Page 117 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE



                 ASSOCIAÇÃO ENTRE INDICATIVO DE DEPRESSÃO E VARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS EM
                 UNIVERSITÁRIOS

                 Autores: JESSICA VERTUAN RUFINO | Rafaela Sirtoli, Camila Cristina Lunardelli Zanfrilli, Gabriela Peres Peruchi, Renne Rodrigues, Camilo
                 Molino Guidoni. Instituição: Universidade Estadual de Londrina
                 Palavras-chave: Depressão. Aspectos socioeconômicos. Ensino superior.
                 Introdução:  A  depressão  é  considerada  um  importante  problema  de  saúde  pública,  sendo  influenciada  por  fatores  sociais,
                 culturais e econômicos. Nesse sentido, torna-se importante a compreensão ampla do processo saúde-doença. Desse modo,
                 a associação de fatores sociais, como os sociodemográficos, com a depressão, precisa ser avaliada para melhor entendimento
                 desse fenômeno. Objetivos: O presente estudo objetivou avaliar a associação entre variáveis socioeconômicas e o indicativo
                 de depressão em universitários. Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento transversal, realizado com graduandos da
                 Universidade Estadual de Londrina, com coleta de dados realizada por meio de um questionário online no período de abril a
                 junho de 2019. Foram analisadas variáveis demográficas e socioeconômicas e o indicativo de depressão, mensurado pelo Patient
                 Health Questionnaire-9. Universitários com escore ? 9 foram considerados com presença do indicativo de depressão. Realizou-
                 se análise estatística pelo programa Statistical Package for the Social Sciences® versão 20.0, utilizando-se o teste qui-quadrado
                 e  considerando-se  estatisticamente  significativo  p-valor  <0,05.  O  projeto  foi  aprovado  pelo  Comitê  de  Ética  em  Pesquisa  da
                 Universidade Estadual de Londrina. Resultados: Dentre os 3.169 respondentes, 68,7% eram do sexo feminino, a idade média
                 foi de 21,8 (±4,3) anos, 70,1% se declararam da raça/cor branca e 51,2% disseram que se mantém financeiramente apenas com
                 recursos de familiares. Constatou-se prevalência de 74,1% de indicativo de depressão nos indivíduos, sendo superior no sexo
                 feminino (79,4%) (p-valor <0,001), entre os que realizaram o ensino médio totalmente ou predominantemente em escola pública
                 (75,5%) (p-valor 0,027), ingressaram na universidade pelo sistema de cotas (77,0%) (p-valor 0,004), utilizam ônibus como meio
                 de transporte (76,8%) (p-valor 0,001) e não possuem plano de saúde privado (75,5%) (p-valor 0,042). Conclusão: Os resultados
                 indicaram elevada prevalência do indicativo de depressão, associada a diversos fatores socioeconômicos dos estudantes. Embora
                 não tenha sido objetivo do estudo, as variáveis socioeconômicas investigadas podem ser decorrentes de um processo histórico de
                 desigualdade social, reforçando a importância de medidas de mitigação, como as cotas, de igualdade de oportunidades desde a
                 infância e de políticas de apoio social, econômico e psicológico aos estudantes que necessitem.


                 ESTÁGIOS DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO PARA ATIVIDADE FÍSICA NO TEMPO
                 LIVRE EM ADULTOS BRASILEIROS: ESTUDO LONGITUDINAL

                 Autores: VALÉRIA CRISTINA ZAMATARO TESSARO | Ana Maria Rigo Silva, Mathias Roberto Loch. Instituição: Universidade Estadual de
                 Londrina
                 Palavras-chave: Atividade motora. Estilo de vida. Estudo longitudinal.
                 O comportamento relativo à prática de atividade física regular no tempo livre é tema de investigação no âmbito da saúde pública,
                 uma vez que, está relacionado a diversos determinantes que não somente a vontade própria do indivíduo. O objetivo do estudo foi
                 analisar a manutenção e a alteração dos estágios de mudança de comportamento para atividade física no tempo livre de adultos
                 após quatro anos e sua associação com características sociodemográficas. No ano de 2011, realizou-se um estudo transversal de
                 base populacional com 1.180 indivíduos de 40 anos e mais de idade, residentes em um município de médio porte do estado do
                 Paraná, Brasil. Em 2015 foram reentrevistados 885 indivíduos. As variáveis dependentes utilizadas foram a manutenção e a alteração
                 dos estágios de mudança de comportamento para atividade física no tempo livre, baseados no modelo transteórico de estágio
                 de mudança de comportamento. As variáveis independentes compreenderam as características sociodemográficas (sexo, idade,
                 escolaridade, situação conjugal e classificação econômica). Para a análise estatística dos dados foram empregadas as frequências
                 absoluta e relativa para a análise descritiva dos dados e a regressão de Poisson ajustada para o cálculo do risco relativo. As maiores
                 frequências encontradas se relacionaram aos indivíduos que permaneceram nos estágios de pré-contemplação (n=172; 57,0%)
                 e de manutenção (n=119; 51,3%). Entre os que se mantiveram em pré-contemplação, observou-se maior proporção de homens
                 (RR=1,59; IC95%: 1,21-2,11), com idade >60 anos (RR=1,35; IC95%: 1,03-1,78), com menor escolaridade (RR=1,24; IC95%: 1,04-2,33) e das
                 classes C (RR=1,71; IC95%: 1,17-2,49) e D/E (RR=1,88; IC95%: 1,12-3,18). Quanto aos que continuaram em manutenção houve menor
                 proporção das classes D/E (RR=0,35; IC95%: 0,14-0,87). Após quatro anos, foi elevada a proporção de pessoas que permaneceram
                 no estágio de pré-contemplação, ou seja, que continuaram a não ter intenção de praticar atividade física no tempo livre nos seis
                 meses subsequentes. O estudo também possibilitou identificar importantes associações com indivíduos do sexo masculino, com
                 idade >60 anos, com até oito anos de estudo e de estratos econômicos desfavorecidos. Compreender os estágios de mudança
                 de  comportamento  e  os  diferentes  fatores  associados  pode  contribuir  para  a  elaboração  ou  implementação  de  estratégias
                 direcionadas aos grupos mais vulneráveis, a fim de propiciar que adotem um estilo de vida considerado ativo.


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