Page 110 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS: MODO DE TRANSMISSÃO E EXPOSIÇÃO
Autores: JAMILE MARIANA DA FONSECA PEREIRA | Beatriz Queiroz Ribeiro, João Victor Rodrigues Cardoso, Izabela Nayara Ricardo,
Jaqueline Meira Uelse dos Santos, Fernanda de Souza Marques. Instituição: Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: HIV. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Exposição.
Introdução: O perfil epidemiológico e a evolução clínica das pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV)
vêm modificando-se com o passar dos anos. No entanto, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) ainda é considerada
um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, o que denota a preocupação por medidas de controle do HIV/Aids.
Objetivo: Analisar o modo de transmissão e exposição associada aos casos de HIV/Aids notificados no município de Londrina.
Método: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, com dados secundários provenientes das fichas de HIV/Aids do Sistema
de Informações de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. Foram incluídos os casos novos de HIV/Aids notificados pelo
município de Londrina-Paraná entre 2015 e 2019, em indivíduos com 13 anos ou mais. Os dados foram digitados em uma planilha
de excel e analisados por meio do software Statistical Package For The Social Sciences por frequência simples. Este estudo tem
aprovação pelo comitê de ética CAAE: 00603718.6.0000.5231. Resultados: Dos 1665 casos, a maioria era do sexo masculino
(76,4%), raça branca (64,2%), com idade entre 14 e 82 anos e média de 35 anos (desvio-padrão: 12,6). Quanto a exposição, a relação
sexual foi o provável modo de transmissão em 99,3% das notificações, por meio de relações sexuais com homens (62,1%), com
mulheres (27,5%) e com homens e mulheres (9,7%). Dentre a transmissão sanguínea, evidenciou-se o uso de drogas injetáveis
(1,6%), transfusão sanguínea (0,3%) e a transmissão vertical (0,2%). Não foram notificados casos de transmissão por acidentes com
material biológico e por hemotransfusão para tratamento de doença hemofílica. Ainda, 49,3% se autoreferiram heterossexuais,
seguidos por 38,9% de homens que faziam sexo com homens, os demais eram mulheres que faziam sexo com mulheres,
bissexuais e dados ignorados (11,8%). Como desfecho, 7,3% foram a óbito, sendo que 98,8% não tiveram a menção da HIV/Aids
em suas declarações de óbito. Conclusão: O modo de transmissão mais frequente foi a relação sexual e os heterossexuais
foram mais frequentemente infectados pelo HIV/Aids. Os resultados demonstram uma mudança no padrão de transmissão deste
agravo, que considerava os homossexuais como grupo de maior risco, sendo essencial para os serviços de saúde explorar este
dado e investir em medidas educativas e de prevenção.
DOR CRÔNICA MUSCULOESQUELÉTICA EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA:
ASSOCIAÇÃO LONGITUDINAL COM A MUDANÇA NA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
Autores: MAYARA CRISTINA DA SILVA SANTOS | Arthur Eumann Mesas. Instituição: Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Dor crônica musculoesquelética. Atividade física. Professor. Educação básica.
Introdução: A dor crônica musculoesquelética (DCME) é um problema de saúde pública, e têm consequências para a saúde
individual e os serviços de saúde. Existem evidências de que a prática de atividade física no lazer (AFL) está potencialmente
relacionada à etiologia e cronificação da DCME. No entanto, não está claro até que ponto mudanças ou a manutenção desse
comportamento pode influenciar a incidência ou a persistência da DCME em grupos populacionais específicos, como os
professores. Objetivo: Analisar a associação longitudinal da mudança na prática de AFL com a incidência e a persistência de
DCME. Método: Trata-se de um estudo longitudinal, parte do projeto Pró-Mestre. Professores das 20 escolas de maior porte do
município de Londrina, PR, que atuavam em sala de aula ao menos um período da semana e eram responsáveis por uma ou mais
disciplinas foram incluídos no estudo e entrevistados individualmente em duas ocasiões: entre 2012 e 2013 (baseline) e após 24
meses (follow-up). Para o desfecho DCME considerou-se a percepção de sintomas dolorosos há 6 meses ou mais nas seguintes
regiões: ombros, braços, costas, joelhos, pernas e pés. A variável independente foi o tempo de prática de atividade física no
lazer semanalmente. Para as análises de associação, utilizou-se a regressão logística ajustada por variáveis sociodemográficas,
de estilo de vida e de saúde. Resultado: Um total de 527 professores foram estudados, predominantemente do sexo feminino
(66,6%), com média de idade (± desvio padrão) de 43,8 ± 9,8 anos, variando de 21 a 69 anos. Entre os professores que referiram
DCME no baseline (n=170), 70,6% continuaram com dor no follow-up, enquanto 29,4% apresentaram remissão dos sintomas. A
incidência de DCME entre os professores sem dor no baseline (n=357) foi de 19,6%. Aumentar o tempo de lazer dedicado à prática
de atividade física (passar a praticar >120 minutos de AFL semanalmente no follow-up) associou-se com menor chance de DCME
persistente (odds ratio=0,30; intervalo de confiança de 95%=0,11-0,79) em comparação com manter-se fisicamente inativo ou
insuficientemente ativo (praticava ?120 minutos/semana no baseline e no follow-up), mesmo após ajuste por fatores de confusão
sociodemográficos, de estilo de vida e de saúde. Conclusão: Em síntese, este estudo mostrou que, comparado com se manter
inativo ou insuficientemente ativo, passar a praticar mais de duas horas de AFL semanalmente é um comportamento associado
com menor chance de persistência de DCME.
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