A
promoção da saúde dedica-se pela articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial e pela formação da Rede de Atenção
à Saúde, cuja integração é baseada na Atenção Primária à Saúde (APS). Os chamados grupos de promoção da saúde são uma
estratégia de intervenção coletiva constituída por pessoas que se auxiliam para realizar a promoção da saúde. Objetivo: Descrever
o grupo de cidadania desenvolvido em uma Unidade de Saúde de Curitiba, criado com intuito de promoção da saúde. Métodos:
Relato de experiência da criação e das atividades do grupo de cidadania. Resultado: O grupo foi idealizado para reunir pessoas
da comunidade usuária da Unidade de Saúde e aborda temas de importância local, com finalidades de discussão de problemas
comunitários e propostas de possíveis soluções e estratégias por parte dos participantes. Iniciou em 2016, houve votação que
definiu o nome do grupo como “grupo de cidadania”, sua periodicidade é mensal e reúne 6 a 30 pessoas, incluindo profissionais
da saúde e usuários do SUS, especialmente líderes comunitários. Os temas abordados até o momento foram: conceito de
cidadania, papel dos políticos, atividades e equipamentos de apoio existentes na comunidade, alimentação saudável, destino
do lixo, segurança, lazer, higiene e outros. Dentre suas ações resultantes, após discussão e planejamento durante os encontros,
houve um mutirão de coleta de lixo na beira do rio adjacente e um bingo relacionado ao tema de higiene pessoal e domiciliar. Os
encontros são coordenados pelos Residentes de Medicina de Família e Comunidade, com temas abordados em forma de roda
de conversa por meio de facilitação, durante a primeira metade dos encontros e, após, são debatidas questões pertinentes à
situação local atual, além de música e descontração. Conclusão: O grupo de cidadania tem ocorrido nas dependências de uma
Unidade de Saúde, algo pouco encontrado com o mesmo formato, e tem se mantido como processo para formação informal de
cidadania e políticas públicas. Não possui caráter partidário, envolve líderes comunitários e demais usuários do serviço de saúde
local e, caso seja avaliado como uma estratégia de promoção da saúde, pode ser um exemplo para formação de novos grupos
semelhantes na APS.
Grupo Musical Acústico Delirius: a Música para o Resgate da Vida
Autores: NEIDE BARBOZA LOPES; Liara Scorpions Polido ; Anselmo Eduardo Rodrigues ; Michelle Thais Migoto; Márcia Helena de Souza
Freire. Instituição: 1.Assistente Social. Ambulatório de IST/AIDS e Hepatites Virais, Secretaria Municipal de Saúde de Maringá, Paraná;
2.Psicóloga. Secretaria Municipal de Saúde de Maringá – Paraná; Professor de Música. Secretaria de Arte e Cultura de Maringá – Paraná; 4.
En
Palavras-chave: Transtornos Mentais; Socialização; Música.
Caracterização: O Grupo Musical Acústico Delirius, criado em 17 de março de 2010, no Centro de Atenção Psicossocial II, em
Maringá, Paraná, com o objetivo de reinserção social do indivíduo com transtorno mental, de resgatar cada indivíduo, seu
pertencimento à sociedade, suas habilidades adormecidas, e mascaradas pela doença. Fundamentação: Participam pessoas com
Transtornos Mentais, atrelada a histórico de repetidas internações psiquiátricas prolongadas. Foi desenvolvido um processo de
resgate das habilidades individuais, como: tocar instrumentos musicais, cantar, compor, relacionar-se. Descrição da experiência:
Este Grupo é terapêutico, idealizado e criado pela Assistente Social Neide Barboza Lopes, e as músicas cantadas são de autoria
de um dos integrantes do grupo Sr. Mário Henrique Toneto e de compositores da MPB. Elas têm sempre um contexto apropriado
ao que os membros querem expressar nos cenários e momentos de apresentação. Se reúnem duas vezes por semana, com a
participação do Professor e Arranjador de Música Anselmo Eduardo Rodrigues, servidor da Secretaria de Cultura de Maringá,
o qual avalia as habilidades musicais e instrumentais de cada integrante, e com as Psicólogas Liara Scorpione Polido e Raquel
Lacerda. Efeitos alcançados: Pode-se afirmar que nesta trajetória alguns integrantes do Grupo que eram moradores do Hospital
Psiquiátrico por longos anos, hoje são moradores de Residências Terapêuticas no Município. Das inúmeras composições do Sr.
Mário, foram selecionadas dez e gravado um CD com título Rara Beleza, custeado por colaborações da equipe dos CAPS e de
amigos, houve doações para pagamento do estúdio e das cópias do CD. Dentre os resultados deste Grupo Terapêutico ainda se
apontam: melhora da auto- estima, com o resgate do ‘eu’ individual e social; restabelecimento da cidadania; desenvolvimento
de habilidades, compromisso, responsabilidade, criatividade e prazer no lazer. Atualmente, o Grupo Delirius tem sido
convidado a apresentar-se em Programas Televisivos (BAND e RIC/TV) com divulgação ampliada e promoção da venda do CD.
Recomendações: Considera-se esta experiência como única e de reprodutível, pois desde a criação até o momento fica evidente
que a desinstitucionalização psiquiátrica, favorece a socialização com resgate individual e familiar, devido o reconhecimento de
si como parte do social em um processo de interação interpessoal. O que um dia pode ter sido um sonho hoje tornou-se uma
realidade com impacto social imensurável.
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