Page 112 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE  EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE



                 FATORES QUE INFLUENCIAM A DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA, A PRAGA DO SÉCULO

                 Autores: KARIN RENATA DA SILVA MORO | Tainara Fernanda Lopes. Instituição: Fatec

                 Palavras-chave: Saúde mental. Adolescentes. Suicídio.
                 A depressão, “praga do século”, vem afetando diretamente, um em cada cinco jovens entre 12 e 18 anos no Brasil. Essa parte da
                 população sofre com as constantes alterações hormonais e comportamentais, se tornando vulneráveis a adquirir a síndrome
                 de  maneira  súbita  e  com  maior  rigorosidade.  Esse  transtorno  emocional  pode  ser  ocasionado  por  diversos  fatores,  sendo
                 sociais,  econômicos  e  ambientais.  Pode  provocar  baixa  autoestima,  tristeza  profunda,  pessimismo,  infelicidade,  variação  de
                 humor e pensamentos resultantes muitas vezes em atos suicidas. A partir disso, o objetivo foi analisar os índices de depressão
                 enfrentados por adolescentes da região do Vale do Ivaí, com intuito de analisar os fatores que influenciam a depressão e que
                 podem desencadear uma série de outros transtornos associados. Dessa forma, foi desenvolvido um questionário que discorria
                 de perguntas a respeito da depressão, estipuladas aos jovens estudantes do ensino médio dos municípios de Cândido de Abreu
                 e Manoel Ribas, e que por meio destas, foram analisados os possíveis fatores de influência para adquirir a doença. Em geral, os
                 entrevistados de ambos municípios dissertaram sobre suas vidas e destacaram os sentimentos de tristeza profunda e desprezo
                 pelas coisas em seu cotidiano. Na cidade de Manuel Ribas foi possível observar que os adolescentes não têm muito conhecimento
                 sobre o assunto, mesmo com casos na família, ainda acham que esse transtorno não pode ser considerado uma doença, muito
                 dessa opinião vem pela criação da família e da falta de conversas na escola. Os casos mais preocupantes observados foram os
                 dos indivíduos de Cândido de Abreu, onde 90% dos adolescentes entrevistados apresentaram fatores depressivos ao relatarem
                 sobre a realidade enfrentada em suas vidas, suas dificuldades e aflições decorrentes do dia a dia. A maioria não conseguiu ainda
                 ser atendida com tratamento psicológico necessário ou até mesmo nem buscou ajuda por medo de ser julgada ou reprimida pela
                 sociedade a ela inserida. Fator este considerado extremamente grave, pois se não forem tratados com urgência e eficácia pode
                 induzir os indivíduos a cometer o suicídio, que até o presente momento ainda pode ser evitado. Concluiu-se que, a depressão
                 necessita, principalmente, de mais atenção e dedicação, pois a grande maioria dos jovens dessa região não tem apoio, nem
                 compreensão, dificultando assim o processo de recuperação e tratamento deste transtorno.




                 A COMPATIBILIDADE DOS DADOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇA E
                 ADOLESCENTE NA POLÍTICA DE SAÚDE

                 Autores: EDYANE SILVA DE LIMA. Instituição: Centro de Saúde Osvaldo Ishida

                 Palavras-chave: Violência sexual. Infanto-juvenil. Dados.
                 Introdução:  A  Convenção  sobre  os  Direitos  da  Criança  (1989),  a  Constituição  Federal  (1988)  e  o  Estatuto  da  Criança  e  do
                 Adolescente (1990 e alterações), demarcam a proteção à infância e à adolescência no Brasil, reconhecendo como sujeitos de
                 direitos. Resultam no reconhecimento da violência sexual contra a criança e o adolescente, que requer a intervenção das políticas
                 publicas, garantindo a notificação dos casos na política de saúde. Objetivos: Refletir sobre a compatibilidade entre as diferentes
                 bases de dados no Brasil acerca das notificações e registros dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
                 Métodos: Trata-se de pesquisa tipo exploratória, descritiva, com levantamento de dados quantitativos e análise qualitativa. Em
                 que se consultaram as bases de dados do SIPIA, SINAN, Censo SUAS e Disque 100, no período de 2009 - 2019. Resultados:
                 O SINAN Net (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) que coleta, transmite e dissemina informações de vigilância
                 epidemiológica, registrou 194 situações de violência sexual infanto-juvenil. O SIPIA (Sistema de Informação para a Infância e
                 Adolescência), em que os conselhos tutelares registram as situações de violações de direitos, registrou 17.008 casos. Quanto
                 aos  dados  do  Censo  SUAS,  foram  contabilizados  23.977  atendimentos  nos  CREAS  (Centro  de  Referência  Especializado  de
                 Assistência Social). E por fim, o Disque 100, entre 2011 e 2017, registrou 203.275 denúncias. Ademais, a Childhood Brasil em 2019,
                 divulgou que o Ministério da Saúde recebeu 141.160 notificações. Considerações: Repetidamente nota-se o destoamento dos
                 dados entre todas as bases de dados. Se foram contabilizados, ocorreu em incompletude. Saliento que, quando se buscou os
                 dados anualmente na base do SINAN, os mesmos não aparecem como citado pelo Ministério da Saúde. A desarticulação entre
                 os dados apresentados dificulta as intervenções de combate à violência sexual infanto-juvenil, pois se estima que apenas 10%
                 dos casos sejam notificados às autoridades (CHILDHOOD, 2019). A Lei nº 8.080/90 reconhece a vigilância epidemiológica como
                 importante instrumento para o planejamento, organização e operacionalização dos serviços de saúde. Assim, a rede de atenção
                 a infância e juventude devem ser capacitadas, para que notifiquem os casos. É necessário rever tais bases de dados, pensando
                 numa única e/ou possibilidades de incorporação da ficha de notificação compulsória aos locais de atendimentos, facilitando na
                 migração destes dados.



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